Algumas coisas merecem chegar de surpresa e tão intenso quanto a dor da morte, simplesmente porque você não esteve naquele lugar da forma certa, nem prestou atenção e se aproveitou de cada segundo que não deveria ter passado despercebido.
Toda minha família são de negros, descendentes diretos dos escravos em uma cidade pequena, na qual todos conheciam uns aos outros, pessoas boas de fato, lugar amistoso e não existia nenhum tipo de preconceito. A situação repugnante, no ponto de vista das famílias, são as pessoas que não participavam todos os finais de semana da Igreja Católica em não mais de uma hora com pregações religiosas.
Como qualquer homem, eu queria causar uma boa impressão, todos sabem, não adianta disfarçar, que a maioria apenas aparecem na casa do Senhor e mal prestavam atenção nas palavras do padre. Os únicos momentos fundamentais são quando oram as três rezas, situações importantes: o Pai Nosso, Ave Maria e o Creio em Deus Pai. Isso, toda criança que conhece a palavra do Senhor, não consegue esquecer.
Eu nunca estava presente, apenas ouvindo na multidão cansada e desgastado. Eram todos os finais de semana, as noites mais cotidianas, uma hora parecia durar doze, e eu estava ali com a minha família todos reunidos: rapazes vestidos de forma respeitosa, mulheres cobrindo seus corpos com vestidos, e todos utilizando símbolos sagrados, joelhos no chão, mãos uma encostando na outra e com os olhos fechados. A mente de todos realmente estavam presentes e acreditando...?
Tomé, Zelote, Mateus, entre outros, os 12 apóstolos, deixaram suas escrituras, palavras do Salvador e o que as pessoas precisavam seguirem para que não fossem para o "Inferno". Nunca acreditei que o homem seria perdoado pelo que fiz durante todos os dias, apenas por estar lá e parecer santo. Fiz o que, com certeza, a maioria fizeram: estava apenas participando e não ouvindo mais nada além do meu consciente vazio e automático.
Essa noite foi o momento que eu saberia que deveria ter ouvido as palavras do padre, estar presente diante da pandemia e próximo da minha família, não somente como o corpo desesperado pelo medo... Todas as pessoas acreditaram que 2020 já foi horrível o suficiente. Acharam melhor e julgaram que deveríamos ter esquecido aquele ano presos e as reportagens falando da quantidade aumentando de óbitos. Foram o que todos fizeram e logo, após cinco anos de calmaria e ainda com sequelas das mortes por causa do vírus, fomos surpreendidos por algo ainda pior... Nos sentimos confortados dentro do que a mídia tentou passar, as palavras dos governantes e o prazer de ter escapado, que ficamos ainda mais vulneráveis.
Hackers, com o título "Anonymous", populares no final de 2020 e vazando escândalos do alto escalaram, alertaram sobre a última tentativa de diminuir a população, que estava crescendo demais e recursos acabando de maneira absurda e despercebida pela população manipulada. Foi tarde demais, nas suas últimas tentativas de alertar o novo plano do governo que se tornou incontrolável. O título "Doença Do Homem Louco" já estava em suas posses, mas os resultados vieram acontecer após alguns meses e prontos para aniquilar a população.
Os sintomas se espalharam mais rápido do que a própria internet, em todos os lugares do Globo, causando ataques violentos em massa, homens mentalmente saudáveis se comportando como primatas mordendo uns aos outros, agredindo e espancando até à morte, espalhava-se como formigas em um formigueiro pelo contato físico e qualquer tipo de resíduo humano. As casas não estavam mais seguras, os doentes estavam invadindo com suas forças brutais como homens de ferro que não sentiam mais dor, apenas experimentando a selvageria para infectar uns aos outros. Não morriam tão fácil, não importava o tempo e as circunstâncias.
Demônios caminhando usando o corpo de homens, zumbis, mortos-vivos, ressuscitados, dezenas de apelidos refletiram o que estávamos passando e é exatamente como os filmes mostraram há muito tempo. Fizeram isso no pesadelo de 2020, esteve presente, e nós sabemos muito bem o que estávamos passando, mas a negligência humana e a maldade nunca vai evoluir. Deixamos se espalhar, e esse não era apenas algo irracional, a transmissão não ocorre simplesmente por meio da absorção de gotículas liberadas pela tosse ou espirro de uma pessoa infectada ou pelo contato com superfícies contaminadas pelo vírus, ele sabia muito bem o que estava fazendo! Vítimas da doença do "homem louco", prepararam ataques em aglomerados, sabiam se desviar, lutar, espalhar os seus maus para todos, saltavam mais de 10 m, lunáticos incontornáveis que resistiam ao máximo contra as investidas porque evoluíram a consciência para saber o que deveriam fazer.
