05/03/2017

Nigel

Hoje trazendo mais uma creepy dos fãs! :)

Espero que gostem. 

Enviado por: C. E.  Scene.

É frio aqui, escuro...  Durante a maior parte de minha vida, é aqui o lugar da minha prisão. Mas nem sempre foi assim.

Eu era feliz, “nasci” em uma fábrica com vários irmãos, era acolhedor, conversávamos, riamos e nos divertíamos. Mas todos nós sabíamos que, a qualquer hora, poderíamos ser separados, iriamos para lugares diferentes, distantes, mas não nos assustava, afinal, o que havia para temer?

Nossa casa era espaçosa e aconchegante, eu e George, um de meus incontáveis irmãos, sempre escalávamos as portas e janelas de nossa casa para olharmos o mundo lá fora, era gigantesco, devo admitir. Víamos pessoas, carros, motos, e claro, crianças, todos nós adorávamos crianças. Elas são alegres, imaginativas e nos divertem, adoramos ver seus sorrisos.

Certo dia, eu fui levado, junto com alguns de meus irmãos. Não me lembro exatamente a data... não é estranho como coisas assim simplesmente se evaporam de nossas mentes? Eu estava radiante, nosso dia finalmente havia chegado. Fomos colocados em caixas separadas, e juntos, fomos a outro local. Eu não estava preocupado, muito menos com medo, desde que eu me lembre, todos nós sabíamos que esse dia chegaria. Eu ansiava por isso.

Fomos levados a um local diferente, não tão amplo como minha antiga casa, mas ainda sim incrível. Brinquedos e mais brinquedos por todos os lados, eu ficava ao lado de meus irmãos, de frente para uma prateleira de carros, helicópteros e aviões, era mágico. Haviam várias pessoas de diferente idades durante o dia, mulheres, homens, e como era de se esperar, crianças. Muitas crianças. Nos viam e seus olhos brilhavam, aqueles belos sorrisos com dentes faltando se expandiam. Mas eu não podia tocá-las, e isso me entristecia, no entanto, eu nunca perdia a esperança, sabia que isso poderia acontecer.

Fiquei em minha caixa paciente, imóvel, aguardando ser levado por alguém, e então, foi quando conheci Emilly. Ela era linda, seus belos cabelos loiros encaracolados na altura dos ombros, acentuavam a cor de avelã de seus grandes olhos. Ela me pegou em suas mãos e sorriu, aquele sorriso doce e inocente de uma criança, e eu pude enfim desfrutar do momento que tanto aguardei, e valeu cada segundo de espera. Me despedi de meus irmãos, e fui com Emilly para meu novo e definitivo lar.

Uma casa de dois andares de madeira, ficava, eu acho, em um bairro de classe média. E isso importa? Eu não poderia estar mais feliz. Emily me apresentou seus pais, Clarice e John, eram muito simpáticos. Para que vocês entendam, Emily era apaixonada por mim, estávamos o tempo todo juntos, brincávamos em seu quintal todos os dias, ela me contava seus segredos, eu sabia os seus medos e suas vontades, fomos felizes por muitos anos, até que Emily cresceu.

Sinto muito, não me apresentei. Me chamo Nigel, é claro que esse foi um nome dado pela minha doce Emily, meu nome de verdade eu não consigo me lembrar. Sou um boneco, como já devem ter percebido. Um entre tantos iguais, mas escolhido pela menina mais linda e amável que eu poderia imaginar, mas como eu havia dito, Emily cresceu, e para minha tristeza, não se importava mais comigo. Antigamente, apesar de brincarmos muito, ela sempre teve o máximo cuidado para comigo, hoje, não sei muito o que resta de mim. Quando Emily atingiu certa idade, me colocou nesse velho, escuro e frio baú, em baixo de sua cama.

Aqui estive por anos, eu tentei chamar a atenção de Emily, sério. Conseguia sair do baú e ficava em cima de sua cama, ela apenas gritava com sua mãe, perguntando porque esse brinquedo de criança quebrado, estava ali. Isso me entristecia. Certas ocasiões eu conseguia ouvir Emily, conversando com outras meninas, dando risadas, me doía saber que não era eu mais o motivo de seus sorrisos. Eu podia ouvi-la falar de um tal de Carl e dizer que gostava dele, também podia ouvi-la chorando em seu travesseiro, por um tal de Eddie. Não o conhecia, mas o odiava por magoar minha garotinha.

Semana passada, ouvi Emily conversar com sua mãe, sobre ir estudar fora, ela disse que levaria somente o que fosse mais importante para ela, e isso fez brotar um sorriso em meu rosto de plástico, que a muito tempo não acontecia. Ela iria me levar. Eu iria com ela para a faculdade, e enfim poderíamos ficar juntos novamente. Oh, minha doce Emily, que saudades eu tinha de você!

Mas tudo mudou de uma hora para outra ontem à noite, Emily entrou em seu quarto para arrumar suas malas, eu podia ouvir a felicidade em sua voz. Senti meu baú sendo arrastado para fora, eu estava ansioso, recordei o momento em que nos encontramos na loja de brinquedos, mas, quando o baú foi aberto, era Clarice, sua mãe. Confesso que não entendi, foi então que sua mãe falou:

- Emily, e quanto a esses brinquedos?
- Oh, havia me esquecido deles. Pode dar para alguém.
- Mas querida, você gostava tanto desse – Ela me pegou em suas mãos e pude ver Emily novamente – Tem certeza que quer doá-lo?
- Sim, tenho. Não tenho mais idade para essas coisas tolas de criança.

