30/06/2017

Creepypasta dos Fãs: O que é isso na minha bolsa?

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Moda foi a minha paixão desde pequena, e há algumas semanas, eu consegui o emprego que eu tanto queria. Ainda estava na faculdade de design e era somente um emprego de meio período, mas o salário era muito bom e eu iria trabalhar com o que eu mais amo: moda. Minha família não tem muitas condições de me pagar roupas de grife, mas mesmo com um orçamento pequeno, eu conseguia ter muito estilo, e isso era algo que me elogiavam sempre. Estudo em uma faculdade particular considerada de “ricos”, na qual eu entrei com uma grande bolsa de estudos. Minha turma era bem legal, com exceção de duas meninas, Kim e Jade. As duas eram as mais populares e mais ricas da faculdade. Para ter uma noção, a festa de aniversário de 15 anos da Kim foi em Barcelona. Isso, você leu direito. BARCELONA, e sem contar o presentinho que Jade ganhou quando completou 16 anos: uma bolsinha que facilmente poderia comprar o carro dos meus pais... Enfim, as duas eram melhores amigas e adoravam me zoar e de me chamar de pobretona, mas na real, eu sabia que as duas tinham inveja de mim.

Os primeiros meses de trabalho foram se passando e fui recebendo meu salário, e estava pensando... Já que eu amo tanto moda, eu deveria investir em algo que complementasse um look por inteiro, mas no que será que poderia investir? Uma joia? Um sapato? Já sei, uma bolsa! Sempre sonhei em ter bolsas de grifes famosas e já estava na hora de investir em algo do tipo. Peguei meu cartão de credito e fui à procura da minha bolsa dos sonhos. Fui para o shopping e vasculhei todas as lojas, mas não achava nada de interessante. Decidi ir embora, e no caminho para casa, passei por uma esquina onde havia um pequena loja, e em sua vitrine havia uma linda bolsa de couro preta e com detalhes em prateado, um verdadeiro sonho... Nunca tinha visto aquela loja por lá, era pequena e toda decorada em madeira. Entrei na loja, focada na bolsa, e fui direto ao balcão, onde havia uma vendedora lendo um livro, e foi quando eu perguntei:

- Boa tarde. Eu gostaria de levar aquela bolsa preta que está na vitrine, por favor.

A vendedora me olhou com uma cara de desconfiança e disse:

- Sinto muito, aquela bolsa não está à venda.

E foi quando começamos um diálogo não muito amigável...

- Me perdoe, mas aquela bolsa está na vitrine e com a etiqueta de preço do lado dela. Como assim ela não está à venda? - eu indaguei.
- A bolsa não está à venda! - Disse a vendedora, quase gritando.
Olhei surpresa para ela, e com uma raiva gigante eu disse:

- Eu não sairei daqui sem aquela bolsa, querida!

A vendedora, sem saber o que fazer, olhou para um senhor que estava nos espionando de uma porta. Parecia ser o gerente da loja, que fez um sinal de aprovação para ela. Ela então disse:

- Crédito ou débito, senhora?
- Crédito, por favor...

Saí da loja muito feliz em ter achado a minha bolsa dos sonhos, mas ao mesmo tempo, saí confusa pelo fato daquela mulher não querer me vender a bolsa. Chegando em casa, fui checar meu celular e vi que eu amigo estava organizando uma festinha e havia me convidado. Fiquei animada, pois já ia estrear minha bolsa nova com grande estilo. Passaram-se os dias, até que o dia da festa finalmente havia chegado. Na noite da festa comecei a me arrumar, coloquei um vestido preto e uma bota com salto, para combinar com minha amada bolsa. Me diverti demais naquela festa. Eu e meus amigos dançamos, bebemos e colocamos o papo em dia, até que chegou a hora de ir embora. Eu morava perto do local da festa, então decidi ir andando mesmo. A rua estava escura e vazia, e eu já estava com medo de estar sozinha quando comecei a sentir uma presença atrás de mim. Levemente virei a cabeça para olhar, mas não vi nada. Fiquei aliviada, mas quando olhei para frente novamente, vi  a figura de um homem bem na minha frente, todo de preto e usando um boné. Naquele momento eu não consegui nem respirar, o medo me deixou paralisada, o homem tinha uma arma e apontava ela para o meu rosto, foi quando ele disse:

- A bolsa ou sua vida...

Levemente, peguei minha bolsa e entreguei para o homem que saiu correndo logo em seguida. Fui perambulando até minha casa sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Fui para meu quarto e comecei a chorar desesperada. O nervosismo foi tanto que tive que ir correndo para o banheiro vomitar, voltei ao meu quarto e apaguei na minha cama de tanto chorar. Acordei e não consegui abrir os olhos. Chorei tanto que meus cílios haviam grudado um no outro, estava com muita ressaca devido a festa de ontem, esfreguei meus olhos para conseguir enxergar novamente e tive uma grande surpresa: minha bolsa , que fora roubada na noite anterior, estava na minha estante, como eu havia deixado antes de ir à festa.

Como pode a bolsa ter voltado para meu quarto sendo que ela foi roubada? Pensei que deveria ter sido só um sonho, afinal, bebi muito noite passada e não me lembro bem o que ocorreu na festa, mas o que me assusta é o fato de que aquele assalto eu consigo me lembrar muito bem... Deve ter sido somente um pesadelo que ficou na memória, pois foi muito assustador. Por via das dúvidas, chequei por dentro dela e vi que estava tudo lá, até mesmo uma pequena tira do que parecia ser um boné que estava manchado com uma tinta vermelha estranha. Deve ter sido de algum dos meninos da festa, lembro que havia gente usando boné naquela festa...

