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Sim, era isso. Uma enxaqueca. Dolorido e doente como estava,
Frederick sabia que ele tinha que esperar passar. Percebeu-se que ele deveria
estar melhor o suficiente para chamar o doutor na manhã, mas então ele cogitou
a ideia de haver alguém na casa enquanto haviam evidencias de suas dúvidas que
ainda duravam.
Seria muito arriscado.
Outro Rangido, mas dessa vez acompanhado por um barulho
subsequente; algo familiar, um barulho no qual o Frederick havia ouvido em
numerosas ocasiões, mas não em nesse contexto. Era rítmico, ainda sutil e
ocasionalmente seguido por outro rangido nos tacos do chão. Dois sons que
pareciam preencher a escuridão.
Então ele percebeu.
O rangido era a mudança de peso, os acompanhantes do barulho
eram o arrastar de pés descalços no carpete e no chão duro. Pesados, pisoes
arrastados eram como se fossem as ações de um bêbado ou sonâmbulo.
Frederick estava deitado ali, inútil. Se houvesse um intruso
na casa dele, era o mínimo que ele podia fazer, ele apenas esperava que fosse
tudo coisa de sua cabeça. O mínimo que ele poderia fazer era levantar sua
cabeça levemente e espionar a porta aberta em seu quarto, que dava em um
corredor.
O barulho de arrastões continuou lentamente, isso certamente
soava muito real, mas felizmente na escuridão ele podia ver nada. Com certeza!
Não havia uma única luz na casa. Não havia jeito de um intruso ver algo sem uma
lanterna e se ele tivesse uma, Frederick veria ele se iluminando no corredor.
Frederick deixou escapulir um suspiro de alívio.
Ele tinha guardado, o medo de que alguém ligado à uma de
suas vítimas estivesse procurando vingança. Em diversas ocasiões, ele havia se
deslocado para investigar uma batida ou um rangido na casa, apenas para
perceber que cada um deles era um mero som de uma normal, vazia casa à noite.
Ele estava certo de que sua doença era uma mera agravação de sua insegurança.
Enquanto admirava isso, Frederick ficou ciente de que as
batidas balançantes haviam cessado. Percebeu que ele estava melhorando. Sim,
ele não estava se sentindo nauseoso como ele estava antes, mas ale ainda se
sentia muito esgotado para se mover.
Uma boa noite de sono seria uma boa pedida.
Deitado, a mente dele começou a juntar as peças do horror da
situação. Uma luzinha passou pelas persianas,
luzes da rua, que lentamente deixaram o cérebro de Frederick revirado, agora
fazendo sentido com as sombras e escuridão que estavam por vir.
Havia sim uma razão para as pegadas haverem parado. No
corredor, no breu da noite, alguém ficou sem se mover, encarando Frederick
deitado, inutilizado em sua cama. Ele tentou um suspiro de horror, mas sua voz
o abandonou, sua boa estava seca e o coração batia com notoriedade.
Ele nem mesmo pode decifrar a figura nas paredes, nem mesmo
pode dizer se era um homem ou uma mulher. Uma coisa ele sabia ele sabia com
toda certeza: Isso estava o observando.
Os olhos da pessoa estavam quase visíveis, foscos mas
aterrorizantemente presentes; um olhar frio contínuo. Ele percebeu que o
intruso iria atacar a qualquer momento, bufando contra ele, mas enquanto os
minutos passavam, aquilo simplesmente continuava ali, no escuro.
De repente, aquela coisa fez um sutil ruído, porém audível.
Nem mesmo uma palavra mas era como se isso estivesse tentando dizer algo. Então
a coisa se virou lentamente e cambaleou escada a baixo, rumo à adega.
Ele ficou deitado por mais ou menos uma hora, olhando o
corredor, esperando o seu convidado voltar para cima e acabar com ele, mas nada
foi ouvido, nem um som produzido ou suspiro dado. Era como se a figura tivesse
feito sua casa na frieza úmida da adega.
A dor agonizante voltou no olho esquerdo de Frederick. Tão esmagadora
quanto era, que o fez levantar e ganhar sua força novamente, para esperar que
seu visitante cambaleante, estranho voltasse para as entranhas da casa, ele não
pode resistir à fraqueza do seu corpo; ele desmaiou.
No dia seguinte, Frederick acordou. A náusea doentia em seu
estômago e a dor em seu olho esquerdo havia desaparecido, e parecia que ele
havia recuperado um pouco mais de sua força – apesar de um distante sentimento
se manter ainda dentro dele.
