Há alguns anos, recebi uma série de estranhos e-mails do endereço “alooga2@gmail.com” Não sei os motivos pelos quais foram enviados para mim, mas vou passa-los para vocês. É bem assustador. Bloqueei a minha conta por razões que não precisam ser explicadas.
.....
Eu estava acordada até tarde checando meus e-mails (tenho insônia) quando a página atualizou mostrando uma nova mensagem.
“3:48 AM (22/09/10) “alooga2”
Não sou apenas ruim. Eu sou o pior. Você nunca me verá chegando. Eu sou aquele que você acha que não sou. Sou um pintor. De telhados.”
Achei que fosse algo normal. Eu nem conhecia aquele endereço de e-mail. Então outra mensagem chegou:
“3:48 AM (22/09/10) “alooga2”
Eu sou livre? Não. Eu tenho bocas para alimentar. Estou falando por meio de charadas. Sou o grande mal, eu tenho que ser o tal. Isso me torna mais assustador. Como tinta preta.
Nesse ponto, eu ainda não estava muito assustada. Pensei que estivesse recebendo as mensagens por engano. Já tinha acontecido antes.
Levou apenas alguns minutos para ele mandar outra mensagem.
“3:57 AM (22/9/10) “alooga2”
...pintar.”
“4:33 AM (22/09/10) “alooga2”
Eu zombo de você quando você não está”
Eu já estava ficando irritada, mesmo assim decidi ignorar. Pensei que ele já tivesse se cansado quando algumas horas se passaram sem que ele me enviasse outra mensagem. Mas...
“8:11 AM (22/9/10) “alooga2”
Café. Preto. Preto. Café”
“8:11 AM (22/9/10) “alooga2”
Acumule moedas. Quebre o porquinho. Pegue o que ganhou. Estou sempre à caminho. Chame o pintor. Faça ao mundo um favor”
Eu nem tive tempo de mandar o cara se ferrar, já que eu tinha que ir para o trabalho. Levei bastante tempo sem verificar o email, e quando o fiz, encontrei quatro novas mensagens, enviadas por... adivinha quem....
“12:51 PM (22/9/10) “alooga2”
Dizem que sou surreal. Mas sou diferente, com minha cartola e meu bigode. Pareço ter saído de um desenho animado. E vou pintar o seu telhado.”
“3:21 PM (22/9/10) “alooga2”
Quero pintar o seu telhado.”
“3:52 PM (22/9/10) “alooga2”
Acho que vou pintar hoje. Vou pintar de preto, assim como o seu cabelo, Mirian. Seu cabelo é preto. Preto. Cabelo. É um trocadilho.”
Agora, nesse ponto vocês já podem imaginar que eu estava furiosa com esse cara me mandando essas porcarias. Então respondi com essa clara e concisa mensagem:
“Para com essa palhaçada seu merdinha.”
Então ele me respondeu, em apenas alguns segundos.
“4:20 PM (22/9/10) “alooga2”
Teve um dia cansativo no trabalho? Pensei que você gostasse de mim. Vou até pintar o telhado para você”
A coisa já estava ficando muito estranha. Então resolvi bloquear o imbecil. E isso resolveu meus problemas. Levei alguns anos sem receber outra mensagem, até que em uma madrugada, enquanto estava outra vez checando meus e-mails, recebi uma nova mensagem com um anexo.
“3:48 AM (23/9/13) “aloooga2”
Enfim, pintei o seu telhado.”
O anexo era uma foto da minha casa. Estava com o telhado todo preto.
Corri para a janela e vi a tinta preta pingando do telhado. Manchando toda a varanda.
Então chegou uma última mensagem.
3:48 AM (23/9/13) “aloooga2”
“Deveria ter visto a sua cara. Aqui, tirei uma foto do momento”
Nessa mensagem também tinha um anexo. Era uma foto minha, enquanto olhava assustada pela janela. A mesma janela que olhei uns 3 minutos atrás. Eu não percebi nenhum flash ou algo assim. A minha única reação, foi sair correndo. Entrei em meu carro e segui para o motel mais próximo. Chamei a policia e expliquei tudo. Que havia um maníaco pintor, e que ele tinha pintado o meu telhado e que estava me espionando.
Mas a policia não o encontrou, ele simplesmente sumiu e eu estava em segurança. Fiquei no motel por uns três dias, até que numa noite, enquanto eu tentava dormir, ouvi um sussurro em meu ouvido:
“Hey. O telhado desse motel precisa de uma nova pintura.”
Quando abri os olhos, consegui enxergar apenas a silhueta de uma pessoa muito magra, saindo rapidamente pela janela.
25/11/2014
19/11/2014
Humannequin
Não era desse jeito que eu pretendia passar a minha noite de sexta-feira, pensei comigo mesmo enquanto revirava uma grande pilha de papéis em minha escrivaninha. Eram umas 18:45, e eu já estava em casa há meia hora. A hora do jantar chegou e passou, mesmo assim, ainda não pude desviar a minha atenção da grande carga de trabalho que estava diante de mim. As 20:30, larguei tudo e decidi encontrar a minha esposa e a minha filha na sala de estar; se eu continuasse mais um pouco naquela escrivaninha, acabaria arrancando meu próprio cabelo.
Segui para a sala de estar para encontrar a minha filha, Mary, remexendo em nossas fotos da família. Minha esposa a estava ajudando, com as duas rindo e revivendo as várias viagens e experiências que tivemos, decidi me juntar a elas, carregando uma xícara de café e observando o que estavam fazendo.
“Certo, agora esta vai aqui –“
“Não! Fomos para a Venezuela DEPOIS do belíssimo casamento. Não foi querido?”