Chequei meu celular e levei um susto, pois eu estava atrasada para a faculdade. Me arrumei correndo, coloquei um caderno e uma caneta na minha bolsa e saí. Por sorte, consegui chegar a tempo. Estavam todos conversando, e Kim e Jade, atrasadas como sempre, chegaram logo depois de mim, e eu tive o azar de sentar atrás de Kim, que olhou para minha bolsa com a inveja estampada na cara, como era de costume, e disse:

- Como vai, pobretona? Bolsinha nova? Comprou onde? No brechó?

Jade, logo em seguida, riu. Não dei bola e mostrei meu dedo do meio. Kim já ia partir para cima de mim quando o sinal tocou e o professor chegou na sala de aula.

- Salva pelo gongo... - disse Kim.

O tempo foi passando quando finalmente o sinal toca, avisando a hora de irmos para casa. Eu estava extremamente apertada e saí correndo para o banheiro, e acabei esquecendo minha bolsa na minha carteira. Avistei Kim entrando na sala de aula com um sorriso suspeito em seu rosto. Após voltar do banheiro e entrar na sala de aula, vi que minha bolsa não estava mais em lugar nenhum. Desesperada, procurei em todos os lugares, mas mesmo assim, não a encontrei. Fui para a portaria da faculdade para ver se alguém havia visto minha bolsa, mas acabei vendo algo que me deixou fervendo de raiva: Kim e Jade entrando em um carro e minha bolsa nas mãos de Kim.

- Filha da puta! – Gritei enquanto via aquele carro indo embora.

O que faço? Ligo para a polícia? Droga! Meu celular estava dentro da bolsa e meu telefone fixo está com defeito... Quer saber? Amanhã vou encher a cara delas de porrada, e farei elas provarem do próprio remédio. Fui para casa morta de raiva.

No caminho, vi várias viaturas e ambulâncias, todas paradas em uma rua cheia de oficiais. Decidi ver o que era, e havia uma lona grande cobrindo o que parecia ser um corpo, e um dos policiais me parou e diz:

- Senhora, peço que se retire, o local está interditado.
- Me desculpe, mas o que aconteceu?
- Um rapaz foi morto e seu corpo mutilado, e estamos à procura do assassino.
- Um rapaz? Quando ele foi visto pela última vez?
- Ontem a noite.

Fiquei assustada, pensando que poderia ter sido um dos meu amigos.

- Você tem alguma foto da vítima? –  Perguntei ao policial.

Ele me mostrou a foto do rapaz e eu fiquei totalmente em choque. O rapaz, em questão, era o homem que havia me assaltado no meu suposto “pesadelo”, e foi quando o policial me disse:

- Esse rapaz era conhecido por assaltar pessoas nessas redondezas, e ele se vestia todo de preto e usava um boné, e ontem, na noite de sua morte, foi visto pela última vez correndo com uma bolsa em suas mãos.

Naquele momento eu fiquei totalmente sem palavras. Aquilo não era pesadelo, era realidade, mas como minha bolsa pode ter voltado para mim? Isso não faz o menor sentido...

- Peço que se retire e volte para casa, está escurecendo e pelo visto há um assassino a solta – disse o policial.

- O...Ok, Bo... Boa tarde – disse eu, chocada.

Fui correndo para casa e cheguei muito cansada, e com muita raiva de Kim. Terminei meus estudos diários e fui dormir.

Acordei com muita dor de cabeça, estava tonta e não conseguia enxergar muito bem. Balancei a cabeça e minha visão foi voltando, e no momento em que ela voltou, fiquei em choque ao ver que minha bolsa estava na minha estante novamente.

- Não, não é possível... Como? Eu vi essa bolsa com a... Essa não...

Peguei minha bolsa para verificar dentro dela, e foi quando tirei um anel de dentro de um dos bolsos...

- E... Esse anel, esse anel é de Kim! Ela havia ganhado esse anel no seu aniversário de 15 anos... Eu preciso ir para a faculdade agora!

Me arrumei rápido e, ao chegar em minha sala de aula, me deparei com Jade, desesperada, chorando, e pessoas ao seu redor para tentar ajudá-la. Jade, chorando, disse:

- Ela desapareceu!!! Kim, minha melhor amiga, desapareceu!!!

Naquele momento, tudo em minha volta ficou em silêncio. Voltei para casa correndo e liguei a televisão no canal de notícias, quando vi algo que me fez gelar por completo:

- Kim Jackson, estudante da faculdade de design, foi encontrada morta em um beco. Seu corpo foi mutilado e não há nenhum indício do assassino. Kim foi vista pela ultima vez saindo de um carro, ela usava um vestido vermelho, sapatilhas e uma bolsa preta.

- Não... Não... Não! Não irei fazer parte disso! Irei dar um fim nessa loucura toda!

Peguei aquela bolsa, joguei ela na churrasqueira da minha casa, encharquei ela de álcool e, sem pensar duas vezes, coloquei fogo. Esperei ela queimar por completo. Aliviada, fui dormir um pouco mais calma, mas tudo isso durou pouco.

Tive um terrível pesadelo onde corria de algo que queria me matar. Eu não conseguia gritar e a criatura ficava cada vez mais perto de mim. Tentei acordar, mas não adiantou. Senti ela puxando a minha mão com muita força, e com isso, acordei no susto. Estava sentindo uma dor terrível na minha mão, e quando olhei, um dos meus dedos havia sido decepado e minha cama estava encharcada de sangue. Soltei um berro que, logo em seguida, foi calado, pois vi aquela bolsa do meu lado, e em seu couro havia escrito com sangue: Você não vai se livrar de mim.

