Todas as noite, antes de meu irmão mais velho e eu irmos dormir, chamávamos as criaturas que vagavam pela noite. Claro que não pensávamos que funcionaria, mas era um ótimo momento em que passávamos juntos.
Ficávamos na cama, com as luzes desligadas, janela aberta para que a lua iluminasse o quarto, nossas mãos nos ombros um do outro, e nossas cabeças abaixadas, chamávamos:
"Ubi sunt vobis?"
Nunca respondiam… mas naquela noite… naquela noite foi, para dizer no mínimo, diferente. Quando chamamos, uma súbita explosão de energia subiu por nossos corpos, quase fazendo com que gritássemos de dor. Nos seguramos com mais força, tentando lutar contra a vontade de gritar em agonia.
A dor parou.
Tudo ficou estranhamente quieto, parecia que não existia nenhum tipo de som. Soltei meu irmão e olhei para trás dele, pronto para dormir, pensando que o estranho evento já tinha acabado. Mas eu estava muito errado...
Quando olhei para trás dele, vi uma grande figura, mas era difícil descrevê-la, já que o quarto estava escuro. Ele deveria ter uns 2 metros. De pé com as patas traseiras, ele era negro, quase como como o sangue escuro, veias pulsavam em seus braços e peito, como se ele fosse feito apenas de músculos. O que mais me perturbou foi o rosto da criatura... ele se parecia muito com o de um cachorro, mas seus dentes... eram dentes humanos, esticados em um sorriso maníaco. Ele tinha pequenos e redondos olhos amarelos e brilhantes que pareciam queimar em sua alma.
Ele ficou ali parado…
Alcancei meu irmão, abraçando com força, e ele respondeu com um abraço ainda mais forte, percebendo que algo estava errado. Fechei os olhos, não me atrevendo a olhar para a criatura que estava de pé em nosso quarto.
Ouvimos ela se aproximar, e ambos nos sentamos ali, tremendo, apenas esperando que a coisa acabasse com nossas vidas.
Resolvi chamar uma última vez...
"Ubi sunt vobis...?"
E ele respondeu com uma voz fria e rouca, fazendo com que eu me arrepiasse.
Sum ius hic..."
A resposta pela qual estávamos sempre esperando… desabei em choro, sabendo que ele nos mataria a qualquer momento. Voltei a olhar para a criatura demoníaca, esperando pelo meu destino.
Ela gritou, desdobrando suas assas enormes, e voou pela janela que ainda estava aberta, nos deixando tremendo de medo. Até hoje não sei o que era aquela criatura, mas sei que eu e o meu irmão não voltaremos a chama-la.
31/08/2017
29/08/2017
Relâmpago
ATENÇÃO : ESSA SÉRIE/CREEPYPASTA É +18. CONTÉM CONTEÚDO ADULTO E/OU CHOCANTE .
NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE IDADE E PESSOAS SENSÍVEIS A ESSE TIPO DE LEITURA. LEIA COM RESPONSABILIDADE.
Nós tínhamos acabado de nos mudar para uma casa de fazenda nos subúrbios. Um bairro digno de livro de histórias - vizinhos amigáveis, silenciosos, cercas de piquete e tudo mais. Basta dizer que isso deveria ser um novo começo para mim, um pai solteiro e meu filho de três anos. Um bom lugar para deixar o drama e estresse do ano anterior no passado.
Vi a tempestade como uma metáfora para este novo começo: um último show de teatro antes da sujeira do ano passado ser lavada. Meu filho adorou mesmo assim, mesmo tendo sido tão intensa. Foi a primeira grande tempestade que viu na vida. Flashes de relâmpagos inundaram os quartos vazios de nossa casa, transmitindo caixas descompactadas com longas sombras rastejantes nas paredes, e ele pulava e gritava quando os trovões rugiam. Já tinha passado da hora de dormir quando ele finalmente se sentiu confortável para ir pra cama.
Na manhã seguinte, encontrei-o acordado na cama e sorrindo. "Eu assisti o relâmpago da minha janela!", Anunciou com orgulho.
Algumas manhãs depois, me disse o mesmo. "Você é bobo", falei. "Não houve tempestade na noite passada, você estava sonhando!" "Oh..." Ele pareceu um tanto desanimado. Afaguei-lhe os cabelos e disse para não se preocupar, deveria haver outra tempestade em breve.
Então, tornou-se um padrão. Me contava como assistia o relâmpago ao lado da janela pelo menos duas vezes por semana, apesar de não haver tempestades. Sonhos recorrentes daquela primeira tempestade memorável, imaginei.
É fácil me odiar em retrospectiva. Todo mundo me assegura que não havia nada que eu pudesse ter feito, de jeito nenhum que eu pudesse saber. Mas eu deveria ser o protetor do meu filho, e essas são palavras inúteis de conforto. Revivo constantemente naquela manhã: fazendo meu café, despejando leite sobre meu cereal e pegando o jornal para ler sobre o pedófilo, as autoridades locais tinham acabado de prendê-lo. Era coisa de primeira página. Aparentemente, esse cara selecionava uma criança-alvo (geralmente um menino), vigiava sua casa por um tempo e tirava fotos instantâneas deles através da janela enquanto dormiam. Às vezes fazia mais. Meu estômago se embrulhou quando a conexão em minha cabeça foi feita.
Na época, era apenas algo da imaginação de uma criança. Em retrospectiva, é a coisa mais assustadora que já ouvi. Cerca de uma semana antes que o predador fosse pego, meu filho veio até mim usando seus pijamas. "Adivinha?", Perguntou ele.
"O que?"
"Não tem mais relâmpagos na minha janela!"
Eu entrei na dele. "Oh, isso é legal, ele finalmente foi embora, hein?"
"Não! Agora está no meu armário!"
Ainda não vi as fotos que a polícia coletou.
Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigada! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião!
Entediado?
Talvez seja tarde da noite, mas você não consegue dormir. Está entediado, ou não consegue parar os milhares de pensamentos que correm pelo seu cérebro, ou talvez tenha tomado muito café, ou esteja um pouco bêbado. Seja como for, eu estive lá, meu amigo. Sei como é sentar lá e perceber que você realmente não está vivendo o agora. Está apenas existindo. Certamente há algo que você pode fazer, não é mesmo?
Mas não importa o quê, nenhuma opção apresentada parece algo certo. Definitivamente, não é uma noite notável. Assistir TV ou jogar videogames parece ser uma tentação mental e você provavelmente esteve navegando na internet a noite toda e percebeu quão pouca satisfação está tendo disso também.
Bem, boas notícias, porque tenho uma solução. Esta opção pode exigir que você coloque calças e caminhe para algum lugar, mas vale a pena, te garanto isso.
Veja, há um prédio a nem mesmo um quarteirão de onde você mora, e a qualquer hora da noite você encontrará a entrada traseira desbloqueada. Durante o dia, o lugar é bloqueado por uma caçamba, mas por algum motivo, assim que a noite cai, a qualquer hora que caia em qualquer época do ano, você verá que a entrada traseira está aberta e aguardando por você.