Desviei minha atenção das fotos para olhar a minha esposa nos olhos. Ela já estava desenvolvendo os primeiros traços de algumas rugas, mas suas características juvenis continuavam tão fortes quanto quando nos conhecemos. Um leve sorriso combinado com olhos verdes brilhantes e bochechas e queixo bem definidos.
“Isso mesmo!” afirmei. “Ficamos lá por duas semanas até que fiquei doente quando peguei a terrível La Venganza de Montezuma.” Rimos muito com isso e continuamos com a construção do projeto. Mary estava reunindo algumas fotos para um projeto da escola, um tipo de atividade para “encontrar suas raízes.” Um pouco desnecessário, talvez, mas não fazia mal. Já tinha terminado meu café e estava prestes a voltar ao trabalho quando uma transmissão de emergência irrompeu em todos os televisores da casa. A mensagem tradicional de emergência tremulava como se algo quisesse interrompe-la; como se houvesse outra mensagem querendo tomar espaço para desviar a nossa atenção do perigo real. A mensagem surgiu na tela, em grossas letras negras:
NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS
NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS
“Oh meu Deus,” Mary suspirou. “Vamos ficar seguros, papai?”
Eu não poderia ser honesto com ela. Se ela soubesse das possibilidades, ela sairia correndo em pânico. Então, decidi lidar com a situação pensando racionalmente.
“É claro, Mary. Vá para o meu quarto e prepare os cobertores. Quero todos em um só lugar hoje à noite, assim, um de nós pode alertar o outro caso aconteça algo. Querida, você vai pegar as lanternas e o revólver. Vou trancar as portas e me certificar que ninguém esteja lá fora.”
Enquanto nos dividíamos para nos preparar, percebi algo enquanto checava a porta da frente. Na rua, pequenas luzes vermelhas foram colocadas ao longo do solo, além dos grandes e vermelhos “X’s” que foram desenhados em cada cruzamento. Foi então que suspeitei que a tal aeronave não era tão desconhecida quanto o governo queria que acreditássemos. Eu não conhecia muito bem o protocolo deles, mas sabia reconhecer uma quarentena. Largando minhas suspeitas de lado, segui para meu quarto. As lanternas e o revólver já estavam na mesa de cabeceira. Carreguei o revólver, me enrolei no cobertor ao lado da minha esposa e tentei dormir.
O som de buzinas me acordou. Agarrei o revólver, atento para o que quer que tenha soado a buzina tão alto. Olhei para o lado, onde minha esposa e minha filha continuavam dormindo embaixo dos cobertores. Suspirando de alívio, sai da cama para verificar a condição das coisas. A TV continuava a transmitir a mesma mensagem.
Notei que algo piscava rapidamente enquanto a mensagem continuava bastante clara na tela. Para minha surpresa, a tela congelou por poucos segundo, porém, o bastante para que eu pudesse ver o que piscava junto com a mensagem.
Parecia ser uma imagem de baixa qualidade, que mostrava uma caveira com um símbolo radioativo na testa. Logo abaixo da caveira, havia a palavra “OBEY”. Um súbito sentido de alerta passou por minha mente, mas naquele momento pensei que era apenas coincidência, algo passageiro. Ainda assuntado com o que tinha acabado de ver, saí para verificar o que mais havia sido afetado.
Assim que as buzinas pararam, o ar foi preenchido com a Moonlight Serenade de Glenn Miller, que tocava por algum alto falante que eu não conseguia ver. Carros estavam nas ruas, mas não estavam estacionados; de fato, a maioria dos carros continuavam rodando, e alguns deles estavam batidos. Me aproximando de um dos carros, fiz uma estranha e terrível descoberta.
Não havia um humano dirigindo o carro. Era um... um manequim. Inicialmente pensei que alguém tivesse posto o manequim dentro do carro como um tipo de piada. Porém, depois de verificar melhor, percebi que ele usava roupas e um relógio. Cheio de curiosidade, verifiquei seus bolsos – estavam cheios. Um manequim do que parecia ser um trabalhador de classe média com os bolsos cheios de dinheiro e um relógio que parecia bem caro. Seu rosto mostrava uma expressão de riso, e suas mãos estavam em frente ao rosto, como se estivesse se protegendo de algo. Percebendo a gravidade de situação, corri para minha casa, desesperado para verificar a minha mulher e a minha filha.
À primeira vista, tudo no quarto parecia normal. May e a mãe não tinham se mexido desde a última vez que as vi antes de sair, e isso me deixou bastante preocupado depois de ter visto como estavam as coisas lá fora. Puxei o cobertor da minha filha e vi o seu rosto brilhante, de expressão sonolenta, porém, artificial e estática. Seu manequim também possuía a mesma altura, assim como a mesma curva no nariz e o formato dos dedos. Tentando levanta-lo, descobri que aquela copia doentia não pesava quase nada. Quem quer que tenha feito aquela coisa, não tinha colocado apenas a mesma pele da minha filha, como também seus cabelos amarelados em detalhes desde a raiz. Sentimentos de raiva e desespero tomaram conta de mim assim que percebi que a minha mulher tinha encontrado o mesmo trágico e misterioso destino.
O que quer que estivesse acontecendo, cheirava a uma conspiração muito bem planejada. Isso foi comprovado assim que segui para a cozinha à procura de mantimentos e percebi que todos os tipos de alimentos foram substituídos por cópias idênticas feitas de plástico.
Lembrando das fotos da família espalhadas pela mesa da sala desde a noite anterior, peguei algumas para procurar por alguma mudança. Em cada uma das fotos, eu, a minha esposa e minha filha, éramos manequins. Fiquei horrorizado. Os rostos e expressões eram exatamente os mesmos, porém, eu mal reconhecia meu próprio rosto com um sorriso tão vazio.