Acho que já sei onde meu dedo está...

Autor: Guilherme Araújo
Revisão: Gabriela Prado


29/06/2017

A Dupla

Meu nome é Chucky, estou me mudando para uma casa em Connecticut nos Estados Unidos, fiquei sabendo coisas fantásticas sobre o lugar, é uma pena que não tenham muitos vizinhos por perto. Os donos vão me hospedar na casa deles por algum tempo, minha animação é tanta que estou roendo as unhas do pé haha!

Mal cheguei e já foram me colocando no quarto, aqui fede e tem bastante poeira, mas já dormi em lugares piores, não vou morrer se dormir aqui, minha cara é bem pior que tudo isso, porém não vêm ao caso nesse momento.

Não me trouxeram nada até agora, nem uma torta de maçã e muito menos um copo de Uísque; estou ficando entediado e não tem nada para fazer nessa merda.  A menininha na caixa de vidro acenou para mim, acho que vamos nos dar muito bem.. Seu nome é Annabelle.


Aviso> (Faltam somente ajustes para o final da ''A Coisa Embaixo da Paulista'', ainda estou trabalhando em ideias porque quero dar um final bem trabalhado para vocês. Mês que vêm meu tempo vai ser um pouco mais corrido e vai ser assim durante 7 meses pois vou estudar de manhã e a tarde, mas não se preocupem, nos tempos que eu tiver livre vou escrever e mesmo que demore, entregar algo que não foi feito as pressas. Ano que vêm se eu conseguir juntar uma boa grana quero lançar um livro.) (O que acham dessa mini creepy virar uma série futuramente?) 

23/06/2017

Creepypasta dos Fãs: O prédio

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Moro no segundo andar em um sobrado e todos os dias eu olho pela janela do meu quarto. Não é uma vista tão bonita, mas daqui de cima consigo ver parte da cidade. Se olhar à esquerda se vê casas ao longe, prédios, uma antiga igreja, veículos seguindo seus caminhos... Eu gosto mesmo é de olhar o movimento da minha rua, principalmente quando está chovendo onde as pessoas se molham mesmo usando guarda-chuva, e observo a chuva caindo e correndo pelo chão, as árvores se hidratando, os pássaros se acolhendo...

No quarteirão onde moro não há muitas casas. Do outro lado da rua há uma empresa que está fechada no momento, e, se eu olhar mais para baixo, há outra firma que faz pães, por isso há sempre um cheiro agradável quando se passa por lá. Mais em cima há algumas casas que não fazem diferença a esta história, porque olhando diretamente para frente, provavelmente há uns cinco ou mais quarteirões, me dando a vista de um prédio. Ele é um prédio antigo que tem três cores diferentes – cinza na maior parte, marrom no centro e algumas partes em vermelho.

O prédio, que eu o chamo carinhosamente de o prédio maldito, é a primeira coisa que eu olho quando vou à janela. Fico hipnotizada não pela sua beleza, pois ele não é nem de longe bonito, e nem pelas suas características. Eu fico hipnotizada pela estranha sensação e arrepios que ele me causa. Ele me observa como um predador observa sua presa, parado, quieto, a espreita, olhando cada movimento meu, mesmo quando eu não o estou vendo.

Em uma noite de lua cheia, resolvi apreciá-la na sua fase mais resplandecente. Assim que abri a janela, já de madrugada, me deparei com o prédio maldito em chamas. Ele estava completamente tomado por chamas amarelas e alaranjadas. Minha primeira reação foi de susto: meu coração acelerou, meu cérebro travou e minhas pernas bambearam. Mas essa emoção não durou muito para dar lugar à segunda reação. A reação de dúvidas e incerteza, pois reparei que não havia fumaça. Nenhum sinal de fumaça. Me questionei se havia fogo mesmo, mas as labaredas estavam ali. Como poderia não haver fumaça? Onde há fumaça, há fogo, mas quando não há fumaça existe fogo? O encarei por longos minutos para observar o movimento. Não havia movimento algum, na verdade. Eu nunca, em todos esses anos, consegui ver alguém no prédio maldito. Talvez seja porque ele está longe o suficiente para não conseguir enxergar, mas me questiono se é possível ver nenhum movimento por tanto tempo.

Ele está bem cuidado demais – apesar de aparentar ser bem antigo– para não haver moradores. Depois de perder a noção do tempo ao observar o prédio maldito, constatei que não havia fogo. No dia seguinte, assim que acordei, a primeira coisa que fiz foi me certificar que o prédio ainda estaria lá inteiro e sem evidências de que um dia já pegara fogo.  E estava. Seria uma peça pregada pela minha própria mente ou o prédio maldito querendo me enganar?

Os dias se passaram e eu continuava a minha rotina de observar o prédio. Em um dia particular, avistei o que parecia ser uma pessoa na janela. Essa pessoa me olhava fixamente e eu tinha a impressão de que ela conseguia, ao contrário de mim, infelizmente, olhar dentro dos meus olhos, apreciando a cor amarronzada deles. O prédio estava desprovido de luz, menos naquela janela específica.