Clarice me colocou de volta no baú, fechando-o e o arrastou de volta para baixo da cama. Meu chão sumiu, como ela podia fazer isso comigo? Eu, que sabia todos os seus segredos? Eu que estive ao seu lado quando ela tinha medo do escuro? Eu, Nigel, seu melhor amigo. Isso estava errado, eu não poderia perde-la. Então, quando Emily dormiu, consegui sair de meu baú, mas dessa vez não subi em sua cama para que ela pudesse me ver, não havia tempo. Sai de seu quarto e cruzei o corredor que dava para as escadas, desci e fui para a cozinha. Me recordava de que Clarice guardava suas facas em cima da pia, com alguma dificuldade consegui alcançar o topo do balcão, felizmente as facas estavam no mesmo lugar.

Subi as escadas novamente, mas dessa vez, parei por um momento para observar pela porta entreaberta os pais de Emily, que dormiam tranquilamente. Entrei no quarto, primeiro matei Clarice, logo em seguida John. Cobri-os com o cobertor e fechei a porta atrás de mim, caminhei de volta para o quarto de Emily, e subi em sua cama, ela dormia profundamente, seus cabelos cacheados continuavam belos.
- Olá, Emily – Eu falei.

Ela apenas se remexeu, não chegando a acordar, deslizei a ponta da faca em sua bochecha, manchando-a com o sangue fresco de seus pais, e ela lentamente abriu os olhos, aqueles lindos olhos castanhos.

- Quem... quem é você? O que está acontecendo?
Senti algo quente e forte subindo em meu corpo ao ouvir essa pergunta.
- Você não lembra de mim? De seu melhor amigo?
- Nigel? É você? Mas como? Você é um boneco!

Não aguentei, cravei a faca em seu coração, sangue jorrou por sua camisola, era vermelho, quente, me senti como nunca antes. Vi os olhos de Emily perdendo o brilho, ela conseguiu proferir uma frase entre seus lábios ensanguentados: Por quê?

- Por quê? Por quê? Porque você me esqueceu, me trancou em um baú por anos, você que me tinha como alguém especial, como seu amigo, como seu querido Nigel, me trocou.

Emily tentou dizer algo, mas não conseguiu, sua mão caiu sem vida ao lado da cama, eu então tirei a faca de seu peito e comecei a cortar seu lindo pescoço, após um tempo já havia conseguido decapitá-la.

Arrastei sua cabeça ensanguentada para dentro de meu baú, é frio aqui, escuro, mas dessa vez tenho Emily comigo.


Eu a amo e agora a tenho para sempre... eu adoro olhar em seus olhos.

28 comentários:

  1. Podia parar na parte que o boneco diz a última coisa pra menina... 8/10

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  2. Esse "quem é você?" No final ficou bem bobo, já que a mãe tinha mostrado o boneco pra ela no mesmo dia e ela disse que não o queria mais, essa parte tirou meu tesão com a história.Tirando isso eu gostei.

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  3. Boa creepy mas, CADE O MONSTRO EM MEUS OMBROS?????? NAO PODEM TER ACABADO CADE???? QRO COMPRAR

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    1. Eu também queria saber, o autor nunca mais deu notícias, nem nos comentários, e a série tava ficando excelente. Será q ele desistiu?

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  4. A parte da conversa ficou meio zoada mesmo :V
    Mas fora isso, é uma boa creepy! Fazia tempo que não lia algo sobre "bonecos". É uma temática assustadora, se for bem produzida.

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  5. 100/10 . A proposito vcs ja pensaram em criar um app do site?

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    1. Seria legal, mas acho q os editores do blog não tem habilidades em programação, e fazer um app não é tão simples assim

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  6. É uma versão meio edgy de Toy Story ehaueh o cara misturou dois aspectos dos filmes com o Chuck
    Os diálogos são forçados e emocionais demais. A história não é nada original e bem previsível.

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  7. Amei, confesso q no começo pensei q fosse ser algo sentimental, uma creepy triste, mas ai ne...
    N esperava esse final mesmo ja tendo visto todos os filmes do Chuck kkkkk
    Creepy 10/10

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  8. Ótima Creepy. Misturaram toy story com chuck. Eu não gosto muito de creepypastas com coisas sobrenaturais, mas essa aqui foi uma exceção. 9/10

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  9. como mts disseram, a parte do diálogo ficou MT zoada mesmo
    mas a creepy foi legalzinha até 7/10

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  10. Como Toy Story 3 deveria ter acabado :v

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  11. Isso acontece no mesmo universo de toy story certo?

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  12. Postaram minha creepy *-*
    Foi mal pessoal, é uma creepy antiga, eu devia ter melhorado os diálogos mesmo kkkk

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  13. As vírgulas tornam o texto difícil de ler kkkk fica muito quebrado, no mais, é uma ótima história

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