15/09/2014

Creepypasta dos Fãs: Feche os Olhos

Eu não conseguia dormir. O calor me irritava, mosquitos me tiravam a concentração e tudo o que ocorrera naquele dia não saia da minha mente. Ele e ela. Aquela imbecil conseguiu o garoto dos meus sonhos e agora eles estavam juntos, se abraçando em corredores e o tempo todo trocavam olhares. 

Aquela era uma das noites que eu pensava nele... Mas não seria tão normal assim.
 
Eu estava deitada em minha cama. Sou filha única e portanto tenho um quarto só para mim. Por um lado é bom, pois tenho meu próprio espaço, um lugar onde posso chamar de MEU mas por outro lado, era assustador acordar de pesadelos e saber que estava sozinha e que o quarto dos meus pais era um tanto longe para pedir aconchego de minha mãe e mesmo assim, não seria tão conveniente uma garota de praticamente 17 anos dormir na cama dos pais. Pois bem, com os olhos fechados pensava como seria minha vida sem um namorado, pensava se um dia conseguiria alcançar meus objetivos pessoais...

Me sentia sozinha no mundo, então senti uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha direita o que me confortou de certa forma. Aquilo foi como um laço desatado, um laço que lacrava uma caixa de lágrimas e soluços, de tristeza e uma vontade imensa de que tudo acabasse. Que caísse uma bomba em mim. Chorei por uns 2 minutos, cobrindo meu rosto para que ninguém ouvisse minhas súplicas. Nunca fui de chorar por garotos e sentia que não era por isso que estava tão triste, simplesmente eu queria estar ali, confortavelmente chorando em meu travesseiro como uma criança de 4 anos. Pensei ter ouvido uma criança gritando na rua, mas logo desisti da ideia e continuei curtindo minha terrível fossa, mas o grito soou novamente. Uma voz feminina de uma criança procurava por alguém. Meu quarto era realmente longe do portão então, ouvia baixo mas claramente: "Jullie!!! Cadê você??! Jullie!".

Eu não conhecia nenhuma Jullie pela Vizinhança e achei muito estranho uma criança procurando por outra naquele horário. Aliás, quem não acharia? Tentei me concentrar em desabar em soluços no travesseiro mas a criança parecia chamar pela tal de Jullie cada vez mais alto e aquilo estava me incomodando, é óbvio. Ouve uma pausa e eu achei que Jullie, já havia sido encontrada então respirei fundo e tentei dormir já que meu clima depressivo foi interrompido por uma criança procurando por outra no meio da madrugada. Mas de repente, ouvi novamente os chamados e cada vez mais alto. Em momentos assim começamos a fantasiar imaginando coisas aleatórias e absurdas e foi o que houve, comecei a pensar, será que ela está falando mais alto ou está mais perto? Gelei por um segundo. Não sabia mais o que pensar até que olhei fixamente para minha porta que ficava em frente à minha cama, algo me dizia para olhar pra lá. Ergui meu cobertor até a altura do olhos deixando apenas uma fresta para matar minha extrema curiosidade e necessidade de olhar para o batente de madeira à minha frente.

Até que rapidamente uma menina alta, com cabelos grandes e negros e vestida como se fosse um dos Batutinhas apareceu na porta com uma faca na mão e sorrindo de uma forma psicopata e assustadora, ao ver aquela desconhecida soltei um grito abafado entre minha mão e o cobertor e chorei. Chorei desesperadamente. Ela ficou ali por uns segundos e então apontou a ponta da faca para o meu lado e disse: "Jullie! Achei você!". Senti um arrepio subindo até a nuca, um frio, a sensação de que aquele era meu fim e um estalo me fez olhar para o lado. Uma outra menina vestida de branco e cabelos repicados e molhados estava sentada ao meu lado me observando. Arregalei mais ainda os meus olhos.

Sentia que eles poderiam saltar do meu rosto e uma gota de um líquido escuro caiu em meu rosto. Aquilo tinha um cheiro podre, parecia chorume e me dava Ânsia. Ela estava lá o tempo todo. Me observando chorar e eu nem percebi. Com um movimento rápido senti uma espetada no olho e logo senti que aquilo era uma agulha e com o outro olho vi um botão negro se aproximando da agulha. Enquanto Julie estava costurando os botões em meus olhos, a outra garota tampava minha boca para não gritar e então apaguei. Acordei vagando pelas ruas gritando por Julie.

Sabe, ela é uma garota muito travessa. Gosta de brincar e se esconder e sempre procuramos juntas, eu e Amelie. Oh Jullie! Até aqui?

Por: Sarah Trindade

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