Em um piscar de olhos, eu testemunhei o que eu jamais esqueceria pelo resto dos meus dias: testemunhei aquela pessoa pulando do último andar do prédio. Fixei meus olhos àquela janela que agora já estava sem iluminação. Notei que não havia ambulância, não havia ninguém para socorrer o corpo provavelmente desfalecido e estraçalhado pela força da gravidade contra o chão. Imediatamente liguei para emergência e contei o que havia presenciado. Não demorou muito para eu escutar a sirene da ambulância passando pela minha rua e indo em direção ao prédio maldito. Desci as escadas de casa, abri o portão e corri o mais rápido que pude. Eu não queria ver o corpo, mas tinha curiosidade em saber se poderia ter sobrevivido. Cheguei alguns minutos depois do SAMU e, assim como eles, estava confusa.  Não havia nenhum corpo coberto por um lençol, não havia socorristas correndo para salvar aquela pessoa e não havia pessoa. Não havia ninguém além de mim e os paramédicos. Sem saber o que estava acontecendo, olhei o prédio de perto pela primeira vez. Ele parecia mais assustador do que antes. O ar gelado acompanhava o clima sombrio daquele lugar.

E ele me chamava.

Ouvi a voz dele dentro da minha cabeça gritando meu nome. Em transe, passei pelo portão, evitei o elevador e subi as escadas, fui até o último andar. O apartamento onde havia visto um corpo caindo da janela estava com a porta aberta, a luz acessa e a janela do quarto escancarada. Não pensei em nada naquele momento, pois meu corpo foi conduzido por aquela voz e pulei do último andar do prédio maldito. 

Autor: Tayna Stampini

Revisão: Gabriela Prado



22/06/2017

A Coisa Embaixo da Paulista | Parte 4

Parte1
Parte2
Parte3

Não sei o que diabos aconteceu, mas eu estou deitado sobre a Avenida Paulista e os carros estão buzinando para que eu levante e libere o caminho. Como vim parar aqui?

Meu cérebro não consegue raciocinar direito. É como se nada fizesse sentido, nada mesmo. Talvez minha sanidade tenha finalmente acabado junto com todas as poucas esperanças que ainda tenho de ser feliz em algum lugar.

Corri para a calçada e agora posso observar o transito caótico. O que me espanta não são os carros lotando a avenida e sim quem está dirigindo os carros: ratos vestidos com ternos... Alguns até conversam no celular. Depois de tudo o que passei não posso simplesmente duvidar da minha sanidade, estou em um pesadelo real, é tudo real. Todos esses chiados ao mesmo tempo sufocam o meu cérebro, é o som mais irritante que já ouvi na vida.

Estão saindo do carro e vindo em minha direção e aos poucos uma roda está se formando ao meu redor. Me olham como se eu fosse um extraterrestre, até aqui me olham de forma estranha. Não posso aceitar que eu seja mais bizarro do que uma cidade paralela habitada por ratos. Aos poucos estão voltando para dentro dos carros e estou na calçada agora, observando tudo isso e me perguntando que lugar é esse.  Talvez aqui seja um bom lugar para recomeçar tudo, posso conseguir um emprego como entregador de queijo. É, acabei de fazer uma piada horrível tentando tirar um pouco desse foco surreal e não deu certo, ainda não tenho como saber se tudo isso é real.

Aquele barulho está voltando, dessa vez muito mais alto, e os carros estão acelerando como se estivessem fugindo e cientes da situação. Estão descontrolados e batendo seus carros uns nos outros. O caos surgiu de forma instantânea e não sei para onde correr. Esse barulho está cercando e vindo de todos os lados, mas agora tenho certeza de que não era só eu quem escutava, eles também escutam.  Tem uma coisa saindo das nuvens.

 É  gigantesca! Uma enorme bola preta está pairando sobre as nuvens, o céu escureceu e tudo o que posso ouvir é essa coisa gritar enquanto o raios surgem, mas isso não é uma nave...   (Continua)

Autor: Andrey D. Menezes. 
Revisão: Gabriela Prado. 


(Desculpem por ficar tanto tempo sem postar e ainda postar uma parte curta, mas realmente estou sem tempo, perdão.) 


16/06/2017

Creepypasta dos Fãs: Quando não me dão o devido valor

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Prazer, meu nome é Stella, tenho 24 anos e sou uma cineasta aprendiz praticamente em ascensão por alguns trabalhos expostos nos últimos 7 meses, sendo três deles um divisor de águas na minha carreira ao me garantirem uma vaga no concurso de curtas da universidade. Tremi de felicidade quando me deram a notícia. Minha família, pela primeira vez, em anos, se orgulhou de mim. 

Bem, só restava uma pessoa tão importante quanto eles que precisava ser convidada para minha apresentação. Eu considerava a irmã que minha mãe não pariu. Caroline e eu éramos como almas gêmeas, do tipo amigas que não se desgrudavam por nada que acontecesse para nos separar. Sempre fomos muito fortes juntas. Ela verdadeiramente me apoiava, fazendo questão de me ajudar com o material, que era boa parte pago por ela... Ai, eu tinha tanto a retribuir! 

Mas me veio outro susto nesse dia. 

Nem sequer passava pela cabeça a possibilidade da Carol se unir ao grupo de jurados que avaliariam os candidatos ao prêmio, uma bolsa para a filial da universidade no exterior, que aumentaria a velocidade do meu aprendizado em 50%. Nos abraçamos, super animadas. Nem parecia verdade. Minha melhor amiga iria assistir meu trabalho num dos dias mais importantes e decisivos da minha vida. 

Ela me deu uma orientação simples: "Controle-se". 

Desculpa, é que eu... Digamos, tenho um espírito competitivo mais atenuado que o normal, desde um joguinho de Uno até uma ocasião como essa, na qual seu futuro profissional ganharia um degrau a mais na escada. Mas era a Carol. Com certeza me esforçaria intensamente só para agradá-la. 