Tão... desumano.
Ninguém em sã consciência poderia aguentar esse tipo de realidade...
Pegando meu revolver e as chaves do carro, saí para verificar se ainda havia sobrado algum vestígio de vida naquele lugar.
Destroços e mais destroços obstruíam o meu caminho e retardavam a minha viagem dentro daquele silencioso e perturbador subúrbio. Manequins estavam atrás do volante de cada carro que eu encontrava. Homens, mulheres, e crianças petrificados com expressões de vários tipos, que foram pegas em vários momentos; um pai furioso gritando com o filho no assento de trás, um guarda sonolento ajudando várias crianças agitadas a atravessarem a rua, e duas irritadas mulheres paradas no meio de uma discursão silenciosa em um cruzamento. Assim como eu tinha visto antes, todos os cruzamentos possuíam um grande X vermelho pintado no asfalto. Continuei dirigindo até alcançar uma barricada onde deveria estar a saída do bairro. Sai do carro e não encontrei nada além de uma densa névoa que cobria todo o terreno atrás da barricada. Estendendo minha mão para senti-la, descobri que ela queimava ao encostar-se à pele.
Então é isso, confirmei comigo mesmo. Estou preso aqui.
Naquele momento, um carro já não parecia tão necessário, então passei a andar sem um rumo. Em um beco um pouco próximo à barricada e ao desconhecido além, havia um garoto com uma tinta spray vandalizando o lado de uma casa. Havia um sorriso em seu rosto, mas estava de um modo forçado. Seus dedos continuavam pressionando o spray, mesmo com a lata quase vazia, mostrando que ele já estava naquela posição a bastante tempo.
Um pouco de tinta negra escorria por entre os dedos do manequim, caindo no asfalto. A mensagem que ele pichava na parede dizia:
NÃO TENHO BOCA MAS DEVO SORRIR
A música parou de repente e uma voz soou. Era nítida e anormalmente clara.
“Obrigado por observarem o trabalho perfeitamente detalhado e preparado pela Futureline Industries. Esse ambiente sofrerá uma explosão nuclear em vinte minutos.”
O mesmo som que estava tocando antes, passou para um volume mais baixo enquanto uma contagem iniciava. Entrei em uma casa próxima e peguei um pequeno caderno onde pude escrever tudo o que vocês leram ate aqui. Eu ficaria surpreso se alguém pudesse encontra-lo nos escombros, mas eu realmente espero que alguém encontre.
Que Deus cuide da minha alma e derrame a justiça sobre aqueles que me condenaram.
- 5 de Janeiro de 1960
Usando um par de luvas de couro preto, o elegante e pomposo milionário entrou na galeria com sua comitiva. Seu recente projeto lhe custou um total de 70 milhões de dólares, mas ele sabia que o projeto geraria um grande lucro se conseguisse vende-lo. Isso já era garantido – as artes de Sinclair Gustav sempre eram vendidas com os mais altos preços em qualquer exposição. Sua consciência estava perfeitamente limpa para alguém que fez um bairro inteiro desaparecer; todos que o cumprimentavam, desconheciam que em seu coração, ele era um assassino de sangue frio, que pensava apenas em vender seu trabalho pelo maior lance.
Depois de vários elogios e champagne, seu quadro mais admirado e realista foi vendido por um total de 100 milhões de dólares. O artigo mais caro daquela noite mostrava um manequim em chamas ao lado de um homem com expressões de sofrimento enquanto escrevia algo e também estava em chamas. Ele sorriu presunçoso, quando o título foi anunciado, selando seu lugar na fama e na infâmia:
Humannequin
...
Naquele bairro – nas ruínas vaporizadas e em cinzas – A Moonlight Serenade continuava a tocar pelos alto-falantes... que mal conseguiram permanecer intactos...
Escrita por: Dubiousdugong
Segui para a sala de estar para encontrar a minha filha, Mary, remexendo em nossas fotos da família. Minha esposa a estava ajudando, com as duas rindo e revivendo as várias viagens e experiências que tivemos, decidi me juntar a elas, carregando uma xícara de café e observando o que estavam fazendo.
“Certo, agora esta vai aqui –“
“Não! Fomos para a Venezuela DEPOIS do belíssimo casamento. Não foi querido?”
Desviei minha atenção das fotos para olhar a minha esposa nos olhos. Ela já estava desenvolvendo os primeiros traços de algumas rugas, mas suas características juvenis continuavam tão fortes quanto quando nos conhecemos. Um leve sorriso combinado com olhos verdes brilhantes e bochechas e queixo bem definidos.
“Isso mesmo!” afirmei. “Ficamos lá por duas semanas até que fiquei doente quando peguei a terrível La Venganza de Montezuma.” Rimos muito com isso e continuamos com a construção do projeto. Mary estava reunindo algumas fotos para um projeto da escola, um tipo de atividade para “encontrar suas raízes.” Um pouco desnecessário, talvez, mas não fazia mal. Já tinha terminado meu café e estava prestes a voltar ao trabalho quando uma transmissão de emergência irrompeu em todos os televisores da casa. A mensagem tradicional de emergência tremulava como se algo quisesse interrompe-la; como se houvesse outra mensagem querendo tomar espaço para desviar a nossa atenção do perigo real. A mensagem surgiu na tela, em grossas letras negras:
NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS
NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS
“Oh meu Deus,” Mary suspirou. “Vamos ficar seguros, papai?”
Eu não poderia ser honesto com ela. Se ela soubesse das possibilidades, ela sairia correndo em pânico. Então, decidi lidar com a situação pensando racionalmente.