O que você está esperando? O Natal? Pegue suas calças, coloque seus sapatos e levante este maldito traseiro daí. Não prometi que valeria a pena?
Apenas uma coisa. Você deve seguir minhas instruções na carta. Isso é muito importante. Entendeu? Ok, ótimo. Você está pronto? Então vamos.
O prédio está à frente. Está vendo? É um antigo complexo de escritórios que atualmente está desocupado. Não tenho certeza de quais empresas já passaram por aqui, mas, por enquanto, está vazio. Já faz anos e não me lembro de um momento em que havia um negócio real aberto lá.
Sim, claro, tenho certeza de que a entrada traseira está desbloqueada. Não disse isso? Vamos dar uma volta até lá atrás. Não se preocupe, eu sei que as luzes estão apagadas. Não é assim que este edifício anuncia ao público em geral. Apenas alguns selecionados tentaram o que você está prestes a tentar. Pare de se preocupar, ok? Vai ficar tudo bem, desde que você siga minhas instruções.
Há a entrada. Continue e tente a porta. Viu? Ela abre, assim como eu disse que abriria. Agora, vá para o primeiro elevador que ver. Como assim "está muito escuro para ver"? Apenas use sua lanterna. Você não trouxe uma lanterna? Não te disse? Ah não. Minha culpa. Bem, você já começou. Não pode mais voltar. Você não vai querer saber o que acontece se me ignorar e voltar agora. Você só precisará usar a luz da lua para continuar.
Ok, o elevador está a dez passos à frente e à direita. Este prédio tem dez andares. Você vai ao décimo primeiro andar. O que você... cala a boca, estou explicando. O que você precisa fazer é entrar no elevador e imediatamente pressionar e manter pressionado o botão para o décimo andar. Quando começar a piscar, solte-o imediatamente e toque o botão no primeiro andar...
Ufa. Você fez um bom trabalho lá. Agora o elevador está no décimo primeiro andar. Se você tivesse pressionado esses botões de forma diferente, poderia ter acabado em um andar diferente, e acredite em mim, você não quer isso.
As portas do elevador abrem em um corredor que leva direto para um sinal de SAÍDA brilhantemente iluminado. Este não é o nosso caminho. Se correr para essa saída, provavelmente nunca vai chegar lá. Se fizer isso, descobrirá que o sinal está mentindo. Em vez disso, você precisa virar para a esquerda e entrar na primeira porta que ver.
Espere! Essa é realmente a primeira porta que você viu? Você estava prestes a entrar nela sem sequer perceber que não era a primeira porta que viu. Foi a segunda. A primeira porta que você viu foi aquela que seus olhos lançaram quando estava girando. É a segunda porta à esquerda, verdade, mas foi a primeira porta que você viu depois de eu dar as instruções.
Entende o que eu quero dizer? Você deve seguir exatamente as minhas instruções que estão nessa carta. Essa é a última vez que aviso que você está escolhendo erroneamente. Preste muita atenção a partir de agora ou quem sabe o que pode acontecer?
Entre pela porta e sente-se imediatamente.
Bom trabalho. Você aparentemente entende agora. Faça o que eu digo, e apenas como eu digo, se espera passar por isso com sua sanidade e/ou vida intacta. Ignore esse suor frio no seu couro cabeludo e felicite-se por não ter fechado a porta, mas sim sentar-se imediatamente como mandei.
A sala diante de você é preta. Mais preta do que qualquer coisa que já viu. Você não consegue ver suas mãos diante de seu rosto. Precisa sentar-se lá, perfeitamente imóvel, sem mover um músculo, até eu dizer que sim.
Conte seus batimentos cardíacos. Quando chegar a vinte, levante-se. Um... dois... Lembre-se de contar batimentos cardíacos, não segundos.
Certo. Você contou vinte e está de pé. Agora, anuncie à sala: "Aquilo que é mais escuro sempre está mais perto. Aquilo que está mais perto sempre está te observando. Aquilo que está te observando, sempre está mais longe".
Você falou? Não hesitou depois de ficar de pé, não é? Você falou conforme eu ia lhe dizendo as palavras ou esperou até ouvir todas? Se esperou, você está prestes a sofrer.
Ok, parece que estão satisfeitos. Essa é uma boa notícia. Pode prosseguir. Dê um passo em frente e depois vire à direita. Avance até chegar a uma porta. Abra, feche imediatamente e fique de costas para a sala. Este quarto será tão escuro quanto o primeiro.
Pare de respirar. Mantenha o fôlego e não importa o quanto doa, não deixe sair. O que está nesta sala segue o som da respiração, e se ele ouvir algo, bem, não vou te dizer o que ele vai fazer, ou você vai liberar a respiração e correr. Continue mantendo o fôlego e conte outros vinte batimentos cardíacos.
Agora, prender a respiração deve estar realmente machucando seus pulmões. Eu já entendi. Fique de frente para a porta, mas caminhe para trás até sua parte traseira pressionar contra a parede distante. Continue prendendo a respiração. Ande devagar. Ooh, eu aposto que você simplesmente não aguenta mais, não é? Você simplesmente vai soltar a respiração. Não posso te parar. Tudo o que posso fazer é lembrá-lo de que você não está sozinho nesta sala, e respirar seria muito pior do que simplesmente segurar a respiração...
Há a parede mais distante. Sem olhar, tateia uma maçaneta. Abra. Atravesse e feche-a. Agora você pode liberar o fôlego. Parece bem agora, não é? Você está cerca de um quarto do caminho e ainda está vivo e ainda é o mesmo de quando saiu de casa. Está indo muito bem até agora.
O quarto em que você está agora não está escuro, como os outros. É iluminado por uma pequena fogueira na extremidade mais distante. Uma figura amontoada está sentada junto a esse fogo. Não vire! Pelo menos, não faça isso, até você ficar em pé e anunciar com uma voz clara: "Posso compartilhar do seu fogo por um momento?"
Agora aguarde. Conte seus batimentos cardíacos novamente. Se você chegar a dez e não ouvir nada, prenda sua respiração novamente e corra de volta através da porta que você entrou sem olhar para trás.
Certo. Foi um grunhido suave? Isso veio da figura? Seja cuidadoso. Pense muito sobre isso. Se você decidir que foi realmente um suave grunhido de ascensão, vire e vá até fogo e se agache. Ao caminhar, provavelmente percebeu que há cinco portas nesta sala, incluindo a que você encontrou.
Adormeça no lado oposto do fogo em que a criatura está, mas certifique-se de aconchegar-se na mesma posição. Nunca olhe diretamente para ele. Não vai gostar do que vai ver. Agora pode fazer qualquer pergunta que você queira. Mas tem um problema. Se for a pergunta errada, você ficará preso nessa posição, enquanto ele pode se levantar e sair. A maioria das pessoas pergunta qual porta seguir.
Bom, você está perguntando a ele qual porta seguir. E se você ouvir, ele irá dizer-lhe que é a porta direita mais próxima da que você veio.