Disseram que os outros não precisavam se alimentar e os corpos eram tão resistentes quanto qualquer tipo de metal. Mesmo após a decomposição da carne, permaneciam fortes nos últimos segundos em que os músculos estragavam e não poderiam lutar como antes. A doença do homem louco se expandiu em proporções surreais. As famílias mais privilegiadas, pelo apoio do exército, conseguiram encontrar segurança com homens armados, mas não duraria por muito tempo para alguns fracos à mercê do destino em um local escolhido.
As portas da igreja estavam trancadas com tábuas e a comida estava acabando. Rezas, todas as noites, não foram suficientes para acalmar as almas. Então, todos decidiram o mesmo: ganhar o perdão de Deus em seus últimos segundos de desespero. Como um dos pais de famílias mais importantes, presentes na casa de Deus, o meu voto faria diferença, e todos estavam aguardando.
Nosso lugar particular isolado era preenchido por timbres e lágrimas lamuriando de forma quieta. As pessoas abraçando umas às outras, e um som, do lado de fora, quebrando as tábuas com suas mãos resistentes e penetrando a madeira, socando sem parar com os seus berros espalhando-se pelo vento e absorvendo ele como se tivesse sido mais uma vítima... Cada vez mais o número aumentando, e todos ouvindo as pancadas nas paredes de todas as partes, vindo pelas criaturas do outro lado, aumentando e se tornando mais forte e consumindo qualquer tipo de resistência do lado que nós estávamos.
De maneira alguma participei e não estive aqui nos finais de semana, ninguém esteve presente de verdade para ouvir as palavras do Senhor e os evangélicos dos 12 apóstolos. Foi tão automático quando me perguntaram, todos olhando para mim, se eu iria concordar e receber o perdão de Deus. A minha boca respondeu automaticamente que "Sim", mas minha mente estava apenas navegando no medo e tentando confortar os meus filhos e mulher.
O padre fez sua última oração, enquanto eles estavam prestes a invadir, aumentando em uma aglomerações infinitas. Os soldados começaram a disparar, eu só queria estar naquele momento antes que a chacina começasse, pelo menos uma vez ter participado nas orações e ouvido a palavra do padre quando perguntou se deveríamos cometer o maior crime de todos em um suicídio em massa.
Além do desespero trancados aqui e os "Homens Loucos" prontos para entrarem, nada mais nos abalaria. Os disparos de arma passaram despercebidos por mim... Nos últimos momentos em que finalmente estávamos agonizando até a morte, os soldados se atacaram uns atirando nos outros. Só restavam apenas os últimos suspiros, o medo, sangue escorrendo e o silêncio na casa do Salvador, enquanto tudo acabou lentamente em um grupo de corpos... Se Deus existisse mesmo, teríamos ganhado perdão ou seríamos mais uma peça pela podridão humana, ouvindo as madeiras batendo em um lugar preenchido por multidões famintas.
O sangue estava jorrando pelo meu corpo em suas perfurações de bala. A maioria morta ou agonizando em seus últimos segundos até finalmente se entregarem. Pude perceber, os meus olhos não foram traiçoeiros, quando as portas foram arrombadas, e aquelas multidões de pés penetraram. Os seus olhos observando a carne destruída, o espanto e os que estavam contemplando, não transmitiram nenhum tipo de vocábulo. Suas armas estavam direcionadas para exterminar, mas já fizeram isso do lado de fora, e os homens do exército, para nos salvar, enxergarão o que restou da carnificina interna, o suicídio em massa.
Eu sabia que deveria ter controlado as emoções, não entregado diante da multidão, apenas por está. Poderia muito bem ter participado e pedido para que aguardasse mais um pouco, mas não! Segui as palavras do padre, apenas estando ali, e não participando. O meu último suspiro, vi a angústia dos semblantes dos soldados salvadores para o que restou do pessoal não contaminado pelos zumbis.
Autor: Sinistro
Hackers, com o título "Anonymous", populares no final de 2020 e vazando escândalos do alto escalaram, alertaram sobre a última tentativa de diminuir a população, que estava crescendo demais e recursos acabando de maneira absurda e despercebida pela população manipulada. Foi tarde demais, nas suas últimas tentativas de alertar o novo plano do governo que se tornou incontrolável. O título "Doença Do Homem Louco" já estava em suas posses, mas os resultados vieram acontecer após alguns meses e prontos para aniquilar a população.
Os sintomas se espalharam mais rápido do que a própria internet, em todos os lugares do Globo, causando ataques violentos em massa, homens mentalmente saudáveis se comportando como primatas mordendo uns aos outros, agredindo e espancando até à morte, espalhava-se como formigas em um formigueiro pelo contato físico e qualquer tipo de resíduo humano. As casas não estavam mais seguras, os doentes estavam invadindo com suas forças brutais como homens de ferro que não sentiam mais dor, apenas experimentando a selvageria para infectar uns aos outros. Não morriam tão fácil, não importava o tempo e as circunstâncias.