“É claro, Mary. Vá para o meu quarto e prepare os cobertores. Quero todos em um só lugar hoje à noite, assim, um de nós pode alertar o outro caso aconteça algo. Querida, você vai pegar as lanternas e o revólver. Vou trancar as portas e me certificar que ninguém esteja lá fora.”
Enquanto nos dividíamos para nos preparar, percebi algo enquanto checava a porta da frente. Na rua, pequenas luzes vermelhas foram colocadas ao longo do solo, além dos grandes e vermelhos “X’s” que foram desenhados em cada cruzamento. Foi então que suspeitei que a tal aeronave não era tão desconhecida quanto o governo queria que acreditássemos. Eu não conhecia muito bem o protocolo deles, mas sabia reconhecer uma quarentena. Largando minhas suspeitas de lado, segui para meu quarto. As lanternas e o revólver já estavam na mesa de cabeceira. Carreguei o revólver, me enrolei no cobertor ao lado da minha esposa e tentei dormir.
O som de buzinas me acordou. Agarrei o revólver, atento para o que quer que tenha soado a buzina tão alto. Olhei para o lado, onde minha esposa e minha filha continuavam dormindo embaixo dos cobertores. Suspirando de alívio, sai da cama para verificar a condição das coisas. A TV continuava a transmitir a mesma mensagem.
Notei que algo piscava rapidamente enquanto a mensagem continuava bastante clara na tela. Para minha surpresa, a tela congelou por poucos segundo, porém, o bastante para que eu pudesse ver o que piscava junto com a mensagem.
Parecia ser uma imagem de baixa qualidade, que mostrava uma caveira com um símbolo radioativo na testa. Logo abaixo da caveira, havia a palavra “OBEY”. Um súbito sentido de alerta passou por minha mente, mas naquele momento pensei que era apenas coincidência, algo passageiro. Ainda assuntado com o que tinha acabado de ver, saí para verificar o que mais havia sido afetado.
Assim que as buzinas pararam, o ar foi preenchido com a Moonlight Serenade de Glenn Miller, que tocava por algum alto falante que eu não conseguia ver. Carros estavam nas ruas, mas não estavam estacionados; de fato, a maioria dos carros continuavam rodando, e alguns deles estavam batidos. Me aproximando de um dos carros, fiz uma estranha e terrível descoberta.
Não havia um humano dirigindo o carro. Era um... um manequim. Inicialmente pensei que alguém tivesse posto o manequim dentro do carro como um tipo de piada. Porém, depois de verificar melhor, percebi que ele usava roupas e um relógio. Cheio de curiosidade, verifiquei seus bolsos – estavam cheios. Um manequim do que parecia ser um trabalhador de classe média com os bolsos cheios de dinheiro e um relógio que parecia bem caro. Seu rosto mostrava uma expressão de riso, e suas mãos estavam em frente ao rosto, como se estivesse se protegendo de algo. Percebendo a gravidade de situação, corri para minha casa, desesperado para verificar a minha mulher e a minha filha.
À primeira vista, tudo no quarto parecia normal. May e a mãe não tinham se mexido desde a última vez que as vi antes de sair, e isso me deixou bastante preocupado depois de ter visto como estavam as coisas lá fora. Puxei o cobertor da minha filha e vi o seu rosto brilhante, de expressão sonolenta, porém, artificial e estática. Seu manequim também possuía a mesma altura, assim como a mesma curva no nariz e o formato dos dedos. Tentando levanta-lo, descobri que aquela copia doentia não pesava quase nada. Quem quer que tenha feito aquela coisa, não tinha colocado apenas a mesma pele da minha filha, como também seus cabelos amarelados em detalhes desde a raiz. Sentimentos de raiva e desespero tomaram conta de mim assim que percebi que a minha mulher tinha encontrado o mesmo trágico e misterioso destino.
O que quer que estivesse acontecendo, cheirava a uma conspiração muito bem planejada. Isso foi comprovado assim que segui para a cozinha à procura de mantimentos e percebi que todos os tipos de alimentos foram substituídos por cópias idênticas feitas de plástico.
Lembrando das fotos da família espalhadas pela mesa da sala desde a noite anterior, peguei algumas para procurar por alguma mudança. Em cada uma das fotos, eu, a minha esposa e minha filha, éramos manequins. Fiquei horrorizado. Os rostos e expressões eram exatamente os mesmos, porém, eu mal reconhecia meu próprio rosto com um sorriso tão vazio.
Tão... desumano.
Ninguém em sã consciência poderia aguentar esse tipo de realidade...
Pegando meu revolver e as chaves do carro, saí para verificar se ainda havia sobrado algum vestígio de vida naquele lugar.
Destroços e mais destroços obstruíam o meu caminho e retardavam a minha viagem dentro daquele silencioso e perturbador subúrbio. Manequins estavam atrás do volante de cada carro que eu encontrava. Homens, mulheres, e crianças petrificados com expressões de vários tipos, que foram pegas em vários momentos; um pai furioso gritando com o filho no assento de trás, um guarda sonolento ajudando várias crianças agitadas a atravessarem a rua, e duas irritadas mulheres paradas no meio de uma discursão silenciosa em um cruzamento. Assim como eu tinha visto antes, todos os cruzamentos possuíam um grande X vermelho pintado no asfalto. Continuei dirigindo até alcançar uma barricada onde deveria estar a saída do bairro. Sai do carro e não encontrei nada além de uma densa névoa que cobria todo o terreno atrás da barricada. Estendendo minha mão para senti-la, descobri que ela queimava ao encostar-se à pele.
Então é isso, confirmei comigo mesmo. Estou preso aqui.