Não levante ainda! Considere o fato de que essa figura não é sua amiga. Não conhece você, e provavelmente não gosta muito de ti. Poderia ele ter mentido? Talvez você devesse pegar exatamente a porta oposta que ele sugeriu. Ou talvez essa criatura não possa mentir, e você deva ouvi-la.
Não, não me pergunte. Eu realmente não sei. Uma dessas portas é a certa, mas nunca é a mesma porta. Você deve escolher se acredita nele ou não.
Parece que você escolheu ouvi-lo. Vamos ver o que acontece…
Uau. Parece que hoje é o seu dia de sorte. Você está indo muito bem até agora.
Você se encontra em outro longo corredor. Este é mais longo e muito, muito mais escuro. Há duas portas no final. Se você caminhar diretamente para aquelas portas, será forçado a escolher uma, e nenhuma delas está marcada. Você consegue sentir essa presença, não consegue? Aquilo que está logo atrás de você. Você pode sentir sua respiração em seu pescoço. Pode sentir o quão perto está. Os pelos do pescoço se arrepiam.
Ele vai segui-lo. Se você olhar ao redor, vai se arrepender. Não fale com ele. Não mostre que o sente de forma alguma. Apenas ande. Caminhe até ouvi-lo sussurrar. Se eu fosse você, eu daria atenção a esse sussurro. Não só o que está sendo dito como a porta de onde vem.
Você o ouve agora, não é? Sim, apenas à direita, à direita. Você parou logo que o ouviu. Ainda está ouvindo. Você está indo tão bem. Sim, ainda está lá, e sim, você ainda precisa ignorá-lo. Volte para a porta da qual ouve e ande direto para ela. Coloque a mão na maçaneta.
Agora, aqui é onde as coisas ficam complicadas. Do outro lado da porta é o que você está imaginando na sua cabeça quando segurou a maçaneta. Portanto, é de vital importância que você não pense no que mais teme. Sabe essa coisa que às vezes o mantém acordado à noite porque está certo de que, se você fechar os olhos, virá para você? Esse sentimento rastejante quando você acha que alguém está te observando? Essa ideia ou pensamento que seus pesadelos mais profundos tentam esconder de você?
Estou te avisando, se está pensando sobre isso, pare. Não gire essa maçaneta até que você tenha esvaziado sua mente. Ainda está pensando nisso? Está, não está? A presença atrás de você está se aproximando. Você tem três maneiras de sair disso. Você pode correr para as duas portas no final e aceitar o que o destino lhe reserva além delas, você pode deixar a presença atrás de você te pegar e fazer o que quer que seja, ou você pode parar de pensar sobre seu medo agora e abrir essa porta!
Seja qual for sua escolha, você não está mais entediado. Eu te disse que valia a pena.
Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigada! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião!
26/08/2017
O Mausoléu
Mario chega à sua casa e encontra um estranho a sua espera. Ele estava bem vestido, de terno e gravata, cabelo bem penteado, sapatos lustrados e um sorriso branco estampado do rosto.
-Você não me conhece, mas eu te conheço muito bem, meu nome é Romeu e sou da polícia federal.
Ele congelou da cabeça aos pés, sabia que ai viria problema e ele provavelmente seria preso. Seu último trambique foi genial, ele roubou todo o dinheiro de uma mulher casada depois de seduzi-la e jurar amor eterno, supostamente estavam roubando o dinheiro do marido e iriam fugir, porém ele fugiu só deixando-a de mãos vazias.
-Não se preocupe, não vim te prender. Eu sei que você é um dos melhores trapaceiros da cidade, pois já venho te investigando há algum tempo. Acontece que estou planejando minha aposentadoria e tenho um plano que pode tornar meus sonhos e os seus em realidade.
- Vamos entrar para termos mais privacidade.
Os dois entraram na casa e o plano foi explicado para Mario que achou tudo muito simples, mas deveria funcionar e acabar de vez com seus dias de trapaça, pois o esquema envolvia muito dinheiro.
Romeu falsificaria vários documentos dentro da polícia e Mario se passaria por um milionário que iria ao banco para transferir dinheiro para o exterior. Se tudo desse certo eles transfeririam o dinheiro para várias contas em diversos países, o que deixaria quase impossível de rastrear e os dois passariam o resto de suas vidas em férias. Alguns dias se passaram e o momento do golpe chegou, Mario foi ao banco e seguiu todas as instruções de Romeu. Duas horas depois a transferência foi confirmada.
Ele saiu do banco contente, sua vida iria mudar. Entrou em seu carro e foi dirigindo em direção ao aeroporto por onde escaparia para a Europa e depois que ele estivesse com o dinheiro na mão decidiria para onde ir. Ele parou em um sinaleiro onde foi abordado por Romeu. Mario abriu a porta confuso, pois supostamente Romeu deveria estar no aeroporto a sua espera.
-O esquema foi por água abaixo, te descobriram e estão te procurando por toda a cidade, você tem que se esconder e rápido, a polícia federal está em massa no aeroporto.
O coração de Mario disparou, o medo tomou conta de seu corpo tremulo.
-Não pode ser, aonde vou me esconder? Eu não tenho pra onde ir!
-Comigo não vai ser, pois eu não vou em cana com você. Pensando bem, minha família tem um mausoléu no cemitério no centro da cidade, se você tiver coragem posso te levar lá pois tenho a chave. A tumba de baixo da sala principal é grande e você pode ficar escondido por um tempo, se você não se importar de passar um tempo com meus familiares já mortos. - disse Romeu com um sorriso sombrio.
-Acho que não tenho escolha.
Eles chegaram ao cemitério em minutos e Romeu levou Mario até o lugar. O mausoléu era enorme e muito bonito, deveria pertencer a uma família com muito dinheiro pois custavam muito caro. Romeu abriu o portão e eles entraram, Mario notou que no chão havia uma porta que dava para a parte de baixo onde os corpos ficavam armazenados em gavetas. Romeu retirou o cadeado e abriu a porta.
- Entra ai, no final do corredor tem um disjuntor onde você liga a luz. Mais tarde eu volto e te trago comida.
Mario pegou uma lanterna que estava no do lado da porta e foi entrando, seu rosto estava todo suado, seu corpo tremia, ele não queria entrar ali, pois tinha muito medo, porém sabia que não restava outra opção.
Quando entrou na sala olhou para as gavetas onde os corpos ficavam e se apavorou, gritou e correu em direção a porta para sair de lá, provavelmente a cadeia era melhor do que aquele lugar sombrio.
Ele se surpreendeu quando olhou para a porta e viu Romeu não estava mais lá, a porta se fechou com força, o eco do metal dentro da sala o deixou tonto por alguns segundos e quando retornou a si começou a bater na porta e gritar por Romeu. O terror foi tomando conta de seu corpo até que ele desmaiou. Horas depois ele acordou do susto, seu corpo doía pela queda da escada quando desmaiou.