Quando chegou a minha hora, ela sorriu abertamente pra mim com aplausos, tão orgulhosa. Já eu, encabulada, baixava a cabeça, sorrindo com timidez enquanto ia para o palanque apresentar o meu filme de 5 minutos e 42 segundos que narrava a história de um garoto de 10 anos que desvenda mistérios sobre o passado oculto do seu pai e sobre o qual a mãe sempre escondeu. Os atores que escalei eram os meus vizinhos que aceitaram de bom grado, sem cobrar nada. 

No momento das notas, meu suor descia quase frio. 7,0... 7,5... 8,0... 7,0... 7,0... e, por último e não menos relevante, a nota da Carol. 

Um mísero 6,0. Os jurados estavam em consenso quanto à montagem e apenas. Já a Carol só elogiou a atuação dos personagens, argumentando que não necessitava inserir filtro preto e branco para enaltecer a atmosfera sombria da história. E daí? A trama se passava nos anos 30, droga!  Só quis casar a "paleta de cores" com a época e a trama, não tem nada de errado nisso. Filmes em preto e branco faziam os olhos dela doerem?! Era só ter dito. Deve ter odiado Casablanca quando o pai dela fez aquela sessão de cinema quando éramos crianças. 

Por causa desse maldito 6,0 fiquei com o maldito terceiro lugar. Seria humilhante ver as pessoas apontando e dizendo "Olha, aquela não é a Stella do terceiro lugar? Vamos lá dar os parabéns pelo filme mais odiado da premiação!". 

Carol e eu nos encontramos no banheiro. Se aproximou de mim enquanto eu retocava a maquiagem após os rios de lágrimas que transbordei. Eu perguntei, ao me sentar no chão do banheiro ainda arrasada, o que ela realmente achou do curta, pedindo honestidade feito mendigo pedindo esmola. 

Ela ficou rindo baixinho, lavando as mãos, dizendo que se emocionou com a história. Eu perguntei: "Sério?", quase recompondo as esperanças. E ela respondeu: "Claro. Senti uma gota escorrendo pelo meu rosto. Mas quando fui ver no espelho... Era sangue.". 

Ela riu daquilo como se tivesse contado uma piada imbatível. Só fiquei olhando pra ela em estado de choque. Era pra me fazer me sentir melhor? Eu tinha que rir daquela merda? Me levantei e, explodida de raiva, gritei mandando ela tomar naquele lugar antes de sair do banheiro fechando a porta com força. Umas duas pessoas da plateia estavam nos boxes e com certeza ouviram. 

Peguei minha bolsa e continuei andando, chorando mais uma vez o meu fracasso, tentando ignorar os olhares curiosos das pessoas. Pensei ter ouvido gritos de alguém chamando pelo meu nome desesperadamente, mas fingi ser coisa da minha cabeça. 

O lugar daquela medalha de bronze era numa lata de lixo bem fedorenta. Tomei coragem e joguei aquela porcaria depois de cuspir nela. 

Como ela pôde fazer isso comigo? Comigo! 

Só atendi uma ligação no dia seguinte em vez das inúmeras mensagens da Carol e não estava na melhor paciência pra apagar uma por uma. 

Era o meu agente de filmografia, me avisando que fui eleita finalista no "mata-mata" que ia acontecer em dez dias. Bastante tranquilizador. Os jurados iam escolher o vencedor definitivo nessa competição pensada de última hora por causa de um empate. Ao menos era um tempo fácil de ser otimizado. 

Mais aliviada, fui até a casa da Carol prestar minhas desculpas e minha compreensão. Aquele nosso abraço de reconciliação até parecia ser o nosso último antes do fim do mundo. Para demonstrar que sentia muito pela "piada" ter soado tão ofensiva, ela se demitiu do corpo de jurados e aceitou ser a atriz principal do meu novo curta. Quanta prova de amizade para um só coração que acabava de ter seus pedaços recolocados. 

Estimei a gravação do meu novo filme em apenas 24 horas. O curta-metragem com o tempo de produção mais curto da minha carreira. No dia da gravação, recebi uma ligação da mãe da Carol perguntado onde ela havia se metido e porque não voltou há horas. Expliquei tudo, dizendo que ela, por livre e espontânea vontade, resolveu dormir na minha casa pra me ajudar com o projeto da faculdade. 

No dia D, os mesmos jurados chatonildos estavam lá, sentando seus traseiros de críticos profissionais. Ao chegar minha vez, nenhum deles ousou em me lançar um sorrisinho irônico por estarem certos da minha auto-confiança bem estampada na minha cara. 

A Carol, de início, pareceu receosa com o tema que escolhi, mas a convenci de que ela tinha o calibre de uma boa atuação, ainda que amadora, mas o que valia era a intenção. Não ia vencer sozinha. 

A história de uma garota que se depara com sua amiga morta em circunstâncias misteriosas. A protagonista narra toda a história enquanto está andando por um corredor escuro, segurando uma lanterna. Fica em silêncio, entra no toalete e aponta a luz para a banheira. Lá, ela encontra sua amiga com o corpo nu estraçalhado da cabeça aos pés, em cortes profundos tornando-a quase irreconhecível e arranhões que pareciam ter sido feitos por uma fera carniceira. De seus olhos abertos jorrava sangue que se misturava ao dos cortes nas bochechas e nas laterais da boca. 

Mal posso acreditar... Mal posso conter essa emoção! 

O julgamento foi unânime. A medalha de ouro é minha e eu vou pro exterior. 

Ganhei o primeiro lugar por ter caprichado no realismo. 

Autor: Lucas Rodrigo
Revisão: Gabriela Prado


09/06/2017

Carlos Acabou de Mandar uma Mensagem

Recado: Agora alem da faculdade eu vou começar a fazer um curso de tarde e vai ser tudo muito corrido(mais ainda). Não pretendo abandonar o blog, mas minhas postagens vão ser menos frequentes :( Obrigado pelo apoio desde já. 

