12/04/2015

Sob o Jardim - Parte VIII

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Sim, era isso. Uma enxaqueca. Dolorido e doente como estava, Frederick sabia que ele tinha que esperar passar. Percebeu-se que ele deveria estar melhor o suficiente para chamar o doutor na manhã, mas então ele cogitou a ideia de haver alguém na casa enquanto haviam evidencias de suas dúvidas que ainda duravam.

 Seria muito arriscado.

Outro Rangido, mas dessa vez acompanhado por um barulho subsequente; algo familiar, um barulho no qual o Frederick havia ouvido em numerosas ocasiões, mas não em nesse contexto. Era rítmico, ainda sutil e ocasionalmente seguido por outro rangido nos tacos do chão. Dois sons que pareciam preencher a escuridão.

Então ele percebeu.

O rangido era a mudança de peso, os acompanhantes do barulho eram o arrastar de pés descalços no carpete e no chão duro. Pesados, pisoes arrastados eram como se fossem as ações de um bêbado ou sonâmbulo.

Frederick estava deitado ali, inútil. Se houvesse um intruso na casa dele, era o mínimo que ele podia fazer, ele apenas esperava que fosse tudo coisa de sua cabeça. O mínimo que ele poderia fazer era levantar sua cabeça levemente e espionar a porta aberta em seu quarto, que dava em um corredor.

O barulho de arrastões continuou lentamente, isso certamente soava muito real, mas felizmente na escuridão ele podia ver nada. Com certeza! Não havia uma única luz na casa. Não havia jeito de um intruso ver algo sem uma lanterna e se ele tivesse uma, Frederick veria ele se iluminando no corredor.
Frederick deixou escapulir um suspiro de alívio.

Ele tinha guardado, o medo de que alguém ligado à uma de suas vítimas estivesse procurando vingança. Em diversas ocasiões, ele havia se deslocado para investigar uma batida ou um rangido na casa, apenas para perceber que cada um deles era um mero som de uma normal, vazia casa à noite. Ele estava certo de que sua doença era uma mera agravação de sua insegurança.

Enquanto admirava isso, Frederick ficou ciente de que as batidas balançantes haviam cessado. Percebeu que ele estava melhorando. Sim, ele não estava se sentindo nauseoso como ele estava antes, mas ale ainda se sentia muito esgotado para se mover.

Uma boa noite de sono seria uma boa pedida.

Deitado, a mente dele começou a juntar as peças do horror da situação.  Uma luzinha passou pelas persianas, luzes da rua, que lentamente deixaram o cérebro de Frederick revirado, agora fazendo sentido com as sombras e escuridão que estavam por vir.

Havia sim uma razão para as pegadas haverem parado. No corredor, no breu da noite, alguém ficou sem se mover, encarando Frederick deitado, inutilizado em sua cama. Ele tentou um suspiro de horror, mas sua voz o abandonou, sua boa estava seca e o coração batia com notoriedade.

Ele nem mesmo pode decifrar a figura nas paredes, nem mesmo pode dizer se era um homem ou uma mulher. Uma coisa ele sabia ele sabia com toda certeza: Isso estava o observando.

Os olhos da pessoa estavam quase visíveis, foscos mas aterrorizantemente presentes; um olhar frio contínuo. Ele percebeu que o intruso iria atacar a qualquer momento, bufando contra ele, mas enquanto os minutos passavam, aquilo simplesmente continuava ali, no escuro.

De repente, aquela coisa fez um sutil ruído, porém audível. Nem mesmo uma palavra mas era como se isso estivesse tentando dizer algo. Então a coisa se virou lentamente e cambaleou escada a baixo, rumo à adega.

Ele ficou deitado por mais ou menos uma hora, olhando o corredor, esperando o seu convidado voltar para cima e acabar com ele, mas nada foi ouvido, nem um som produzido ou suspiro dado. Era como se a figura tivesse feito sua casa na frieza úmida da adega.

A dor agonizante voltou no olho esquerdo de Frederick. Tão esmagadora quanto era, que o fez levantar e ganhar sua força novamente, para esperar que seu visitante cambaleante, estranho voltasse para as entranhas da casa, ele não pode resistir à fraqueza do seu corpo; ele desmaiou.

