29/10/2017

Ballet (PART 2/ As Marcas)

PART 1

Denise tirou os potes de creme da gaveta do armário e foi até a poltrona; Enquanto retirava as sapatilhas de Molly seus pés faziam sons semelhantes a gravetos quebrando conforme apalpava, manchas roxas estavam por toda a parte e seus dedos já não tinham mais unhas. 

A dor era grande, mas o cansaço sempre vencia e assim ela não acordava despertada pela dor. 

Expressando um enorme sorriso no rosto Denise olha com orgulho para as marcas de esforço. 

Depois de passar os cremes e fazer uma leve massagem é hora das ataduras, amarradas com força para que os ossos não saiam do lugar e assim os passos perfeitos podem ser mantidos. ’’A bailarina jamais deixa de dançar’’. - Sussurra Denise. Após admirar os pés de sua filha, acaba dormindo ali mesmo encostada na poltrona, é nítida a admiração em seus olhos e no sorriso que permanece mesmo estando dormindo.

Molly movimenta os pés enquanto dorme; seus pés tão acostumados a movimentos repetitivos já não conseguem mais se manter parados. Com o passar das horas o dia amanhece e exatamente as 05:30 da manhã o despertador que soa como uma sirene irritante toca. (Din-don! Din-don!) 

Denise se levanta e vai até a cozinha preparar o café da manhã.  

O cheiro dos ovos fritos e torradas fazem a boca salivar, mas ela sabe que a dieta não permite e que somente sua mãe vai comer aquilo. 

Uma bandeja é colocada na mesa em frente à poltrona; Meio copo de leite, meia fatia de pão integral e uma pequena quantidade de frutas cortadas. ‘’Você precisa manter o seu dom, eu faço tudo isso para o seu bem. ’’ – Fala de boca cheia enquanto observa Molly desejar uma mordida das deliciosas torradas que enchem sua boca de saliva. 

Misturado ao delicioso cheiro do café da manhã estava presente também o cheiro de lixo acumulado na cozinha junto com uma pilha de louças gigantesca, aquilo parecia um chiqueiro de tão sujo, mas a única coisa importante e necessária era cuidar de Molly, afinal uma bailarina nunca deve deixar de dançar. 

O telefone toca, mas dessa vez não é o despertador; o representante do prefeito da cidade avisa que um evento muito importante vai acontecer daqui a três dias e pede para que a encantadora Molly se apresente no dia. Sem pensar duas vezes um alto sim é dito, sua felicidade misturada com euforia não contagia sua filha que expressa apenas um sorriso forçado enquanto mastiga os pedaços de frutas. 

‘’Não temos tempo a perder, quanto antes ensaiarmos melhor. ’’ 

‘’Será que podemos cancelar? Estou muito cansada. ’’ 

A reposta é dada com uma bofetada em seu rosto, Molly parece não estar surpresa, nenhuma lagrima caí de seu rosto. 

‘’Não seja fraca, uma artista nunca desiste; agora vou ter mais trabalho pra disfarçar essa marca vermelha, olha só o que você me fez fazer!’’.  A bandeja é arremessada para longe junto com alguns potes de creme. 

‘’Preciso ir até a farmácia comprar os cremes que você me fez estragar, não saia dessa poltrona até eu voltar. ’’ 

A porta se fecha e então Molly finalmente sente um alivio de estar sozinha. Há 3 meses novos episódios de ‘’A Memória da Dança’’ não são lançados e a 3 meses é obrigada a assistir a mesma coisa todos os dias. 

O telefone a poucos metros é mais tentador do que o controle remoto em cima da mesa; a chance de acabar com tudo está bem na sua frente, mas seus pés não permitem que ela vá muito longe e sempre acaba caindo ao tropeçar no carpete já velho. Então apenas se conforma em pegar o controle remoto. 

Antes que pudesse ligar a TV, alguém bate na porta.

(Continua..)

(Espero que estejam gostando e qualquer coisa é só dizer nos comentários :)


Autor: Andrey D. Menezes. 



25 comentários:

  1. Nossa eu estou muito curioso!
    A menina consegue dançar mas nao andar e quem sera que ta atras da porta?!

    Tomare que tome um rumo muito melhor que a coisa em baixo da paulista

    Vc escreve maravilhosamente bem Andrey parabens!

    Eu queria me tornar autor tmb mas n sei como ;-;

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    1. Ahhhh é tão incrível ler isso! Só me dá ânimo pra melhorar sempre. Eu estou pensando em várias coisas e em vários finais é uma coisa bem difícil kk. Bom.. Logo quando comecei a escrever eu fazia parte de um outro blog, creepys curtinhas. Minha dica é: Comece pelas curtas e com o tempo vai se aperfeiçoando, peça opiniões. Me manda algo por e-mail que te ajudo :)

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    2. por favor faz alguma coisa de ruim acontecer com a mae dela antes q eu faça HAUSHAUSH

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  2. É uma creepy bem curiosa, com algumas partes bem imprevisíveis também

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    1. Eu tô me esforçando super pra surpreender no final. Eu sempre mudo ok espero escolher o certo.

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  3. Cade a continuação da série "As historias de um oficial de resgate"?

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  4. Aaaaaah agora sim! Eu posso imaginar cada uma das cenas e das ações, pois a descrição está incrível. Pelo amor de glob, continue. ♡

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  5. está ótima! Muito bem escrita. Parabéns, anciosa para as continuações!

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  6. Está muito boa parabéns mas tome cuidado com alguns detalhes. A alimentação de um bailarina necessita de bastante calorias com essa dieta ela já estaria raquítica em algumas semanas sem contar o fato de falta de energia para acompanhar. A mãe nunca deixaria sua cozinha imperfeita ela quer a perfeição de sua filha logo o resto é sua maneira de dizer eu estou fazendo minha parte. Talvez uma rápida pesquisa sobre comportamento faça a parte 3 ser ainda melhor😀😀😀

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  7. Tô gostando bastante dessa história, acho que desde o primeiro capítulo já criou um bom clima de mistério, e agora tô muito curioso pra saber o que vai acontecer XD
    Apesar de eu já ter imaginado que a mãe abusava da filha de algum forma, não acho que foi previsível, eu fiquei chocado ao ver o estado das pernas da menina, e me senti mal por ela :(
    Espero que no fim essa mãe tenha o que merece u.u'

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  8. hmm to curiosa, espero a continuação

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  9. Tenso demais. Adorei, Andrey. Espero ansiosamente a continuação!

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  10. A falta de vírgulas em vários pontos do texto me incomodou, apesar de que não é nada que comprometa tanto a leitura da creepy. Tirando isso, a história é muito interessante.

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  11. Faça capitulos mais longos
    Estou curiosa.. Quero maaais

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  12. O tom noir da história me lembra e muito Aghata Christie!

    Já li vários livros de sobreviventes e conheci um pracinha que foi refém de nazistas... mais nada . Compara a essa coisa que queria Molly chama de mãe! Show Andrey

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  13. Tô adorando muito, por favor não pare ❤️

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  14. Estou super curiosa.
    To amandooooo, ansiosa para o próximo capítulo

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