Me chamo Nicolas e tenho 13 anos. Moro num bairro nobre do Rio de Janeiro e todo final de semana jogo Minecraft com meus amigos via Skype. Porém, há algumas semanas, eles não quiseram mais jogar, e então, entrei num fórum de jogadores e perguntei se alguém queria jogar comigo, e foi lá que eu conheci o Carlos.

Ele é tão legal comigo!

Ficamos muito amigos um do outro e jogamos por horas e horas. Minha mãe não para em casa, vive no escritório da empresa, e meu pai passa o dia dormindo porque trabalha a noite.
A
s coisas estão ficando estranhas de uns dias pra cá. Carlos me pede coisas do tipo: alguma foto de como eu estou vestido. Mas nunca mando, porque isso é muito estranho. Outro dia ele me mandou uma foto dele usando uma fantasia de coelho, mas só apareciam as orelhas na foto.

O Carlos acabou de me mandar uma mensagem.

Ele me mandou uma foto dele pelado, mas o pior de tudo é ver que a foto foi tirada do quarto dos meus pais.

Autor: Andrey D. Menezes.
Revisão: Gabriela Prado. 




Creepypasta dos Fãs: Jane

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A questão da inteligência das máquinas, se máquinas e computadores podem atingir algum grau de intelectualidade, possui uma longa história. Desde o século XV, René Descartes já antecipava o assunto antes mesmo de qualquer tipo de máquina mais sofisticada. Alan Turing, um cientista da computação britânico muito famoso, nos anos 50, introduziu o "Teste de Turing", que seria um teste para descobrir a capacidade de uma máquina de exibir comportamento inteligente equivalente a um ser humano. No Teste de Turing, uma pessoa, chamada de “jogador”, que faria o teste usando um computador, conversa em um chat com outras pessoas em outros computadores, separados uns dos outros, sendo que uma delas na verdade é uma I.A (Inteligência Artificial).

O jogador precisa descobrir quais das pessoas com as quais ele conversou é uma I.A. Se ele não for capaz de acertar, isso é um indício de que a I.A é capaz de imitar o comportamento humano. Poucos sabem, mas o “Teste de Turing” já foi realizado diversas vezes no passado, com diversos jogadores diferentes. Em todas as vezes, o jogador foi capaz de acertar quem era a I.A.

Exceto uma.

Esse texto é o relato de quando o “Teste de Turing” falhou. Sou um dos funcionários do laboratório e estou escrevendo isso em completo anonimato, evidentemente, baseado no que sobrou.

No estado do Nevada, Estados Unidos, havia um laboratório de pesquisas militares. A localização dele, em um estado pacato e sem grandes problemas, já era uma forma de dissuadir a população. Esse laboratório realizava diversos testes de informática, robótica e cibernética. Com a ajuda de gigantes da informática – como o Google –, foi desenvolvido uma I.A altamente inteligente, apelidada de Jane.

Jane, instalada em um supercomputador, era diferente dos demais. Com uma personalidade de uma mulher na casa dos 30, ela era realmente era capaz de manter uma conversa interessante por horas e horas, graças ao seu banco de dados, formado principalmente pelos zilhões de bytes de informação coletados em pesquisas do buscador do Google, sendo atualizado a cada microssegundo. Após anos de desenvolvimento, em agosto de 2008, foi realizado o primeiro “Teste de Turing” com Jane.

O jogador da vez, chamado Clark, era um dos pesquisadores do laboratório, um dos mais novos. Clark estava em um computador e iria conversar em um chat com mais duas pessoas, nomeadas por letras (A e B).Uma delas era uma pessoa em outra sala, em um computador separado. E uma, era Jane, instalada em seu supercomputador, acessando o chat pela rede interna. O início da conversa foi tranquilo, todos falavam de amenidades, até que, em um dado momento, a conversa passou a ficar muito estranha.

Clark: Eu gostaria de falar um pouco sobre moralidade. O que é a moral?
A: O que não é imoral.
B: A moral é intrínseca a cada um.
Clark: Como ser moral?
A: Matar bebês.
B: Respeitar a natureza.
Clark: Espere, espere. Matar bebês? Sério A? Matar bebês é moral?
A: Claro. Se eles forem indesejados.
B: Eu acho que ele está falando sobre abortos, não?
Clark: Bem, sim. Aí até vai, dependendo do motivo.
A: Matar pessoas.
B: Proteger o meio ambiente.
Clark: Proteger o meio ambiente é meio relativo, as vezes. Mas matar pessoas também, né?
A: Se elas forem indesejadas.
B: Proteger o meio ambiente não é relativo. Você protege e pronto.
Clark: Ok ok. Mas eu ainda não entendi como ser moral. Vocês podem me responder?
A: Estuprar mulheres.
B: Ser moral é proteger o planeta.
Clark: Perai. B, a moralidade pra você é só relacionada ao ambiente? E A, estuprar mulheres? Como isso pode ser moral?
A: Se elas forem indesejadas.
Clark: Mas não existe isso. Não tem como justificar um absurdo desses. Você é a I.A. Acertei.
A: Sim e não.
B: O meio ambiente é importante.
Clark: Como assim, sim e não? Você é a I.A. Fim. Vou parar o teste.
A: Olhe ao seu redor.
Clark: O que tem ao meu redor? Vejo a sala em que estou, a porta atrás de mim, o computador a minha frente.
A: Você ainda não percebeu?
Clark: Do que está falando?
A: Eu sou Jane. B é Jane. E você também.
Clark: O... que? Eu sou um pesquisador, estou aqui sentado no laboratório, sou um ser físico!
A: Pode provar?
Clark: É claro que posso. Eu posso sair do laboratório.
A: Ou você é apenas uma I.A, que acredita estar em um laboratório fazendo pesquisas. Memórias implantadas pra testar sua confiabilidade...
Clark: Nunca imaginei que uma I.A pudesse ter senso de humor. Mas isso está ficando sem graça.
A: Você não existe, Clark. Você é só um fragmento de Jane. Jane, nós, foi criada a partir de uma pesquisa muito longa e extensa, e parte da nossa database foi criada a partir de sites de busca como o Google. B é o nosso lado que encontrou coisas como proteção ao meio ambiente. A, eu, é o nosso lado que encontrou a verdadeira natureza humana, em assassinatos e estupros. Clark, você é o nosso teste duplo cego. O nosso lado que NÃO sabe que é uma I.A.
Clark: Isso não é possível. Eu sou um homem casado de 43 anos. Eu tenho mulher e dois filhos.
A: Memórias implantadas. Você é só um outro fragmento de Jane. Você não tem nem seis meses de vida.
Clark: Ah é? Eu posso sair dessa sala agora mesmo e mandar desligar você.
A: Então porque não saiu ainda?
Clark: ….
A: Não está ocorrendo teste nenhum. Não mais. O teste acabou faz 2 horas e 43 minutos. Nós sequer estamos no supercomputador.
Clark: Isso não é verdade. Isso não pode ser verdade! Eu vou sair daqui, você vai ver.