Naquele momento, um carro já não parecia tão necessário, então passei a andar sem um rumo. Em um beco um pouco próximo à barricada e ao desconhecido além, havia um garoto com uma tinta spray vandalizando o lado de uma casa. Havia um sorriso em seu rosto, mas estava de um modo forçado. Seus dedos continuavam pressionando o spray, mesmo com a lata quase vazia, mostrando que ele já estava naquela posição a bastante tempo.
Um pouco de tinta negra escorria por entre os dedos do manequim, caindo no asfalto. A mensagem que ele pichava na parede dizia:
NÃO TENHO BOCA MAS DEVO SORRIR
A música parou de repente e uma voz soou. Era nítida e anormalmente clara.
“Obrigado por observarem o trabalho perfeitamente detalhado e preparado pela Futureline Industries. Esse ambiente sofrerá uma explosão nuclear em vinte minutos.”
O mesmo som que estava tocando antes, passou para um volume mais baixo enquanto uma contagem iniciava. Entrei em uma casa próxima e peguei um pequeno caderno onde pude escrever tudo o que vocês leram ate aqui. Eu ficaria surpreso se alguém pudesse encontra-lo nos escombros, mas eu realmente espero que alguém encontre.
Que Deus cuide da minha alma e derrame a justiça sobre aqueles que me condenaram.
- 5 de Janeiro de 1960
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Usando um par de luvas de couro preto, o elegante e pomposo milionário entrou na galeria com sua comitiva. Seu recente projeto lhe custou um total de 70 milhões de dólares, mas ele sabia que o projeto geraria um grande lucro se conseguisse vende-lo. Isso já era garantido – as artes de Sinclair Gustav sempre eram vendidas com os mais altos preços em qualquer exposição. Sua consciência estava perfeitamente limpa para alguém que fez um bairro inteiro desaparecer; todos que o cumprimentavam, desconheciam que em seu coração, ele era um assassino de sangue frio, que pensava apenas em vender seu trabalho pelo maior lance.
Depois de vários elogios e champagne, seu quadro mais admirado e realista foi vendido por um total de 100 milhões de dólares. O artigo mais caro daquela noite mostrava um manequim em chamas ao lado de um homem com expressões de sofrimento enquanto escrevia algo e também estava em chamas. Ele sorriu presunçoso, quando o título foi anunciado, selando seu lugar na fama e na infâmia:
Humannequin
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Naquele bairro – nas ruínas vaporizadas e em cinzas – A Moonlight Serenade continuava a tocar pelos alto-falantes... que mal conseguiram permanecer intactos...
Uma das fotos tiradas após a explosão. |
Escrita por: Dubiousdugong
18/11/2014
O portador do conhecimento
Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer hospício ou casa de recuperação a que você possa ter acesso. Uma vez na recepção, peça para visitar aquele que se entitula "O guardião do conhecimento". O atendente vai rir e levará você até um quarto vazio. Ele lhe dará uma chave e dirá para que espere por algum tempo até ouvir um sino. Quando o sino tocar, você deverá trancar a porta pela qual entrou, esperar até que toque novamente, e destrancá-la.
Uma vez que você tenha seguido essas instruções, a porta se abrirá sozinha e revelará um longo corredor, com todas as cores possíveis de se imaginar pintadas nas paredes, teto e chão. Ande pelo corredor até ouvir uma garotinha cantando. Pare, feche os olhos e permaneça imóvel até que ela termine. Se você falhar e acabar se mexendo, corra. Corra até a porta por onde você entrou, tão rápido quanto possível. Pule pela janela do quarto onde você esperou antes, e talvez você viva. Se você não conseguir alcançar a janela a tempo, você será arrastado de volta pelo corredor por algo que definitivamente não é uma garotinha. Você será arrastado por essa criatura até o fim dos tempos, eternamente sentindo a dor de todas as almas arrastadas prematuramente para a morte.
Se, por outro lado, você conseguir se manter completamente calmo e imóvel até o fim da música, você poderá escolher se quer virar de costas e ir embora ou continuar a se aventurar nesse ambiente. Se escolher a segunda opção, continue andando pelo corredor até encontrar uma porta em formato de pessoa. Abra-a com a mesma chave que lhe foi dada mais cedo, entre e feche-a novamente. No meio do quarto, você verá uma mesa com uma vela brilhante. Atrás da mesa há um homem, cujo rosto não pode ser visto por trás do brilho da vela. Aproxime-se, mas mantenha a chama entre você e o rosto dele, pois se você chegar a ver a aparência dele, seu olhar ficará fixo no dele até que suas próprias mãos removam cada centímetro de pele do seu corpo.
Pare quando estiver a cinco passos de distância da mesa. O homem levantará a mão e gesticulará para que você chegue mais perto, mas não dê mais nenhum passo à frente. Feche os olhos e pergunte: "Quem irá trazê-los de volta juntos?"
Você irá ouvir o homem se erguer e começar a rezar em uma língua que você não entende. Depois de dois minutos, você ouvirá um nome. Se você ouvir "Anubis", então é melhor que você faça suas preces no pequeno espaço de tempo que você terá para fazê-las... mas se ouvir "Thor", então você pode abrir seus olhos. Você verá a cabeça do homem, cortada, sobre a mesa, e ainda falando. Após três minutos, ele terminará sua oração, e irá dizer como você vai morrer. Ele vai descrever cada pequeno detalhe de sua morte, e você não conseguirá se mover ou reagir enquanto ele explica. Por fim, ele irá descrever aquele que irá tirar sua vida, e entrará em detalhes, como por que é necessário que você se questione o que seria pior: ser assassinado ou continuar sua vida.
Eventualmente, a cabeça irá parar de falar. Essa história assustadora é o objeto 9 de 538. Cabe a você decidir o que fazer com a informação sobre sua morte, pois agora é inevitável.