A luz que vinha da lanterna agora estava fraca e quase não iluminava mais. Mario chorou, estava com medo, dor e fome. Ficou imaginando se seu parceiro iria regressar ou iria deixá-lo para morrer nesse lugar tenebroso e ficar com todo o dinheiro. O ar da sala estava ficando pesado, ele sentia que não havia muito oxigênio restante. Ele se levantou e começou a olhar as portas das gavetas onde ficavam os corpos. Olhava o retrato e o nome, notou que muita gente foi enterrada ali e o mausoléu era antigo.
Percebeu que duas fotos em duas gavetas eram bem recentes, pois as fotos eram novas e foi conferir.
Seu grito uma vez mais soou pelo mausoléu, o terror do que tinha visto o fez urinar. As gavetas tinham o nome Romeu Castilho e Amanda Castilho. Amanda foi a mulher que ele roubou todo o dinheiro em sua última trapaça e Romeu seu suposto parceiro. Mario não sabia que ela tinha morrido e estava confuso, ele escutou um barulho de papel, olhou para o chão e viu que estava pisando em um pedaço de jornal.
Ele pegou o papel e viu a foto do casal, o título dizia: Marido mata esposa e se suicida quando soube que foi roubado. Mario grita uma vez mais, pois sabia que ninguém viria resgatá-lo.
O golpista levou o golpe final.
Autor: MrCalazans Grandson
-Você não me conhece, mas eu te conheço muito bem, meu nome é Romeu e sou da polícia federal.
Ele congelou da cabeça aos pés, sabia que ai viria problema e ele provavelmente seria preso. Seu último trambique foi genial, ele roubou todo o dinheiro de uma mulher casada depois de seduzi-la e jurar amor eterno, supostamente estavam roubando o dinheiro do marido e iriam fugir, porém ele fugiu só deixando-a de mãos vazias.
-Não se preocupe, não vim te prender. Eu sei que você é um dos melhores trapaceiros da cidade, pois já venho te investigando há algum tempo. Acontece que estou planejando minha aposentadoria e tenho um plano que pode tornar meus sonhos e os seus em realidade.
- Vamos entrar para termos mais privacidade.
Os dois entraram na casa e o plano foi explicado para Mario que achou tudo muito simples, mas deveria funcionar e acabar de vez com seus dias de trapaça, pois o esquema envolvia muito dinheiro.
Romeu falsificaria vários documentos dentro da polícia e Mario se passaria por um milionário que iria ao banco para transferir dinheiro para o exterior. Se tudo desse certo eles transfeririam o dinheiro para várias contas em diversos países, o que deixaria quase impossível de rastrear e os dois passariam o resto de suas vidas em férias. Alguns dias se passaram e o momento do golpe chegou, Mario foi ao banco e seguiu todas as instruções de Romeu. Duas horas depois a transferência foi confirmada.
Ele saiu do banco contente, sua vida iria mudar. Entrou em seu carro e foi dirigindo em direção ao aeroporto por onde escaparia para a Europa e depois que ele estivesse com o dinheiro na mão decidiria para onde ir. Ele parou em um sinaleiro onde foi abordado por Romeu. Mario abriu a porta confuso, pois supostamente Romeu deveria estar no aeroporto a sua espera.
-O esquema foi por água abaixo, te descobriram e estão te procurando por toda a cidade, você tem que se esconder e rápido, a polícia federal está em massa no aeroporto.
O coração de Mario disparou, o medo tomou conta de seu corpo tremulo.
-Não pode ser, aonde vou me esconder? Eu não tenho pra onde ir!
-Comigo não vai ser, pois eu não vou em cana com você. Pensando bem, minha família tem um mausoléu no cemitério no centro da cidade, se você tiver coragem posso te levar lá pois tenho a chave. A tumba de baixo da sala principal é grande e você pode ficar escondido por um tempo, se você não se importar de passar um tempo com meus familiares já mortos. - disse Romeu com um sorriso sombrio.
-Acho que não tenho escolha.
Eles chegaram ao cemitério em minutos e Romeu levou Mario até o lugar. O mausoléu era enorme e muito bonito, deveria pertencer a uma família com muito dinheiro pois custavam muito caro. Romeu abriu o portão e eles entraram, Mario notou que no chão havia uma porta que dava para a parte de baixo onde os corpos ficavam armazenados em gavetas. Romeu retirou o cadeado e abriu a porta.
- Entra ai, no final do corredor tem um disjuntor onde você liga a luz. Mais tarde eu volto e te trago comida.
Mario pegou uma lanterna que estava no do lado da porta e foi entrando, seu rosto estava todo suado, seu corpo tremia, ele não queria entrar ali, pois tinha muito medo, porém sabia que não restava outra opção.
Quando entrou na sala olhou para as gavetas onde os corpos ficavam e se apavorou, gritou e correu em direção a porta para sair de lá, provavelmente a cadeia era melhor do que aquele lugar sombrio.
Ele se surpreendeu quando olhou para a porta e viu Romeu não estava mais lá, a porta se fechou com força, o eco do metal dentro da sala o deixou tonto por alguns segundos e quando retornou a si começou a bater na porta e gritar por Romeu. O terror foi tomando conta de seu corpo até que ele desmaiou. Horas depois ele acordou do susto, seu corpo doía pela queda da escada quando desmaiou.
A luz que vinha da lanterna agora estava fraca e quase não iluminava mais. Mario chorou, estava com medo, dor e fome. Ficou imaginando se seu parceiro iria regressar ou iria deixá-lo para morrer nesse lugar tenebroso e ficar com todo o dinheiro. O ar da sala estava ficando pesado, ele sentia que não havia muito oxigênio restante. Ele se levantou e começou a olhar as portas das gavetas onde ficavam os corpos. Olhava o retrato e o nome, notou que muita gente foi enterrada ali e o mausoléu era antigo.
Percebeu que duas fotos em duas gavetas eram bem recentes, pois as fotos eram novas e foi conferir.
Seu grito uma vez mais soou pelo mausoléu, o terror do que tinha visto o fez urinar. As gavetas tinham o nome Romeu Castilho e Amanda Castilho. Amanda foi a mulher que ele roubou todo o dinheiro em sua última trapaça e Romeu seu suposto parceiro. Mario não sabia que ela tinha morrido e estava confuso, ele escutou um barulho de papel, olhou para o chão e viu que estava pisando em um pedaço de jornal.
Ele pegou o papel e viu a foto do casal, o título dizia: Marido mata esposa e se suicida quando soube que foi roubado. Mario grita uma vez mais, pois sabia que ninguém viria resgatá-lo.
O golpista levou o golpe final.
24/08/2017
Entre os Túmulos
Estou escrevendo isso porque sei que não sou louca, mas se eu não contar para alguém sobre o que aconteceu, posso não permanecer em sã consciencia por muito tempo. Começarei contando o que aconteceu há dois meses, quando Molly morreu e a minha vida mudou. Quase todos nós temos um amigo em quem confiamos, alguém que sabe como nos sentimos e o que pensamos sem mesmo trocar uma palavra. Um amigo que, não importa o quão ruim estejam as coisas, ele estará ao seu lado e irá sorrir para que você saiba que não está sozinho. Minha amiga era a Molly.