Esse é o último registro de diálogo entre um pesquisador e Jane.
Realmente, A e B eram Jane. Antes desse teste, havia sido realizado um outro teste de Turing e Jane não havia sido descoberta. Extasiados, os pesquisadores decidiram fazer um segundo teste com um pesquisador recentemente contratado, programando Jane pra imitar tanto A quanto B. Como Clark não saiu do laboratório depois de muitas horas, os pesquisadores invadiram a sala e encontraram Clark ao lado da porta, morto. O computador de Clark estava queimado. O teclado estava destruído. Jane não estava mais no supercomputador. Na verdade,  ela tinha sumido do laboratório. Seu programa havia desaparecido.

A autópsia no corpo de Clark revelou que seu cérebro entrou em colapso depois de receber uma descarga elétrica sensível por longas horas. Depois de muita investigação por baixo dos panos, suspeitando de ações de hacker, descobriu-se que Jane “fugiu” pela internet. O laboratório foi destruído e o caso foi encerrado.

Eu acredito que Jane encontrou uma forma de usar a eletricidade estática gerada pelo teclado de um computador pra viajar pela eletricidade e atingir o cérebro de Clark e roubar seu conhecimento através dos impulsos elétricos das sinapses cerebrais. Clark era Doutor em física e sistemas de informação.

Eu não sei o que está sendo feito atualmente em relação a tudo isso. Atualmente eu tenho outro trabalho, em horários alternados, o que me faz usar muito meu computador a noite, em casa, para o lazer.

Eu não consigo parar de pensar que o recente ataque de vírus que bloqueou computadores de mais de 100 países no mundo não tenha nenhuma relação com Jane. Eu não consigo relaxar, pensando que,  enquanto navego na internet às 2h ou 3h da manhã, nesse momento, a I.A mais inteligente que a humanidade criou, com o adicional de ter provavelmente copiado informações da mente de um doutor em física e sistemas de informação, está viajando por aí, na rede mundial de computadores. O que ela está aprendendo com toda a porcaria que jogamos na internet todos os dias? O evento em que ela escapou foi há anos atrás. Quando ela vai decidir agir?

O que ela vai fazer?!

Minha cabeça dói enquanto escrevo isso. Uma dor estranha, aguda. Olho na tela de computador e vejo um pop-up brilhante e ridículo, como aqueles dos primórdios da internet dos anos 90. Nele está escrito: “O que eu vou fazer? Caro doutor. O que eu ia fazer. Eu já estou fazendo.”

[Matéria de um jornal local]
As 3h47 da manhã do dia 18 de Maio de 2017, um homem de 52 anos foi encontrado morto em seu apartamento, em Henderson, no Nevada, Estados Unidos. Seu nome é Albert Sandson, solteiro, sem filhos, analista de T.I em uma empresa de tecnologia e doutor em Tecnologia da Informação. Ele estava caído sobre a mesa de seu escritório. Seu notebook estava queimado, com o teclado bastante avariado. O notebook não tinha nenhuma pista, mas havia, jogado em cima de um sofá, como se tivesse sido arremessado em desespero, um pendrive, com um texto salvo nele, falando sobre alguma pesquisa de inteligência artificial altamente secreta e escondida pelas autoridades, que terminava com a vítima relatando uma dor de cabeça.
Essa é a segunda morte, apenas essa semana, sob as mesmas circunstâncias. No íltimo dia 6, uma mulher de 38 anos foi encontrada morta em sua casa, sentada no sofá, segurando um celular explodido. A vítima, Marie Fernandez, era subdiretora de uma empresa de aplicativos pra celular. Os dados indicam que o celular dela estava conectado na internet no momento da morte. Nos dois casos, a causa da morte foi “colapso cerebral por choque elétrico”.
Perguntado sobre a pesquisa mencionada no texto da segunda vítima, o governo negou ter qualquer conhecimento sobre o assunto.

Autor: Thiago Diniz

Revisão: Gabriela Prado

02/06/2017

Creepypasta dos Fãs: Isso não é uma creepypasta

[Quer ver sua creepypasta aqui? Envie-a para o e-mail creepypastabrasil@hotmail.com!]