Uma nuvem enevoada das suas memórias da última noite veio à
tona e enquanto a dor havia passado, as repercussões de sua doença ainda não:
Ele estava cego do olho esquerdo. Contemplando-se no espelho do banheiro,
Frederick era apresentado à si mesmo, com um suspiro aterrorizante. Seu olho
esquerdo estava esbranquiçado, como se a cor tivesse sido completamente removida
e sua face houvesse sido notavelmente abatida. Olhando para si mesmo, como se
ele tivesse envelhecido dez ou quinze anos pela noite.
Em pânico, ele precisava de ir ver um médico o mais cedo
possível, e sela lá como fosse, ele deveria usar uma gaveta para colocar o dedo
da garota que estava ainda trancado numa outra gaveta na adega.
Com certeza, a adega.
A memória da figura cambaleante no corredor voltou, e
Frederick se encontrou relutante para ir para o andar de baixo. E se aquela
coisa ainda estivesse ali? Esperando. Esperando por ele?
Após tomar um banho e se vestir (claro que com algumas dificuldades,
de se acostumar com a perda da vista de um olho) ele ficou ciente das marcas no
chão.
Marcas inequívocas de terra,
arrastadas pelo carpete e chão. Agora ele sabia, que a última noite não foi uma
alucinação; Alguém havia entrado em sua casa. Alguém havia o assistido, deitado
em doença por alguma razão desconhecida, e então se escondera na adega.
Será que ele havia sido envenenado? Aquilo explicaria tudo.
Ele deveria mostrar para seja lá quem fosse que estivesse lá em baixo, que ele
não era um homem de brincadeiras; mesmo com um olho só ele era mais perigoso
que qualquer um.
Ficando no topo das escadas da adega, Frederick segurava uma
grande faca de cozinha em uma mão e uma tocha de prata metálica na outra. Ele
não era acostumado a sentir medo – outra coisa era o medo de ser pego – mas Frederick
estava cheio de apreensão. Não só para o que o esperava abaixo, mas também para
o que ele iria espreitar.
Que tipo de doença ou veneno seria esse?
Respirando bem fundo, ele lentamente desceu as escadas, a
luz da lanterna iluminando o chão de pedra e as paredes com tijolos acinzentados.
A adega era o único lugar que poderia ser considerado bagunçado na casa de
Frederick, com peças não usadas de móveis desarrumados e espalhados em volta do grande chão espaçoso.
Isso era combinado com as pilhas de lixo e papéis que faziam dali o lugar
perfeito para um macabro jogo de esconde-esconde.
Frederick não estava satisfeito.
Após 15 minutos de difícil
exploração, ele estava finalmente satisfeito
que o intruso deva ter deixado o lugar após
passar por lá. Escumar os conteúdos da adega uma última vez com a luz circular
amarela emanando de sua tocha, duas marcas no chão, soaram como não
familiares para ele. Aproximando-se delas, rapidamente, ficou claro o que elas
eram; duas pegadas enlameadas paradas em
frente a uma velha e ornamentada mesa; a mesma mesa que continha o dedo
apodrecido da garota
cigana.
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Continua...
Foda *--*
ResponderExcluirEsse eu demorei um bocado pra decifrar kkkk
ResponderExcluirparem de postar essa porcaria de sob o jardim e postem outras creepys crl, tem varias outras que voces nao postam a continuação, e ficam insistindo nessa merda
ResponderExcluirQue "várias" outras? HEIN? HEIN?
ResponderExcluirE sinto muito, mas vou continuar com Sob o Jardim.
Se não gosta, não leia :D
depois de ficar 6 meses sem postar sob o jardim, voltam a postar porque nao tem nada mais interessante ne? se voces acham que tem gente relendo as outras 4, 5 creepys pra continuar acompanhando essa porcaria que voces insistem em postar, HAHAHA
ResponderExcluirTêm gente lendo e relendo, tanto que me pediram pra continuar. Por isso eu voltei com Sob o Jardim. Mas acalme-se, já está acabando. E, eu não acho, têm gente lendo as outras quatro.
ResponderExcluirSe vc não gosta não leia, eu to amando a série ansiosa pelo final.
ResponderExcluirQuem decifrou, explica aí por favor.
ResponderExcluirQuem decifrou, explica aí por favor.
ResponderExcluirOito partes e epílogo
ResponderExcluirOito partes e epílogo
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