Eu sabia que algo estava errado quando a Molly não apareceu na escola, e nem respondeu minhas mensagens ou ligações por dois dias. Depois da escola, o meu pai me levou para a casa dela, mas quando chegamos a casa estava interditada com a faixa da polícia. No dia seguinte, as primeiras páginas dos jornais exibiam, “Homem espanca filha até a morte e se enforca”. Fiquei perturbada; não saí do quarto por três dias. Minha vida parou e fui reduzida a uma bola encolhida na cama, soluçando interminavelmente. Eu sabia que o pai da Molly batia nela com frequência, não importa o quanto eu falasse sobre isso, ela sempre ignorava. Eu nunca pensei que aquele bastardo acabaria com a vida dela.
A mãe da Molly tinha morrido quando ela ainda era muito nova, então sua tia preparou todo o funeral e convidou todos os colegas da Molly para prestar respeitos. Foi um lindo funeral. Como era um caixão fechado, a tia da Molly falava para todos que ela estava usando o vestido que usaria na formatura daquele ano. Meu coração quebrou-se outra vez ao ouvir isso, mal havia completado um mês que tínhamos comprado vestidos combinando. Molly foi enterrada ao lado da mãe em um cemitério local; seu pai foi enterrado em outro, não muito distante. Depois do funeral, comecei a perder o interesse nos estudos, na TV, nas músicas, em sair. Faltava às aulas frequentemente e recebia ligações da escola. Molly era grande parte da minha vida, e agora que ela se foi, sinto um vazio que nunca será preenchido.
Depois de um mês vivendo silenciosamente em meu quarto e mal indo para a escola, minha mãe entrou no meu quarto e conversou comigo. Ela me convenceu de que eu precisava continuar com minha vida, e que Molly desejaria o mesmo para mim. Com o tempo voltei a estudar, até achei a caneta tinteiro que Molly tinha me emprestado na ultima aula em que estivemos juntas. Sorri ao vê-la outra vez. Senti vontade de ver a minha amiga mais uma vez; queria contar que eu estava bem e sentia saudades. Um dia, enquanto voltava para casa depois da escola, comprei algumas flores e fui para o cemitério. Foi quando senti aquilo. No momento em que passei pelas portas do cemitério, senti algo estranho, como se o calor do meu corpo estivesse sendo sugado lentamente para fora. Lembrei de ter sentido algo assim no funeral da Molly, mas poderia jurar que era o tempo frio.
Enquanto andava pelo caminho cercado por túmulos, a sensação se intensificava. Comecei a tremer enquanto o calor deixava meu corpo. Minha respiração condensou e minhas mãos adormeceram, tudo que eu queria agora era deixar as flores no túmulo da Molly e sair. Olhei em volta, os túmulos envelhecidos, e não havia ninguém por perto, embora eu sentisse que alguém estava me observando. Muito, muito perto. Eu poderia descrever como o modo em que um animal selvagem observa um humano, analisando, procurando por uma fraqueza. Depois de longos segundos, alcancei o túmulo da Molly.
As flores caíram das minhas mãos adormecidas e meus joelhos curvaram-se. Caí de cara no túmulo. Toda a minha força me abandonou e minha visão embaçou enquanto eu escorregava para a inconsciência. A última coisa que vi antes de apagar foram as estranhas marcas de arranhões pelo túmulo da Molly e a sombra de uma figura parada atrás de mim.
Não sei por quanto tempo apaguei, mas acordei em um lugar fracamente iluminado, lutando para respirar, sentindo um frio que nunca senti em minha vida. Quando minha visão se ajustou soltei um grito sufocado. Uma criatura esguia, com a pele negra como carvão, estava sobre mim, com mãos em garras ao redor do meu pescoço, mal me permitindo respirar. Baba caia dos lados de sua enorme boca, cheia de dentes finos iguais agulhas. Ele me encarava profundamente, com o grande olho injetado que havia no centro do seu rosto. Eu bati e chutei, mas o aperto da criatura se intensificava. Então ela falou numa voz sibilante e pavorosa “Por séculos definhei nas sombras do cemitério, me alimentando dos vestígios de almas que restam nos corpos, mas agora a sua alma completa vai me restaurar”.
A criatura começou a apertar mais forte o meu pescoço e senti o sangue subir à cabeça com a pressão. Comecei a perder as forças outra vez, enquanto a vida lentamente me abandonava. Pensando rápido, deslizei minha mão para o bolso e puxei uma caneta. Senti sua forma em meus dedos e soube que era a caneta que Molly tinha me emprestado. O mais rápido que pude, retirei a tampa com o polegar e com o resto de força que me sobrara, dirigi a ponta da caneta diretamente para o olho do monstro. A ponta da caneta afundou através daquele globo gelatinoso no rosto da criatura, fazendo com que ela se atirasse para longe de mim e se debatesse pela sala, gritando. As longas garras da criatura passaram pelo meu antebraço deixando quatro finos cortes. Minha força retornou e meus pulmões se encheram de ar novamente. Fiquei de pé rapidamente e me afastei do monstro que se contorcia no chão. Vi um caixão no centro daquele pequeno lugar e atrás dele havia uma porta entreaberta, permitindo que um pouco de luz iluminasse o mausoléu. Corri para ela, passando pelo caixão, evitando seja lá qual fosse aquela coisa, e empurrei a porta. Sem olhar para trás, corri para longe do mausoléu, e quando percebi, já estava no lado mais distante do cemitério. Não perdi tempo, não sentia frio e nem fraqueza, e não daria outra chance para que aquela criatura me matasse. Apertando meu braço ensanguentado, corri para os portões, enquanto as lágrimas caiam dos meus olhos.
Quando cheguei em casa, meus pais me levaram ao hospital para que suturassem os cortes em meu braço. Eles não acreditaram quando contei o que tinha acontecido comigo no cemitério. Convenci meu pai a procurar pelo mausoléu que descrevi para eles. Mas o meu pai apenas encontrou a porta do mausoléu muito bem lacrada. Agora frequentemente visito um psicólogo, já que os meus pais acreditam que meus cortes foram auto infligidos e que eu lidava com uma depressão por ter perdido a minha melhor amiga. As vezes penso que eles podem estar certos e que eu realmente machuquei a mim mesma. Posso ter elaborado uma fantasia em minha mente para escapar da depressão. Mas quando acordo quase todas as noites, tremendo e suando frio, lembrando do momento em que aquela criatura terrível me enforcava, penso diferente. Sei que não estou louca, mas ninguém acredita em mim.
22/08/2017
O Perseguidor
As últimas e pálidas listras de luz desapareceram rapidamente atrás da extensão da cidade naquela noite. A rua, ainda úmida de uma chuva recente, brilhava fraca. As luzes da rua piscavam. E a rua ficava suspensa naquele momento intermitente entre o brilho e a escuridão.