No dia seguinte, Frederick acordou. A náusea doentia em seu estômago e a dor em seu olho esquerdo havia desaparecido, e parecia que ele havia recuperado um pouco mais de sua força – apesar de um distante sentimento se manter ainda dentro dele.

Uma nuvem enevoada das suas memórias da última noite veio à tona e enquanto a dor havia passado, as repercussões de sua doença ainda não: Ele estava cego do olho esquerdo. Contemplando-se no espelho do banheiro, Frederick era apresentado à si mesmo, com um suspiro aterrorizante. Seu olho esquerdo estava esbranquiçado, como se a cor tivesse sido completamente removida e sua face houvesse sido notavelmente abatida. Olhando para si mesmo, como se ele tivesse envelhecido dez ou quinze anos pela noite.

Em pânico, ele precisava de ir ver um médico o mais cedo possível, e sela lá como fosse, ele deveria usar uma gaveta para colocar o dedo da garota que estava ainda trancado numa outra gaveta na adega.
Com certeza, a adega.

A memória da figura cambaleante no corredor voltou, e Frederick se encontrou relutante para ir para o andar de baixo. E se aquela coisa ainda estivesse ali? Esperando. Esperando por ele?
Após tomar um banho e se vestir (claro que com algumas dificuldades, de se acostumar com a perda da vista de um olho) ele ficou ciente das marcas no chão. 

Marcas inequívocas de terra, arrastadas pelo carpete e chão. Agora ele sabia, que a última noite não foi uma alucinação; Alguém havia entrado em sua casa. Alguém havia o assistido, deitado em doença por alguma razão desconhecida, e então se escondera na adega.

Será que ele havia sido envenenado? Aquilo explicaria tudo. Ele deveria mostrar para seja lá quem fosse que estivesse lá em baixo, que ele não era um homem de brincadeiras; mesmo com um olho só ele era mais perigoso que qualquer um.

Ficando no topo das escadas da adega, Frederick segurava uma grande faca de cozinha em uma mão e uma tocha de prata metálica na outra. Ele não era acostumado a sentir medo – outra coisa era o medo de ser pego – mas Frederick estava cheio de apreensão. Não só para o que o esperava abaixo, mas também para o que ele iria espreitar. 

Que tipo de doença ou veneno seria esse?

Respirando bem fundo, ele lentamente desceu as escadas, a luz da lanterna iluminando o chão de pedra e as paredes com tijolos acinzentados. A adega era o único lugar que poderia ser considerado bagunçado na casa de Frederick, com peças não usadas de móveis desarrumados e espalhados em volta do grande chão espaçoso. Isso era combinado com as pilhas de lixo e papéis que faziam dali o lugar perfeito para um macabro jogo de esconde-esconde.

Frederick não estava satisfeito.


Após 15 minutos de difícil exploração, ele estava finalmente satisfeito que o intruso deva ter deixado o lugar após passar por lá. Escumar os conteúdos da adega uma última vez com a luz circular amarela emanando de sua tocha, duas marcas no chão, soaram como não familiares para ele. Aproximando-se delas, rapidamente, ficou claro o que elas eram; duas pegadas enlameadas paradas em frente a uma velha e ornamentada mesa; a mesma mesa que continha o dedo apodrecido da garota cigana.
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Continua...

11 comentários:

  1. Esse eu demorei um bocado pra decifrar kkkk

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  2. parem de postar essa porcaria de sob o jardim e postem outras creepys crl, tem varias outras que voces nao postam a continuação, e ficam insistindo nessa merda

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  3. Que "várias" outras? HEIN? HEIN?
    E sinto muito, mas vou continuar com Sob o Jardim.
    Se não gosta, não leia :D

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  4. depois de ficar 6 meses sem postar sob o jardim, voltam a postar porque nao tem nada mais interessante ne? se voces acham que tem gente relendo as outras 4, 5 creepys pra continuar acompanhando essa porcaria que voces insistem em postar, HAHAHA

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  5. Têm gente lendo e relendo, tanto que me pediram pra continuar. Por isso eu voltei com Sob o Jardim. Mas acalme-se, já está acabando. E, eu não acho, têm gente lendo as outras quatro.

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  6. Se vc não gosta não leia, eu to amando a série ansiosa pelo final.

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  7. Quem decifrou, explica aí por favor.

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  8. Quem decifrou, explica aí por favor.

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