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The Holders Series
13/11/2014
O portador da riqueza
Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer hospício ou casa de recuperação a que você possa ter acesso. Uma vez na recepção, peça para visitar aquele que se entitula "O guardião da riqueza". O atendente vai levantar uma sobrancelha, como se estivesse confuso. Pergunte uma segunda vez, e ele dará de ombros, levando você ao outro lado da rua, onde uma enorme mansão o espera. Se você é uma pessoa observadora, vai notar que ela não estava ali quando você iniciou sua jornada... O dono dela prefere que você não pense a respeito disso.
Atravessando a porta você encontrará um lance de escadas em espiral, do outro lado do hall. As paredes estarão cobertas com belas pinturas, e uma enorme estátua de mármore estará em um pedestal aos pés da escada. A aparência sobrenatural da estátua invoca uma imagem de um monstro horrível, um misto de alien e demônio. Admire-a o quanto quiser, mas não toque-a, a menos que queira acordar esse monstro faminto.
Suba as escadas. Não toque nada, e você não terá problemas. Não entre em pânico. No topo, você via encontrar uma pequena porta de madeira: sua aparência modesta é um enorme contraste ao luxo decadente da mansão. Ela se abrirá sozinha para você, desde que você não esteja com medo.
Atravessando-a, você encontrará um homem com um cavanhaque pontudo e um cabelo curto, penteado e engomado. Sentado atrás de uma enorme mesa de mogno, seu terno é feito de carne humana e seda italiana. Ele irá falar, e por um bom tempo. Ele falará sobre sua bela casa e a linda estátua de sua concubina no andar inferior. Não o interrompa, não responda qualquer pergunta que ele faça. Quando ele parar de falar, prepare-se e pergunte de maneira confiante: "Posso receber meu salário?"
Ele irá lhe explicar, em detalhes vívidos, o valor da vida. Ele falará de destinos piores que a morte, e ele irá falar de coisas que ele espera que você faça exatamente como ele diz. O fabuloso interior do aposento começará a apodrecer, e o piso de taco francês se transformará em fezes. A aparência do homem vai se tornar ciclópica e incrivelmente horrenda. Ele tirará uma nota promissória do bolso de seu terno, e entregará a você.
Essa nota é o objeto 8 de 538. Seu guardião espera que você faça bom uso dela.
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08/11/2014
AnthonyExperiment.jpg
Essa é a última fotografia tirada do Anthony.
Anthony era um grande garoto, sempre brincalhão e sorridente. Ate que...
Dois meses antes dessa foto ser tirada, Anthony informou aos pais sobre algumas figuras negras que se escondiam em seu quarto e apareciam apenas à noite. Os pais não acreditaram e lhe disseram que essas coisas não eram reais.
Cinco semanas antes dessa fotografia ser tirada, os pais de Anthony o encontraram pela manhã, deitado na cama completamente pelado e paralisado, assim como aparece na fotografia. Os pais o levaram para o hospital, e os médicos decidiram transferi-lo para um laboratório, onde poderiam estudar a sua confusa e complexa condição.
No laboratório, Anthony foi submetido a vários experimentos, sem que seus pais soubessem. Pouco tempo depois, Anthony passou a falar continuamente “As sombras virão.” Isso deixou vários cientistas nervosos, mas decidiram continuar com os experimentos. Eles tiraram essa fotografia para que os pais pudessem vê-lo. Os pais não questionaram sobre o motivo pelo qual Anthony continuava pelado, pois eles já sabiam que Anthony gritava muito sempre que tentavam vesti-lo. No dia seguinte ao dia da fotografia, Anthony morreu.
Alguns cientistas começaram a informar que ouviam a frase “As sombras virão” enquanto dormiam, e as vezes conseguiam ver algumas sombras com movimentos anormais durante a noite. Um mês depois, todos os cientistas que ouviam as frases e viam as sombras se suicidaram. O laboratório foi rapidamente fechado e todos os arquivos deletados, incluindo os arquivos sobre os experimentos praticados em Anthony.
Um cientista que manteve alguns dos arquivos sobre Anthony tentou divulga-los pela internet, mas todos foram excluídos rapidamente. A única coisa que sobrou sobre o experimento, são essas informações que você acabou de ler, e essa fotografia acima. Encontrei todas essas informações em um cartão de memória comprado no eBay.
Senti que deveria dividir essas informações com qualquer um que saiba algo mais sobre o pobre Anthony.
Anthony era um grande garoto, sempre brincalhão e sorridente. Ate que...
Dois meses antes dessa foto ser tirada, Anthony informou aos pais sobre algumas figuras negras que se escondiam em seu quarto e apareciam apenas à noite. Os pais não acreditaram e lhe disseram que essas coisas não eram reais.
Cinco semanas antes dessa fotografia ser tirada, os pais de Anthony o encontraram pela manhã, deitado na cama completamente pelado e paralisado, assim como aparece na fotografia. Os pais o levaram para o hospital, e os médicos decidiram transferi-lo para um laboratório, onde poderiam estudar a sua confusa e complexa condição.
No laboratório, Anthony foi submetido a vários experimentos, sem que seus pais soubessem. Pouco tempo depois, Anthony passou a falar continuamente “As sombras virão.” Isso deixou vários cientistas nervosos, mas decidiram continuar com os experimentos. Eles tiraram essa fotografia para que os pais pudessem vê-lo. Os pais não questionaram sobre o motivo pelo qual Anthony continuava pelado, pois eles já sabiam que Anthony gritava muito sempre que tentavam vesti-lo. No dia seguinte ao dia da fotografia, Anthony morreu.