Eu estava a caminho de casa depois de um difícil dia de trabalho, que me deixara exausto. Dei longos passos, minhas mãos fechadas em punhos se enfiaram fundo nos bolsos. Estavam geladas. Um frio que gelava minha espinha. Senti meu batimento cardíaco acelerar, minha respiração ficou mais rápida. Parei, fechei os olhos, e ouvi o som de um único passo atrás de mim. Então nada mais.
Alguém estava me seguindo.
Parei em uma rua vazia e virei a esquina, agora não havia dúvida. Eu certamente tinha um perseguidor. Não olhei para trás, apenas corri. Meus pés pisando forte no pavimento molhado. Nós corremos juntos, meu perseguidor e eu, uma dança maníaca e de alto risco. Através das ruas laterais, das traseiras e das latas de lixo. Finalmente chegamos à minha rua, pulei por cima da cerca, atravessando o quintal e corri para minha porta, uma briga insana com as minhas chaves. Eu sabia, se pudesse chegar ao porão antes de ser pego, estaria a salvo.
Corri para o meu porão, empurrei-o para abrir, depois desci as escadas, pulando as duas últimas etapas antes de me esconder nas sombras.
Meu perseguidor desacelerou enquanto descia os degraus do meu porão, cada pé caía descendo-o mais na escuridão sombria. Um fraco raio de luz brilhando pelas escadas do porão permitiu que eu visse a mão do meu perseguidor tateando o caminho ao longo da parede do porão frio, procurando um interruptor de luz. Ouvi cada respiração dele, irregular, pesada e molhada.
À medida que sua mão se encontrou com o interruptor da luz, ele rapidamente o acendeu.
Assisti enquanto o homem do uniforme azul estava congelado de terror quando seu olhar varreu a sala. Das paredes manchadas de sangue até o congelador sangrento no canto com o que restava do meu jantar anterior na mesa cirúrgica.
Ele não me escutou rastejando atrás dele, mas ele deve ter sentido minha respiração pesada enquanto esvaziava uma seringa cheia em seu pescoço. "Bem, oficial", eu sussurrei na orelha do policial enquanto seu corpo enfraquecia. "Parece que você solucionou este caso".
Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigada! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião!
19/08/2017
Ivy
Estou começando a achar que meus pais não me amam.
Eu sei, eu sei. Você deve estar pensando o mesmo que os outros. “Eles te amam sim, Bárbara, isso acontece com todo mundo nessa fase. Se você conversar com eles, aposto que vai entender”. Mas não entendo. Eles nem sequer falam mais comigo, e acham que estou doente, pois todos os dias sou obrigada a ir ao médico.
Mas nem sempre foi assim. Meu pai, dono de uma empresa de automóveis no centro da cidade, sempre foi o meu maior herói. Sempre fomos apaixonados por carros. Tínhamos um armário inteiro de revistas sobre eles em um armário na garagem. Carros antigos, carros atuais, carros do futuro. Todos eles nos deixavam alucinados. Minha mãe também era a melhor mãe do mundo. Ela era professora na escola onde eu estudava, e sempre se importou muito com a educação, o que às vezes a torna um pouco chata, principalmente por causa do jogo de esconder. Ele funciona mais ou menos assim: toda vez que sou malvada, ela pega um de meus brinquedos favoritos e o esconde, até eu voltar a ser boazinha, o que demora um pouco, pois sempre acabo ficando bem irritada.
Mas mesmo assim éramos uma família muito feliz. Tínhamos uma bela casa, um belo cachorro quase maior que eu chamado Tobby, a cidade era linda. Tudo estava ótimo. Mas foi aí então que mamãe ficou grávida, e as coisas deixaram de ser tão legais quanto antes. Todo tempo agora era dedicado a médicos e novos quartos e novas mobílias. A vovó e o vovô nem ligavam mais para mim, e as revistas de carros começaram a ser substituídas por revistas de bebês.
Não demorou muito para que o bebê nascesse. Era uma menina, e meus pais a chamaram de Ivy. Ivy era o bebê mais irritante de todos os tempos. Chorava o dia inteiro, e atrapalhou completamente a nossa vida. Minha mãe agora estava sempre irritada, não tinha mais tempo pra mim, e quando tinha, era para ser malvada.
As noites, antes silenciosas, agora eram preenchidas por gritos de criança e luzes acesas para atendê-la. Porém, na noite de terça da semana passada, fui acordada apenas pelos gritos de minha mãe. Tobby levantou debaixo da minha cama assustado, e seus pelos ainda estavam molhados da tentativa de banho que dei a ele, pois ele havia se sujado muito em nossa última brincadeira. Mamãe ainda gritava quando escutei papai tirar o carro da garagem às pressas, e a polícia apareceu em casa alguns minutos depois. Mamãe estava muito triste, e acho que sei porquê. Ela estava sendo muito malvada.
Escondi o bebê.
Tobby me ajudou.
Autora: Mayara Bianca
Eu sei, eu sei. Você deve estar pensando o mesmo que os outros. “Eles te amam sim, Bárbara, isso acontece com todo mundo nessa fase. Se você conversar com eles, aposto que vai entender”. Mas não entendo. Eles nem sequer falam mais comigo, e acham que estou doente, pois todos os dias sou obrigada a ir ao médico.
Mas nem sempre foi assim. Meu pai, dono de uma empresa de automóveis no centro da cidade, sempre foi o meu maior herói. Sempre fomos apaixonados por carros. Tínhamos um armário inteiro de revistas sobre eles em um armário na garagem. Carros antigos, carros atuais, carros do futuro. Todos eles nos deixavam alucinados. Minha mãe também era a melhor mãe do mundo. Ela era professora na escola onde eu estudava, e sempre se importou muito com a educação, o que às vezes a torna um pouco chata, principalmente por causa do jogo de esconder. Ele funciona mais ou menos assim: toda vez que sou malvada, ela pega um de meus brinquedos favoritos e o esconde, até eu voltar a ser boazinha, o que demora um pouco, pois sempre acabo ficando bem irritada.
Mas mesmo assim éramos uma família muito feliz. Tínhamos uma bela casa, um belo cachorro quase maior que eu chamado Tobby, a cidade era linda. Tudo estava ótimo. Mas foi aí então que mamãe ficou grávida, e as coisas deixaram de ser tão legais quanto antes. Todo tempo agora era dedicado a médicos e novos quartos e novas mobílias. A vovó e o vovô nem ligavam mais para mim, e as revistas de carros começaram a ser substituídas por revistas de bebês.
Não demorou muito para que o bebê nascesse. Era uma menina, e meus pais a chamaram de Ivy. Ivy era o bebê mais irritante de todos os tempos. Chorava o dia inteiro, e atrapalhou completamente a nossa vida. Minha mãe agora estava sempre irritada, não tinha mais tempo pra mim, e quando tinha, era para ser malvada.