Demônios caminhando usando o corpo de homens, zumbis, mortos-vivos, ressuscitados, dezenas de apelidos refletiram o que estávamos passando e é exatamente como os filmes mostraram há muito tempo. Fizeram isso no pesadelo de 2020, esteve presente, e nós sabemos muito bem o que estávamos passando, mas a negligência humana e a maldade nunca vai evoluir. Deixamos se espalhar, e esse não era apenas algo irracional, a transmissão não ocorre simplesmente por meio da absorção de gotículas liberadas pela tosse ou espirro de uma pessoa infectada ou pelo contato com superfícies contaminadas pelo vírus, ele sabia muito bem o que estava fazendo! Vítimas da doença do "homem louco", prepararam ataques em aglomerados, sabiam se desviar, lutar, espalhar os seus maus para todos, saltavam mais de 10 m, lunáticos incontornáveis que resistiam ao máximo contra as investidas porque evoluíram a consciência para saber o que deveriam fazer.
Disseram que os outros não precisavam se alimentar e os corpos eram tão resistentes quanto qualquer tipo de metal. Mesmo após a decomposição da carne, permaneciam fortes nos últimos segundos em que os músculos estragavam e não poderiam lutar como antes. A doença do homem louco se expandiu em proporções surreais. As famílias mais privilegiadas, pelo apoio do exército, conseguiram encontrar segurança com homens armados, mas não duraria por muito tempo para alguns fracos à mercê do destino em um local escolhido.
As portas da igreja estavam trancadas com tábuas e a comida estava acabando. Rezas, todas as noites, não foram suficientes para acalmar as almas. Então, todos decidiram o mesmo: ganhar o perdão de Deus em seus últimos segundos de desespero. Como um dos pais de famílias mais importantes, presentes na casa de Deus, o meu voto faria diferença, e todos estavam aguardando.
Nosso lugar particular isolado era preenchido por timbres e lágrimas lamuriando de forma quieta. As pessoas abraçando umas às outras, e um som, do lado de fora, quebrando as tábuas com suas mãos resistentes e penetrando a madeira, socando sem parar com os seus berros espalhando-se pelo vento e absorvendo ele como se tivesse sido mais uma vítima... Cada vez mais o número aumentando, e todos ouvindo as pancadas nas paredes de todas as partes, vindo pelas criaturas do outro lado, aumentando e se tornando mais forte e consumindo qualquer tipo de resistência do lado que nós estávamos.
De maneira alguma participei e não estive aqui nos finais de semana, ninguém esteve presente de verdade para ouvir as palavras do Senhor e os evangélicos dos 12 apóstolos. Foi tão automático quando me perguntaram, todos olhando para mim, se eu iria concordar e receber o perdão de Deus. A minha boca respondeu automaticamente que "Sim", mas minha mente estava apenas navegando no medo e tentando confortar os meus filhos e mulher.
O padre fez sua última oração, enquanto eles estavam prestes a invadir, aumentando em uma aglomerações infinitas. Os soldados começaram a disparar, eu só queria estar naquele momento antes que a chacina começasse, pelo menos uma vez ter participado nas orações e ouvido a palavra do padre quando perguntou se deveríamos cometer o maior crime de todos em um suicídio em massa.
Além do desespero trancados aqui e os "Homens Loucos" prontos para entrarem, nada mais nos abalaria. Os disparos de arma passaram despercebidos por mim... Nos últimos momentos em que finalmente estávamos agonizando até a morte, os soldados se atacaram uns atirando nos outros. Só restavam apenas os últimos suspiros, o medo, sangue escorrendo e o silêncio na casa do Salvador, enquanto tudo acabou lentamente em um grupo de corpos... Se Deus existisse mesmo, teríamos ganhado perdão ou seríamos mais uma peça pela podridão humana, ouvindo as madeiras batendo em um lugar preenchido por multidões famintas.
O sangue estava jorrando pelo meu corpo em suas perfurações de bala. A maioria morta ou agonizando em seus últimos segundos até finalmente se entregarem. Pude perceber, os meus olhos não foram traiçoeiros, quando as portas foram arrombadas, e aquelas multidões de pés penetraram. Os seus olhos observando a carne destruída, o espanto e os que estavam contemplando, não transmitiram nenhum tipo de vocábulo. Suas armas estavam direcionadas para exterminar, mas já fizeram isso do lado de fora, e os homens do exército, para nos salvar, enxergarão o que restou da carnificina interna, o suicídio em massa.
Eu sabia que deveria ter controlado as emoções, não entregado diante da multidão, apenas por está. Poderia muito bem ter participado e pedido para que aguardasse mais um pouco, mas não! Segui as palavras do padre, apenas estando ali, e não participando. O meu último suspiro, vi a angústia dos semblantes dos soldados salvadores para o que restou do pessoal não contaminado pelos zumbis.
Autor: Sinistro