Alguns cientistas começaram a informar que ouviam a frase “As sombras virão” enquanto dormiam, e as vezes conseguiam ver algumas sombras com movimentos anormais durante a noite. Um mês depois, todos os cientistas que ouviam as frases e viam as sombras se suicidaram. O laboratório foi rapidamente fechado e todos os arquivos deletados, incluindo os arquivos sobre os experimentos praticados em Anthony.
Um cientista que manteve alguns dos arquivos sobre Anthony tentou divulga-los pela internet, mas todos foram excluídos rapidamente. A única coisa que sobrou sobre o experimento, são essas informações que você acabou de ler, e essa fotografia acima. Encontrei todas essas informações em um cartão de memória comprado no eBay.
Senti que deveria dividir essas informações com qualquer um que saiba algo mais sobre o pobre Anthony.
04/11/2014
Minha parte favorita!
Dave abriu a porta de sua casa com um leve cambalear. Ele tinha acabado de retornar após uma longa festa. Tudo o que ele queria no momento era relaxar e dormir.
Sem energia o suficiente para subir as escadas e ir para a cama, ele decidiu cair no sofá e passar a noite por ali mesmo. Ele ligou a TV, e conseguiu cair rapidamente no sono.
Depois do que pareceram apenas alguns segundo de um sono tranquilo, Dave saltou repentinamente quando o som da TV aumentou de repente mais que o normal. Ele agarrou o controle remoto e tentou descobrir o que havia de errado com a TV.
Antes que pudesse resolver o mistério, ele percebeu algo em sua visão periférica: havia alguma coisa em sua porta deslizante de vidro que dava para os fundos.
Sem saber se era apenas sua mente lhe pregando um truque, ele decidiu investigar melhor.
“Droga,” ele falou. Dave pressionou o rosto contra o vidro enquanto guardava o controle remoto no bolso. “Não consigo enxergar nada.”
Ele tentou por as mãos em torno dos olhos em uma última tentativa de melhorar a visão no escuro quando um homem barbudo apareceu de repente do outro lado do vidro. O homem bateu no vidro com as mãos completamente sujas de sangue. Dave gritou e caiu para trás, se batendo em tudo que havia no caminho para se esconder atrás do sofá.
O homem barbudo soltou um gemido e logo ficou em silêncio. Após alguns minutos, Dave reuniu coragem para pegar um bastão de baseball e verificar o que estava acontecendo lá fora.
As mãos sangrentas do homem barbudo tinham deixado manchas na porta de vidro. Enquanto abria a porta e seguia lentamente para fora, a luz da sala iluminou o gramado dos fundos. Bem diante dele havia uma grande bagunça. Com tanto sangue espalhado na área dos fundos, parecia que alguém tinha sido esquartejado ali mesmo.
Dave andou mais um pouco até que ficou paralisado de repente. “Saudações,” uma voz surgiu, uma voz que parecia ecoar por todos os lados.
“O que está acontecendo?” ele falou com os dentes cerrados.
Um homem saiu da escuridão à sua frente. Ele estava bem vestido com um terno e uma cartola. Um relógio de ouro estava em sua mão, preso em uma corrente. O homem olhou carinhosamente para o relógio e o guardou antes de voltar-se para Dave e sorrir.
“Você acabou de encontrar-se com um infeliz destino,” o homem falou, rindo mais e mais enquanto falava. “Eu sou um demônio e vou mata-lo e devora-lo. Porém, nós demônios gostamos de jogos, e eu soube que humanos gostam de desafios. Então escute bem! Vou tortura-lo por... digamos… uns 84 anos. Depois… vou manda-lo de volta para alguns minutos antes deste exato momento, para que você tenha uma chance de impedir a si mesmo de sair de casa para xeretar onde não deve... Se você conseguir se salvar, nada disso terá acontecido. Mas se você falhar... vou devora-lo. O que acha disso?
Temeroso, Dave aceitou a proposta do homem. Ele não queria morrer e - como estava completamente paralisado – ele começou a acreditar que o homem era realmente um demônio.
O demônio riu e bateu palmas. Nos 84 anos seguintes, Dave foi torturado no inferno, envelhecendo e perdendo as forças. Finalmente, quando a tortura chegou ao fim, o demônio veio até ele. “Hora de voltar, Dave,” o demônio falou enquanto estalava os dedos.
Dave tentou protestar, mas ele estava sem forças para falar. Agora, Dave já estava velho, completamente sujo e ensanguentado, e sua memória estava confusa após tantos anos de constante tortura. O demônio, no entanto, cumpriu com a palavra. Dave foi levado para o momento exato em que ele dormia no sofá há 84 anos.
Ele estava nos fundos de sua própria casa, e observava uma versão mais jovem de si mesmo que dormia tranquilamente no sofá. O velho Dave tirou do bolso o controle remoto que havia guardado por todos esses anos de tortura em seu velho jeans, pressionou o botão para aumentar o volume da TV que estava ligada lá dentro, achando que isso faria o seu eu do passado acordar e fugir enquanto ainda havia tempo.
Assim que o volume atingiu o limite, o Dave do passado acordou com um pulo. Enquanto o seu eu passado tentava descobrir o que havia acontecido com a TV, o velho Dave tentou gritar para que ele não saísse. Porém, depois de todos esses anos gritando no inferno escaldante, as cordas vocais do velho Dave já tinham se acabado. Entrando em pânico enquanto o seu eu passado seguia para verificar a porta dos fundos, o velho Dave começou a tentar afugentá-lo dali, batendo desesperadamente no vidro.
O Dave do passado saiu correndo, e o velho Dave suspirou de alívio, achando que tinha conseguido assusta-lo. Ele virou-se para ir embora quando o demônio apareceu em sua frente. “Você falhou,” o demônio disse com um grande sorriso.
