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Eu
sempre fui a pessoa mais pragmática da classe. Eu era aquele cara que achava
que tudo era igual à discussão de futebol: existem dois lados; ou você está em
um, contra o outro, ou vice-versa. Era assim com tudo: com política, com
religião, com questões banais do dia-a-dia... E com a própria vida.
A
minha “lógica” era a seguinte: ou você era ‘do bem’ e odiava o mal, ou era ‘do
mal’ e odiava o bem. Simples assim. Não havia e nunca haveria meio-termo quanto
a isso. Não existe um “bem-mal” ou um “mal-bem”. Ponto.
Curiosamente,
foi um “criminoso” que quebrou a minha linha de raciocínio “infalível”. Seu
nome era Curt Adrians, e era um dos meus amigos mais próximos. Saindo de uma
festa, ele foi preso por “atropelar uma criança”. Curt nunca cometeu tal ato
grosseiro, mas as testemunhas oculares viram a placa do carro OLK-3327,
a placa do carro de Curt, e três testemunhas oculares dizendo a mesma
informação não é algo que o júri ignore num julgamento. Ele foi condenado a
vários anos de prisão na Penitenciária de Salvador, a 150 km de sua cidade
natal. Um dia após seu julgamento, eu fui visita-lo na delegacia. Estava
irreconhecível. Seu rosto estava vermelho e inchado, provavelmente de tanto
chorar, e àquela altura, provavelmente nem tinha mais lágrimas para chorar.
Eu
me aproximei e batemos um papo, para amenizar aquele clima duro e pesado que o
rondava. Não sei como ou quando a conversa chegou naquele ponto, mas eu acabei
citando Bento XVI: “A vida é mais forte que a morte; o bem é mais forte que o
mal; o amor é mais forte que o ódio”. Ele ficou sério na mesma hora. Ele
endureceu a cara e olhou fixamente nos meus olhos.
–
Paulo... Eu queria muito que essa sua maneira de pensar fosse verdade, mas,
infelizmente, não é. O mundo seria um lugar muito melhor se fosse verdade.
Muito melhor, mesmo.
Eu
parei e fiquei confuso. Quando uma ideia está tão impregnada na sua mente
quanto aquela estava na minha, é difícil admitir que você está errado. E
naquele momento, eu estava entrando em estado de negação.
– Como assim, Curt? É obvio que é verdade! Em
algum momento o mal venceu o bem, por acaso?
Ele balançou a cabeça e fez “tsc, tsc”.
– Não
se engane com sua utopia, Paulo. Os conceitos de bem e mal são relativos e
podem muito bem serem modificados conforme os interesses de uma pessoa. Vou te
dar um exemplo simples – ele apontou para si mesmo –Eu. O juiz e os
jurados dessa corte acham que fizeram o bem. Aposto que só mudariam suas
versões sob tortura. Mas e quanto a você, Paulo. Você acha que o bem
ganhou ontem? Acha que eles fizeram o bem ou o mal?
–
O mal – respondi baixinho. Eu já sabia
aonde ele queria chegar.
–
Então, Paulo. Não existe bem ou mal. Existem pessoas contra pessoas. Quem
decide quem era o bem ou o mal é o lado vencedor. Se Hitler vencesse a guerra,
acha que o Holocausto seria visto como um ato horrendo, como é hoje? Não mesmo.
Seria perfeitamente justificável.
Eu
tentei falar algo, mas fui barrado pela mulher da delegacia. Meu tempo tinha
acabado. A última coisa que eu pude falar para Curt foi “É verdade”.
Foi
a última vez que eu vi Curt. Ele pode ter morrido na viagem até a
penitenciária, pode ter morrido na penitenciária, eu não sei. Só espero
que, onde quer que ele esteja, ele esteja bem, e dando
boas risadas...
Autor: Miguel Silveira
Revisão: Gabriela Prado
Entendi porra nenhuma😂
ResponderExcluirDuas kkkkkkk
Excluirque?
ResponderExcluirKkkk
ResponderExcluirIsso n é uma creepy '-'
ResponderExcluirDe fato, mas eu mandei porque já vi algumas histórias parecidas aqui no site
Excluiram?
ResponderExcluirPor favor: MANTENHAM A QUALIDADE DO SITE.
ResponderExcluirUltimamente so a Divina e o Andrey andam postando o q presta
Acho assim... Q vcs tem muito medo de magoar os "fas" recusando um texto, mas tem q analisar o q ta de acordo com a proposta do site
Não q esse seja um texto ruim, Miguel, eu achei bem escrito, coerente e coeso, acredito que vc se perdeu com o final e poderia mt bem ser reelaborado pra ficar uma coisa massa. Mas realmente n tem nada a ver com o blog propõe
Eu também, estou começando a selecionar os escritores/revisores antes de ler.
Excluir3/10
ResponderExcluirTodo mundo já sabe disso
Acho estranho quando tem nomes brasileiros e estrangeiros na mesma história...
ResponderExcluirCurt Adrians, de Salvador
ExcluirUau, faz tempo que não vou no site, desde quando vocês postam filosofia de baixa qualidade ?
ResponderExcluirIsso pode ser um bom fundo de discussão sobre deus e o demônio. Quem é bom ou mal, é relativo. "Dizemos" que deus é bom por que ele "é bom" pra nós, enquanto o diabo só nos faria mal, então ele é o antagonista. Imagina se o Diabo fosse o verdadeiro deus, e estivessem adorando o cara errado, afinal, o bem e o mal é totalmente relativo. Gostei da história, de verdade . ♡
ResponderExcluirCaramba, quando me empolgo escrevo tudo de um jeito confuso, mas deu pra entender (eu acho)... rs
ExcluirMeh, gostei muito do texto e da forma como foi escrito, mas discordo.
ResponderExcluirOs juízes acham que fizeram o bem, mas o cara era inocente, logo, fizeram o mal.
Só que apesar de acharem que fizeram o bem, não foi isso que aconteceu, eles não tinham todas as informações necessárias e condenaram um inocente. Não estavam interpretando o ato dele de diferentes formas, foi um julgamento errado.
Gente foi muito bom
ResponderExcluirNão foi uma creepypasta
Mas eu amei
Realmente é bem relativo o bem e o mal
É um texto legal até, mas é mais um texto dissertativo do que uma creepypasta. Sinceramente, mantenham a qualidade do site. Aqui é para divulgar histórias de terror e não epifanias.
ResponderExcluir-Qual seu nome?
ResponderExcluir-Curt Adrians
-Mora no EUA?
-nao,em Salvador
Pior que tem, heim.
ExcluirDesculpem me a franqueza, é um bom texto, mas não é uma creepy. Parece mais uma crítica. Não deveria estar no Creepypasta Brasil. Mas falo sério, bom texto, mas em desacordo com a proposta do site.3/10 pois está bem escrito.
ResponderExcluirtsc tsc tsc...
ResponderExcluirs
ResponderExcluirfire fire
ResponderExcluirPodia ter terminado com algo tipo: "mal sabe ele que o bem venceu naquele dia, pois eu sou o bem e não poderia ter sido preso depois de ter pego o carro de Curt emprestado"
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