21/05/2017

A Baleia Azul

(Aviso: Estou com um bloqueio criativo então ainda não comecei a escrever a próxima parte da 'Coisa Embaixo da Paulista', me desculpem.)  


Me chamo Sam, sou uma adolescente cheia de problemas que busca refúgio em meios virtuais, já que os meus pais não tem tempo para mim. Moramos em uma cidade no interior do Texas chamada EL Paso. As pessoas são legais, mas são muito reservadas na maior parte do tempo. Não posso esperar de estranhos aquilo que os meus pais deveriam fazer. Meu cachorro morreu faz dois meses e é uma das maiores dores que eu já senti, era o meu único amigo nessa cidade.

Foi então que eu passei a ficar mais tempo na internet e buscando formas de me distrair. Algumas pessoas comentam na escola algo sobre a Deep Web. Nunca tive coragem e nem curiosidade de entrar. Achei um site de fórum onde pessoas da mesma idade que eu escreviam seus problemas como forma de desabafar. Me ajudou muito. Fiz duas amigas e contávamos tudo uma para outra, e assim a tristeza diminuía. Katy era a mais tímida, tinha que insistir muito para que ela contasse qualquer coisa sobre os problemas mais graves. De nós três, ela era a mais frágil emocionalmente.

Loren era a mais durona ou pelo menos se fazia de durona, sempre dizia que estava tudo bem, mesmo depois de escrever um textão no fórum sobre os cortes que havia feito na perna esquerda porque terminou com o namorado. Ambas com 15, e eu, a mais velha, com 17.

É engraçado porque sempre consegui resolver os problemas de todo mundo, mas nunca resolvi os meus. Nem o psicólogo do colégio conseguiu, mesmo sendo um dos melhores da cidade. Comecei a me interessar por psicologia na esperança de tentar ajudar a mim mesma e acabei me apaixonando por tudo o que a nossa mente é capaz de fazer, e também me assustando. Existem problemas maiores que os meus. É triste.

Ontem eu disse a minha mãe que gostaria de cursar psicologia, disse isso com um sorriso que há muito tempo não aparecia nos meus lábios. Ela apenas continuou fumando aquele cigarro barato enquanto mexia a panela de sopa. Em seguida, ela pediu que eu mexesse a sopa enquanto ela ia pegar o meu irmão que estava chorando no berço. Aquele bebê tirou muitas coisas de mim.

Cuspi no jantar do meu irmão. Foi uma forma de esvaziar a raiva, uma forma nojenta e repulsiva, eu sei, mas não me cobro maturidade, afinal, tenho apenas 17 anos, estou crescendo ainda. O meu pai não faz nada o dia todo, é aposentado por conta de um acidente de trabalho, minha mãe vende tortas de maçã verde.  As tortas são populares na vizinhança, dizem ter um gosto especial. Aposto que são as cinzas de cigarro que ela deixa cair na massa.

As piores dores são aquelas que machucam a alma. Acho que seria melhor torcer o pé todos os dias do que sentir isso que sinto diariamente. É horrível, mas depois de um certo tempo, você até se acostuma. As meninas bulímicas que conheci no fórum diziam sempre que a sua melhor amiga se chamava “Mia”, um jeito carinhoso de dizer que sofre de bulimia. Minha amiga se chama dor. Ninguém quer morrer, mas aposto que ninguém gostaria de morrer de uma forma que não fosse emocionante.

Meu nome é Sam e eu sou a criadora da Baleia Azul.

Você quer jogar?  

(Autor: Andrey D. Menezes.) 
(Revisão: Gabriela Prado.) 

20 comentários:

  1. Muito interessante, gostei

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  2. 4/10
    Não me arrepiou ou causou qualquer sentimento em mim

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  3. A moça tem que ser russa pra parecer verídico...

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Começou na russia, não significa que foi criado lá. E,onde a peastoa acharia mais depressivo por metro quadrado do que o país mais frio ( todos os sentidos) do mundo? Ainda tem o fato de que fazer cobaias no seu proprio quintal é dar muita bandeira.

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    3. Tu só confirmou o que eu disse...

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    4. Vamos ser um pouquinho mais frios;
      Se ela for norte americana, matar russos vai ser mais simples e difícil de ser descoberto, afinal, se vc apagar bem seus rastros na deep web, ninguém desconfia. Ela não precisa falar russo, afinal, o google tradutor ta ai pra isso. Com isso, temos uma nova perspectiva: o inventor do jogo NÃO é russo, atuou la pra despistar. Assim.

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    5. Vamos ser um pouquinho mais frios;
      Se ela for norte americana, matar russos vai ser mais simples e difícil de ser descoberto, afinal, se vc apagar bem seus rastros na deep web, ninguém desconfia. Ela não precisa falar russo, afinal, o google tradutor ta ai pra isso. Com isso, temos uma nova perspectiva: o inventor do jogo NÃO é russo, atuou la pra despistar. Assim.

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  4. Tava demorando pra alguem fazer uma creepy sobre o jogo da baleia azul

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  5. Eu queria saber se vão postar minha creepy (Cartas Por Debaixo Da Porta) ou se não receberam pois mandei faz tempo e até agora nenhuma resposta

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    1. Olá! Provavelmente sua creepy chegou ao nosso e-mail sem desfecho (cortada) ou sem título e autor. Se possível, nos envie novamente, para o creepypastabrasil@hotmail.com. Espero ter ajudado :D

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  6. É bom mas não causou nenhum pavor nem nada
    Mas foi boa sz

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  7. Aí eu lendo... Eu tenho 17 anos, uma irmã mais nova que rouba a atenção dos meus pais, e desisti de cursar psicologia e entrei pra contabilidade só pra lhes dar orgulho(o que não aconteceu de qualquer jeito)... Amigos virtuais deprê eu já tenho, falta eu criar um jogo :v

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  8. Você escreve muito bem moço <3

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  9. Andrey, nda melhor que falar com a Mary Juanah, ela tem pode tirar teu bloqueio criativo

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  10. Eu completei o último desafio e sobrevivi

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  11. Eu sou sam: South America Memes. Hhyijgihsui.
    agr serio, quem criou e pq se chama Baleia Azul?

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  12. Realmente muito bem escrita e pra mim o final foi surpreendente, então adorei.

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