Nas
profundezas da floresta, uma figura encapuzada andava vagarosamente pelo antigo
carvalho. Ele viajava silenciosamente pela floresta à procura de algo. O pôr do
sol lançava longas sombras sobre as árvores, depositando então sua face na
escuridão. A única característica deixada pelo sol poente era uma fraca luz laranja emanando das dobras do seu capuz. Embora
ninguém conhecesse a origem dessa luz, parecia emitir uma sensação de pura
magia e alegria para aqueles que pudessem obtê-la. Parando rapidamente para
observar as faces cristalinas na lagoa e ouvir as vozes suplicantes do vento
que sussurrava, a figura se arrastou em direção ao crepúsculo, tentando chegar
a algum fim.
Uma coruja
piou um aviso à vila mais próxima conforme a figura deslizava pela floresta.
A maioria dos aldeões sabia evitar esse espírito viajante da floresta, mas
alguns dos mais jovens ansiavam por vislumbrar o ser encapuzado. Um grupo de
adolescentes permaneceu perto do limite da floresta, a fim de medir a coragem
de cada um. Um garoto chamado Cedric decidiu sair para procurar o espírito. Ele
havia ouvido uma antiga história dos anciãos da aldeia. Dizia-se que o espírito
era um dos antigos druidas, a quem fora confiada a guarda do objeto escondido
em seu capuz. Nem mesmo o mais sábio dos anciãos sabia a identidade do objeto.
Comentava-se que o objeto seria tudo do coração da magia da floresta, a fonte
de todo o conhecimento, a imortalidade. Os aldeões não chegavam perto da floresta
devido ao medo dos fantasmas daqueles que tentaram roubar o objeto e falharam.
Cedric estava determinado a roubar o objeto, pois ele tinha um plano antes
mesmo dos adolescentes se amontoarem no limite da floresta.
— Eu roubarei
a magia do fantasma, e eu tenho um plano. — gabou-se para o público.
— Bem, e o
seu plano envolve se tornar um fantasma da floresta? — gritou James conforme
seu amigo Nicholas riu.
Conforme a
multidão começou a zombar, Cedric gritou sobre suas cabeças:
— Eu posso
atacar o fantasma com uma espada que meu pai me deu (verdade seja dita, Cedric
roubou-a enquanto seu pai estava fora).. Ela é poderosa o bastante para
controlar o morto. — A multidão parou de rir assim que Cedric puxou uma antiga
espada de ferro. — Uma bruxa enfeitiçou-a para que pudesse amedrontar qualquer
fantasma.
A multidão assistiu horrorizada quando Cedric
entrou na floresta com a espada enfeitiçada no alto. Ele pretendia enganar o
espírito e reivindicar o seu prêmio. Cedric não se importava com conhecimento, esperava que o espírito viajante tivesse ouro. Ele marchou, sua ganância
fazendo-o seguir em frente. Ao passar debaixo das árvores, percebeu que
elas pareciam gemer e resmungar como ossos velhos chacoalhando no vento. O modo
como as árvores pareciam olhar o fazia imaginar almas humanas perdidas presas
em seus galhos. Cedric sabia que estava imaginando isso enquanto caminhava,
ignorando os suspiros que o vento dava em aviso. Chegou perto de uma lagoa
e alegrou-se com a possibilidade de saciar sua sede. Ajoelhou-se para
beber quando levou um grande susto: a face translúcida de um garoto da vila
olhou para ele. O garoto era mais velho do que Cedric e havia desaparecido da
vila há um ano. Cedric tentou desesperadamente tirá-lo da água, até que
percebeu a presença de um fantasma olhando para ele. Os olhos apáticos do
fantasma pareciam avisa-lo para voltar. Era tarde demais para voltar.
O viajante imortal esgueirou-se atrás do
garoto na lagoa e esperou. Quando Cedric percebeu que o fantasma estava atrás
dele, se levantou e brandiu sua espada. — Eu não tenho medo de você, fantasma!
— ele gritou — Esta espada pode machucar os mortos! Agora me dê o seu ouro, ou
—
— É isso que você quer? — rosnou o som oco da morte.
Surpreendido,
Cedric disse:
— Eu quero
aquele objeto valioso que você está escondendo, ou —
— Pegue-o. —
arfou o antigo e exausto druida.
Cedric pegou
o objeto assim que o velho homem ressecado saiu em direção ao pôr do sol. O
druida uma vez imortal seguiu a oeste até que encontrou o fim de sua peregrinação.
Cedric agora tinha, entretanto, que guardar o objeto. Ele começou a vagar pelo
caminho sem fim da floresta em busca do próximo tolo ganancioso que surgiria.
Cedric logo aprendeu com as almas aprisionadas da floresta que a maioria
daqueles que encontraram o espírito escolheram a morte ao objeto, pois sabiam
que teriam de carregar o fardo do andarilho se soubessem do segredo. Ao
contrário de todos, apenas o espírito viajante sabe que o objeto é a
imortalidade adquirida através da ganância, pois Cedric ainda vaga pela
floresta até hoje.
Crédito:
Treehugger14
Huuumm...Mediana, boa mas fraca...Parece aqueles contos para crianças com o objetivo de ensinar o certo e o errado.
ResponderExcluir5-10
ResponderExcluirGostei, tem um gostinho de mitologia. Daquelas que mostram a ganância e depois as consequências dos atos. Bem legalzinha :3
ResponderExcluirParece uma história celta medieval , gostei
ResponderExcluirAchei legal ;3
ResponderExcluirCARALHO,MELHOR CONTO EVER,os caras que falam que é fraca ou mediana claramente não perceberam a mensagem que o conto quis passar,muito impressionante simplesmente a melhor.
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