As noites, antes silenciosas, agora eram preenchidas por gritos de criança e luzes acesas para atendê-la. Porém, na noite de terça da semana passada, fui acordada apenas pelos gritos de minha mãe. Tobby levantou debaixo da minha cama assustado, e seus pelos ainda estavam molhados da tentativa de banho que dei a ele, pois ele havia se sujado muito em nossa última brincadeira. Mamãe ainda gritava quando escutei papai tirar o carro da garagem às pressas, e a polícia apareceu em casa alguns minutos depois. Mamãe estava muito triste, e acho que sei porquê. Ela estava sendo muito malvada.
Escondi o bebê.
Tobby me ajudou.
Autora: Mayara Bianca
13/08/2017
Marcas de nascença
Você sabia que algumas pessoas têm marcas de nascença?
Bem, essas marcas foram feitas quando Eles tentaram roubar você de seus pais e trocar você com uma das réplicas Deles.
Se você tem uma marca de nascença, significa que Eles falharam.
Se você conhece pessoas que não possuem uma, eu não confiaria Nelas.
11/08/2017
Acesso Final
Boa noite habitantes do vago e escuridão, meu
nome é Thiago, mais um servo do profano e tradutor deste blog. Como minha
primeira postagem, venho lhes trazer uma história de minha autoria, sejam
críticos, comentem, apontem, critiquem e não perdoem pois no final não serão
perdoados.
Sim, é verdade! Nunca tive muitas ambições ou perspectivas em demasia,
me contento com o mínimo e sempre foi assim. Carreira, faculdade,
especialização, curso, nada disso… Música, atuação, talento para o esporte,
nada se encaixou, meu rosto é e sempre será mais um na multidão, provavelmente
você não se recordaria dele, provavelmente…
Tive alguns empregos, uns bicos uma ou outra oportunidade, desprezado
pelas pessoas, minimizado, ridicularizado e como consequência vindo de
meus superiores sempre ouvi a mesma coisa : Falta de motivação, proatividade,
vontade e interesse.
Pra mim sempre foi simples, nunca quis ser supervisor, gerente, dono,
nadar em dinheiro, o que recebia era pelo que produzia, então isso é justo.
Acabei desempenhando a função de controlador de acesso nos últimos três
anos (porteiro).
Uma atividade simples "qual é o seu nome? pra onde vai?".
Apesar de sofrer uma certa rejeição pela relevância do meu cargo, na
grande maioria das vezes conseguia " tirar " algo de alguém de quem
passava por mim, um salgado, um espetinho, um chocolate, sempre algo que
pudesse comer e me dava por satisfeito.
Esse meu "talento" de sempre poder reter algo de quem cruzava
meu caminho era invejado e consequentemente um dos motivos que despertava
indignação nas pessoas que me comandavam em minhas funções, eu poderia tirar,
mas não o fazia, creio que se realmente desejasse poderia convencer o diabo a tocar
fogo em seu próprio corpo!
Infelizmente, minhas ambições sempre foram reduzidas a nada…
Após um tempo na função, decidi que iria tiras férias em alguma
cidadezinha do interior, observar o pasto e conhecer gente simples, ficar no
hotel assistindo filmes, tomando cervejas carregadas em trigo e talvez usar a
piscina.
Passado a primeira semana já me encontrava bem entediado após contemplar
os poucos 1977 canais disponíveis em suas mais variadas línguas, formatos e
públicos-alvo possíveis e imagináveis.
Descobri através da camareira um “Pub” em que boa parte da cidade se
encontrava dia após dia ali, era de conhecimento de todos os moradores,
provavelmente o patrimônio histórico da cidade, gerações e mais gerações
frequentaram o local, passei a visita-lo também, fazia minhas refeições, bebia
até cair, mas sempre sem me relacionar com ninguém, apenas acenos com a cabeça,
posicionava-me frente a única porta do local, observa os populares e
principalmente as idas e vindas, o acesso!
No terceiro dia de visita, estava como de costume sozinho em minha mesa
observando as pessoas conversarem, dançarem, beberem entre outras coisas também
de olho nas portas fechadas do estabelecimento, após uns quarenta minutos de
introspectividade um homem que aparentava ter seus 50 anos de idade sentou-se
na única cadeira vazia em minha mesa, de frente para mim, obstruindo minha
visão da entrada, fez menção com a mão esquerda antes como se perguntasse “Posso?”.
Concordei erguendo meu copo vazio, ele sorriu e se sentou. Tinha os olhos
amendoados, eram bem claros quase amarelos. Não possuía barba, que era
extremamente bem feita como se ali nunca jamais houvera um único fio.
Eu não havia reparado ou talvez houvesse surgido do nada mas em sua
outra mão trazia um copo de Whisky e um fino cigarro de confecção própria.
Usava um chapéu que parecia de cowboy, camisa xadrez vermelha e azul
trajando uma jaqueta bem simples de couro que parecia ser feita sob medida e
jeans azuis, não consegui ver os seus sapatos apenas.
Após apoiar o copo na mesa estendeu a mão para me cumprimentar, de
relance pude ver suas unhas bem aparadas, mão bem cuidada com um anel em cada
dedo. Os ponteiros marcavam 15:33, sol raiva, mas o ambiente era fresco e
agradável, as janelas possuíam blackout fazendo com que ficasse completamente
escuro se não fosse a aconchegante meia-luz dos simples e empoeirados lustres.
Conversávamos sobre trivialidades, papo vai, cerveja e whisky vem,
fumaça vai, shots vem...
- Então, Senhor Lucius, o que faz ou fez para ganhar a vida? - perguntei
descontraído.
- Administro pessoas. – respondeu com um sorriso e já emendou: - E você
Jackson, tão novo e inteligente o que faz ?
- Sou controlador de aces... porra, sou porteiro! E ergui meu copo
novamente.
- O senhor é gerente, gestor, supervisor ou algo do tipo?
- Exato, algo do tipo. Sempre com um lustroso sorriso.
- Mas me diga você, não quer fazer faculdade, um curso, tocar um
instrumento, seguir uma profissão?
-Eu já sigo, controlo acesso. Pra mim, já é o suficiente.
- E quer isso pro resto da vida?
Não quer ter sua própria empresa, ser rico, comandar, mandar, ditar,
lide...
-Não, não tenho esse tipo de desejo, ganhar e cobrir o que consumo está
de ótimo tamanho, não almejo, não quero explorar ninguém, não quero maiores
responsabilidades. Veja como é simples, você me diz seu nome e pra onde vai,
após meu processamento todo o resto é problema seu, a história acaba ali pra
mim, não vejo nada de errado com isso.
Lucius balançou a cabeça como se reproduzisse a expressão corporal de “mais
ou menos”, ainda que não fizesse sentido no contexto...
- Então diria que o que te define o que você quer é apenas observar e
controlar o acesso, apenas isso? Nada mais?
- Não é como se não tivesse coração,
não achasse bonito um casal de mãos dadas, o abraço de uma mãe em seu filho,
reencontro de amigos... Mas não tenho e não anseio nada disso para mim,
vantagens, família, relações, amizades, patrimônios, propriedades... Eu só quero
passar, viver, olhar, da minha maneira, sem influenciar, mudar a vida de
alguém, guiar ou dar sentido... é simples assim.