E foi nesse momento que o velho Dave lembrou-se de tudo que havia acontecido em seu passado.
“Ah, agora você percebeu,” o demônio falou enquanto sua boca se escancarava e seu rosto se retorcia em uma careta terrível para em seguida atacar o velho Dave. Dave gemeu, chorando em uma mistura de medo e tristeza.
Deixando sangue espalhado por todo o gramado, o demônio se recompôs e sorriu.
“Agora vem a minha parte favorita!”
Sem energia o suficiente para subir as escadas e ir para a cama, ele decidiu cair no sofá e passar a noite por ali mesmo. Ele ligou a TV, e conseguiu cair rapidamente no sono.
Depois do que pareceram apenas alguns segundo de um sono tranquilo, Dave saltou repentinamente quando o som da TV aumentou de repente mais que o normal. Ele agarrou o controle remoto e tentou descobrir o que havia de errado com a TV.
Antes que pudesse resolver o mistério, ele percebeu algo em sua visão periférica: havia alguma coisa em sua porta deslizante de vidro que dava para os fundos.
Sem saber se era apenas sua mente lhe pregando um truque, ele decidiu investigar melhor.
“Droga,” ele falou. Dave pressionou o rosto contra o vidro enquanto guardava o controle remoto no bolso. “Não consigo enxergar nada.”
Ele tentou por as mãos em torno dos olhos em uma última tentativa de melhorar a visão no escuro quando um homem barbudo apareceu de repente do outro lado do vidro. O homem bateu no vidro com as mãos completamente sujas de sangue. Dave gritou e caiu para trás, se batendo em tudo que havia no caminho para se esconder atrás do sofá.
O homem barbudo soltou um gemido e logo ficou em silêncio. Após alguns minutos, Dave reuniu coragem para pegar um bastão de baseball e verificar o que estava acontecendo lá fora.
As mãos sangrentas do homem barbudo tinham deixado manchas na porta de vidro. Enquanto abria a porta e seguia lentamente para fora, a luz da sala iluminou o gramado dos fundos. Bem diante dele havia uma grande bagunça. Com tanto sangue espalhado na área dos fundos, parecia que alguém tinha sido esquartejado ali mesmo.
Dave andou mais um pouco até que ficou paralisado de repente. “Saudações,” uma voz surgiu, uma voz que parecia ecoar por todos os lados.
“O que está acontecendo?” ele falou com os dentes cerrados.
Um homem saiu da escuridão à sua frente. Ele estava bem vestido com um terno e uma cartola. Um relógio de ouro estava em sua mão, preso em uma corrente. O homem olhou carinhosamente para o relógio e o guardou antes de voltar-se para Dave e sorrir.
“Você acabou de encontrar-se com um infeliz destino,” o homem falou, rindo mais e mais enquanto falava. “Eu sou um demônio e vou mata-lo e devora-lo. Porém, nós demônios gostamos de jogos, e eu soube que humanos gostam de desafios. Então escute bem! Vou tortura-lo por... digamos… uns 84 anos. Depois… vou manda-lo de volta para alguns minutos antes deste exato momento, para que você tenha uma chance de impedir a si mesmo de sair de casa para xeretar onde não deve... Se você conseguir se salvar, nada disso terá acontecido. Mas se você falhar... vou devora-lo. O que acha disso?
Temeroso, Dave aceitou a proposta do homem. Ele não queria morrer e - como estava completamente paralisado – ele começou a acreditar que o homem era realmente um demônio.
O demônio riu e bateu palmas. Nos 84 anos seguintes, Dave foi torturado no inferno, envelhecendo e perdendo as forças. Finalmente, quando a tortura chegou ao fim, o demônio veio até ele. “Hora de voltar, Dave,” o demônio falou enquanto estalava os dedos.
Dave tentou protestar, mas ele estava sem forças para falar. Agora, Dave já estava velho, completamente sujo e ensanguentado, e sua memória estava confusa após tantos anos de constante tortura. O demônio, no entanto, cumpriu com a palavra. Dave foi levado para o momento exato em que ele dormia no sofá há 84 anos.
Ele estava nos fundos de sua própria casa, e observava uma versão mais jovem de si mesmo que dormia tranquilamente no sofá. O velho Dave tirou do bolso o controle remoto que havia guardado por todos esses anos de tortura em seu velho jeans, pressionou o botão para aumentar o volume da TV que estava ligada lá dentro, achando que isso faria o seu eu do passado acordar e fugir enquanto ainda havia tempo.
Assim que o volume atingiu o limite, o Dave do passado acordou com um pulo. Enquanto o seu eu passado tentava descobrir o que havia acontecido com a TV, o velho Dave tentou gritar para que ele não saísse. Porém, depois de todos esses anos gritando no inferno escaldante, as cordas vocais do velho Dave já tinham se acabado. Entrando em pânico enquanto o seu eu passado seguia para verificar a porta dos fundos, o velho Dave começou a tentar afugentá-lo dali, batendo desesperadamente no vidro.
O Dave do passado saiu correndo, e o velho Dave suspirou de alívio, achando que tinha conseguido assusta-lo. Ele virou-se para ir embora quando o demônio apareceu em sua frente. “Você falhou,” o demônio disse com um grande sorriso.
E foi nesse momento que o velho Dave lembrou-se de tudo que havia acontecido em seu passado.
“Ah, agora você percebeu,” o demônio falou enquanto sua boca se escancarava e seu rosto se retorcia em uma careta terrível para em seguida atacar o velho Dave. Dave gemeu, chorando em uma mistura de medo e tristeza.
Deixando sangue espalhado por todo o gramado, o demônio se recompôs e sorriu.
“Agora vem a minha parte favorita!”
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