É grotesco
morar no esgoto. Se encontra de tudo aqui, até mesmo fetos e ossos humanos, sem
contar que a única coisa que se tem para comer aqui são ratos imundos e alguns
insetos amargos. Aprendi a lidar com a escuridão também, mas antigamente dava
um jeito de assustar algum trabalhador da manutenção para que ele deixasse cair
o capacete com a lanterna. Algumas vezes era divertido.
O cheiro é a
primeira coisa com a qual me acostumei, porque o pior mesmo é pegar no sono e
acordar com o som dos canos e levantar rapidamente para procurar um lugar onde
a água não te leve. Só saio quando tenho muita vontade de comer algo que não
seja ratos e insetos, e fico fuçando o lixo de uma lanchonete nas proximidades
e sempre tem umas batatas fritas sobrando e restos de hambúrguer.
Eu não era o
único aqui embaixo. Havia mais pessoas no esgoto, mas elas foram sumindo à
medida que tentaram seguir os sons que saíam dos canos mais profundos. Dá para
escutar melhor durante a madrugada quando o fluxo do transito é menor. São
urros assustadores, não me parece humano. Escutar esse urrar durante a
escuridão me dá sempre a sensação de que posso desaparecer a qualquer instante.
A escuridão já não me assusta há muito tempo, mas essa coisa...
Você deve estar
se perguntando o porquê de eu nunca ter saído daqui e tentado arranjar um outro
emprego... Eu tentei, mas quando os agiotas invadiram a empresa para me matar,
eu estava sozinho e minha única rota de fuga foi o esgoto. Bati com a cabeça e
só lembro de ter acordado coberto por um líquido acinzentado que me fez enjoar
por várias horas.
Naquela mesma
noite, as mudanças começaram. Meu corpo se encheu de pelos e meus dentes
ficaram menores, mas o pior de tudo foi a cauda que cresceu no fim da coluna.
Virei uma aberração, um tipo de rato humano. Mas as pessoas não devem temer a
mim, elas só precisam saber que há algo enorme no subsolo da cidade que está
esperando o momento certo para se levantar e engolir metade da cidade, engolir
da mesma forma que fez com as outras pessoas que viviam aqui.
Talvez essa
coisa espalhe aquele líquido, talvez as outras pessoas também tivessem essa
mutação. Acho que essa coisa gosta de nos deixar com a aparência frágil para
ser mais divertido nos devorar. Faz uma semana que estou criando coragem,
preciso explorar aqueles canos mais profundos e ver o que tem lá embaixo, não
posso ficar aqui parado sem fazer nada, estou cansado dessa vida inútil.
Amanhã vou
acordar cedo e explorar antes de escurecer. Aquela coisa só acorda durante a
noite quando sente fome e sede, e não quero estar lá nessa hora.
(Continua...)
(A parte 2 ainda sem previsão, espero que gostem, estou investindo bastante tempo e procurando aprimorar, a próxima parte vai ser maior.)
Autor: Andrey D. Menezes.
Revisão: Gabriela Prado <3
Twitch, é você?
ResponderExcluirkkkkk boa
ExcluirMestre splinter?
ResponderExcluirPensei a mesma coisa!
ExcluirSanta tartaruga!!!
Respeita o rato!
ResponderExcluirComo você melhorou tanto num período de tempo tão curto? me impressiona, sério JIDVJHHK
ResponderExcluirMuito muito obrigado, mas isso é graças a ajuda de vocês <3
ExcluirNao entendi porra nenhuma. Ele era a coisa, mas ele ouvia os ruidos da coisa, sendo que ELE era a coisa. Ele vai sair pra caçar a coisa sendo que ELE É A COISA. Como assim, Andrey? WTF
ResponderExcluirEle não é a "coisa" rs
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirGostei, interessante esse tema ♡
ResponderExcluirLegal.
ResponderExcluirCreepies envolvendo locais brasileiros, muito bom!
ResponderExcluirVlw!
ExcluirCadê o final da creepy da menina na banheira de pregos?
ResponderExcluirA parte 4 deve sair em 1 ou dois dias :)
ExcluirMe lembrei do Futurama! Já estou amando a creepy. ♡
ResponderExcluir<3
ExcluirTartarugas ninjas intensifies kkkkk amei andrey vc ta cada vez melhor
ResponderExcluirMuito obg haha
ExcluirAmo revisar seus contos e ver sua evolução! Parabéns, migo! <3
ResponderExcluir<3 <3 <3
ExcluirA Marvel ligou, tá cobrando os direitos autorais do "Vermin".
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