Ao enrolar um novo cigarro e acendê-lo
o homem de chapéu de cowboy deixou escorregar o anel de seu dedo indicador para
perto do cinzeiro e rumou ao sanitário. O anel tinha uma opala de fogo,
chamativa, linda, encantadora e poderosa por um momento me imaginei utilizando
o anel, apenas para experimentá-lo e nada mais, olhei para ele e estiquei ambas
as mãos para avaliar em qual dedo se encaixaria melhor, mas ainda assim não
tive o ímpeto de fazê-lo, apenas observá-lo...
O homem ressurgiu atrás de mim, fez o
contorno e a medida que deixou seu corpo cair novamente na cadeira deslizou o
dedo indicador em toda extensão circular do anel que voltou ao seu lugar
original como um ímã.
-Bom, sei que está de férias mas tenho
uma proposta para te fazer... Como te disse administro pessoas, pessoas de
talento, atrizes, atores, bandas, atletas, esse tipo de gente que ganha muito
fazendo pouco e que você reconhece pelo primeiro nome.
-Ah, então o senhor é um agente,
empresário, manager sei lá hahaha.- muita,
muita cerveja...
- Algo
do tipo, mas sem toda essa burocracia, mídia, contratos, é mais parecido como
um pacto mesmo.
- Olha, te adianto logo de cara que
não tenho nenhum talento a ser agenciado, muito menos vender minha alma por
algum tesouro ou habilidade latente.
Ambos rimos muito após esse
comentário.
-Em uma fazenda aqui perto eu
patrocinarei uma festa em que essas pessoas estarão reunidas, alguns paparazzis,
apenas os com as melhores conexões estarão informados e fariam de tudo pra
entrar na festa e conseguir uma foto da ganhadora do grammy deste ano
completamente bêbada e drogada. Um ou outro presidente de fã clube deve estar a
par também, sem contar em outros “agentes” que se aproveitariam do momento para
firmar contrato com as minhas estrelas...
-Hm, certo.
- Seu trabalho é controlar o acesso
dessas pessoas, deixar entrar apenas aquelas que lhe darei o nome. Quanto você quer
não apenas pelo trabalho, mas para não ceder as ofertas tentadoras? 100 mil,
150 mil?
Eu ri ainda mais com a oferta.
- Você está oferecendo 150 mil por uma única noite de trabalho de um porteiro?
Ou você está brincando comigo, ou está louco ou é apenas um velho que quer
torrar dinheiro, talvez eu te lembre um filho que faleceu? Perguntei com
sinceridade.
- Não estou brincando, o que desejas ?
-Observar e controlar o acesso, que
até o fim de minha existência estaria ótimo, pode me pagar o que se pagaria
normalmente pelo dia de serviço da minha categoria, não precisarei de
transporte e comida então algo em torno de 50 estaria ótimo.
- Estás desprezando uma aposentadoria
inteira e uns 19 anos luxuosos por um trocadinho mixuruca?
-Não é isso, agradeço a oferta e
aceito o trabalho nesses termos, tudo bem?
- Jackson, alguém já elogiou sua falta
de ambição?
-Nunca, muito pelo contrário, nunca
entenderam...
-Ah mas eu entendi e estou te administrando desde que nos cumprimentamos,
negócio fechado então!
Acontece que vim a entender que
observar e controlar o acesso por fim eram minhas ambições, sonhos e fervorosa
paixão, acontece que possuo diversas coisas que milhares de seres humanos
desejaram a vida toda e nunca terão, vi a ruína ainda que de uma posição baixa
de todos aqueles que exerceram algum tipo de poder sob mim.
Eu controlo o acesso, o acesso final e
com certeza TODOS os que passam por mim rumo a toda eternidade em chamas se
lembram de minha face, após 3333 anos nada mudou, continuo querendo saber
apenas seu nome, mas já sabendo o destino que irá tomar. A única coisa que restou
de mim fora a vontade de observar e controlar as idas e vindas (apenas ida
nesse caso) foi a habilidade de “tirar” algo das pessoas, mas infelizmente já
não é algo que me satisfaz, quem precisa de lamúrias, desabafos, confissões,
arrependimentos ou a própria carne e osso em si?
Talvez tenha sido escolhido para o
cargo por não desejar ter sucesso, viver para sempre, ter dinheiro, fama, ser
feliz, ter família, queria apenas observar, controlar sendo justo e vivendo
para mim. Depois desses três milênios fui conversar com meu empregador, disse
que queria férias, em uma cidadezinha do interior no mundo terreno. Não
esperava uma resposta positiva, sei muito bem que se alguém entra aqui...
jamais sairá...
Para minha surpresa ele me concedeu
esse período de férias, com certeza sentiu que eu não desejava escapar e que
com certeza voltaria para cumprir minha função. Antes de sair ele me disse :
- Respondendo sua pergunta, sim, você
me lembra alguém, você faz com que eu lembre de meu pai.
Depois de alguns dias recluso, decidi
ouvir um pouco de música ao vivo em um estabelecimento que apresentava novas
atrações diariamente. No terceiro dia de visita, uma mulher na casa dos 50 anos,
cabelos ondulados e longos com camiseta regata listrada preto e branco, calças
jeans azuis, não pude saber o que calçava, vinha agitando uma garrafa que
parecia ser de barro com um delicioso cheiro de trigo sentou-se em minha
frente.
Com a mão cheia de anéis, um pra cada dedo me deu um cigarro que parecia ter
sido feito manualmente, ao ocupar minha boca foi logo dizendo: - Não tenho nada
para despertar sua ambição, mas gostaria de ouvir uma proposta de emprego?
10/08/2017
O homem que me amava
Eu o conheci
quando fiquei doente, meu marido tinha me deixado, incapaz de aceitar que eu
poderia nunca ficar curada. Ele me disse que eu era linda, me disse que era
injusto eu estar doente, que ele cuidaria de mim, e que se certificaria em me
deixar confortável.
Ele era
verdadeiro com as palavras, me mudei com ele, e ele me tratou muito bem. Ele me
alimentou, escovou meus cabelos, e sempre falou o quanto eu era bonita; mesmo com
os fios do meu cabelo saindo em grande quantidade na escova, e a minha magreza
que se acentuava mais.
Hoje ele veio
ao meu quarto, com o rosto pálido, as mãos apertadas em seus braços
ensanguentados, e removeu as amarras que me prendiam à cama. Mesmo doente eu
era rápida, e não demorou muito para que eu o prendesse no chão ensanguentado,
a única evidência de minhas refeições, e enterrasse meus dentes em sua carne.
Eu estava
devorando aquele homem, aquele que cuidou tão bem de mim nos últimos meses, ele
deixou escapar um suspiro, descansando suas mãos no que havia restado dos meus
cabelos. Meus dentes rasgaram a carne do seu peito, meus olhos nublaram-se e
minha visão escureceu; apenas seu cheiro e sua voz me lembravam de quem ele
era...
O homem que
me amava.
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