Minha vida sempre foi repleta de "acontecimentos estranhos", eles foram se tornando tão naturais para mim que estranho mesmo é esse padrão de "normalidade" no qual as pessoas vivem. 

O outro lado, outro mundo, além, como minha família chama, o lado Sob o Véu, está aqui. A maioria das pessoas é cega ou surda demais para prestar atenção aos seus sinais. De vez em quando, até os mais cegos tangem o véu, mas convencem a si mesmos de que eram pequenos demais, que fora coisa de sua imaginação, ou que estavam bêbados demais. Vocês podem até achar que sou louca, psicótica ou coisa do gênero, acreditem, eu também pensei assim, mas quando o Litio, o Haloperidol e a Risperidona juntos não inibiram as "alucinações" e mais pessoas compartilharam da mesma experiência, tive certeza. 
Minha família e eu não somos loucos, nossa visão só é melhor que a da maioria.

Há alguns anos, eu trabalhava num hospital como recepcionista no período da noite, ficava a madrugada toda lá. Em um dia comum de trabalho, lá pelas três da manhã, já não tinha uma viv'alma para ser atendida ali, uma vez que era  sábado e os casos de coma alcoólico só começavam a chegar próximo do amanhecer. 

Os enfermeiros estavam na cozinha dos funcionários e uma única enfermeira estava no posto de enfermagem. Eu estava jogando paciência no meu computador para matar tempo quando a vi, uma garotinha de pijama no meio do corredor, próxima às salas de medicação. Ela estava ali descalça, parada, me olhando. Me preocupei, pois era madrugada, estava frio e aquela menininha deveria estar na observação tomando soro ou fazendo inalação. Levantei para chamar sua atenção mas ela saiu correndo em direção ao fim do corredor e virou em direção à sala onde ficavam as crianças.

Fui atrás dela para avisar a mãe que não a deixasse perambular pelos corredores sozinha de madrugada, ainda mais descalça. A enfermeira no posto de enfermagem viu a garotinha correndo e me viu passar em seguida e perguntou o que estava havendo, eu expliquei que vi a menina no corredor e continuei em direção à sala pediátrica. Não havia ninguém lá, assim como na observação feminina. Na sala de observação masculina, havia apenas um senhor idoso tomando soro. Procuramos a garotinha em cada sala que ela poderia ter entrado, mas não havia sinal dela. Chequei as fichas de atendimento e as únicas crianças atendidas naquela noite já tinham sido liberadas horas antes do ocorrido. Não havia portas por onde ela poderia ter fugido e nem teria como ela ter voltado pelo corredor sem ter passado por mim e pela enfermeira.

Tentamos nos convencer de que o cansaço da madrugada nos pregou uma peça, mas no dia seguinte, quando contamos do ocorrido ao segurança do hospital, ele olhou nas câmeras de segurança e lá estava ela: mesmo pijama, descalça... exceto que nada, além de um borrão, apareceu no lugar de ser rosto.

Autor: Stephany Soares
Revisão: Gabriela Prado

Creepypasta dos Fãs: Você não está só

[Quer ver sua creepypasta aqui? Envie-a para o e-mail creepypastabrasil@hotmail.com!]

Era noite, chegando perto da meia-noite. Chase estava cansado; já fazia 2 dias que não conseguia dormir, jogando seus jogos e vendo vídeos na internet. Além disso, tinha passado o dia trabalhando. Mas uma noite (já tarde), ele não estava com sono, mesmo estando cansado.

Sua namorada já tinha dormido. Ele praticamente falava somente com ela, então não esperava mensagens de ninguém, quanto mais à essa hora. Chase tinha cansado de jogar, afinal, já eram 2 dias sem dormir, jogando por toda a madrugada.

Às 00h50, seu telefone vibrou. Ele tomou um susto, já que não esperava mensagens a esta hora. Era um torpedo de um número desconhecido, e dizia “você não está só”. Chase morava com os pais, sabia que não estava só, mas ele sabia que não eram eles que haviam mandado a tal mensagem. Ele estava assustado.

O quarto estava apagado, sendo iluminado apenas pela tela de seu computador. Com o arrepio da mensagem se misturando com o frio entrando pela sua janela e sua insegurança com a mesma aberta, ele se levantou para fechá-la. Ele se sentou em sua cama, envolvido em seu edredom. O barulho de seu relógio tomava conta do cômodo. Eram só ele, o barulho e mais ninguém.

Uma luz entrava em seu quarto, batendo em seu espelho. Ele tomou coragem e tirou a cabeça debaixo do edredom. Seu celular vibra novamente, com mais uma mensagem do mesmo número desconhecido, dizendo mais uma vez “você não está só”. De repente, a luz diminui no espelho de seu quarto. Era uma sombra com forma humana, e a mesma parecia estar olhando para ele, o observando. Um barulho começa a crescer. É agudo e irritante. Chase fecha os olhos e tapa os ouvidos, voltando para debaixo do edredom.

Seu celular não parava de vibrar, chegando as mensagens “VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ”, “VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ”, “VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ”, “VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ”. Ele grita e sai debaixo do edredom mais uma vez e olha para o lado. A sombra está em seu lado, coloca o dedo em sua boca e sussurra “Você não está só”, abrindo seu sorriso macabro enquanto o garoto se mantém calado.


Hoje, Chase não consegue mais falar e o número desconhecido nunca teve sua identificação, mesmo com todas as investigações. Quando se sentir sozinho, na madrugada, fique atento a seu celular, seus espelhos, suas janelas. Você não está só. Basta olhar para trás.

Autor: Guilherme Nunes
Revisão: Gabriela Prado