31/07/2014

Creepypasta dos Fãs: O Perturbar da Noite

Meia noite. O dia já tinha se esvairado a tempos e o silêncio tomava a pacata cidade. O silêncio profundo era o canto das almas perdidas. Tudo continuaria em equilíbrio se não fosse um casal de namorados que perderam o horário na praça e estavam agarradinhos observando o céu. Os seus pequenos sussurros e risadas de satisfação pareciam destonar com a melodia do silêncio das almas e alguém deveria silencia-los.

A felicidade poderia incomodar qualquer ser humano, mas naquela noite parecia ser algo pior que ela incomodava, algo mais sinistro, sozinho e perigoso. A felicidade dos dois arrancava as pálpebras da morte em meio a risos e sussurros.

O silêncio que cercava os dois sucumbiu a felicidade deles e fez com que esse mesmo silêncio se contorcesse de dor. O silêncio praguejou mais altos que os sussurros para mostrar ao casal que perturbavam o andar dos mortos, o marchar das almas. Uma pá se arrastava parecendo arrancar as pequenas pedras que formavam a rua da pequena cidade. O casal não se deu conta do que passava por ali e continuavam a torturar a morte, a vingativa morte.

Dois, três passos. A pá agora não se mais arrastava ao chão e estava apoiada nos ombros de um grande corpo masculino que andava perturbado. Uma mão segurando a pá, outra mão tapando os ouvidos para amenizar os sussurros e as risadas do casal. O corpo de quase 2 metros de altura se vestia com roupas pretas e um chapéu antigo que escondia seu rosto nas sombras da noite, as terríveis sombras da noite.

Agora os passos do ser já eram ouvidos pelo casal, que olhando para todos os lados, não conseguia olhar de onde vinha. Por um momento a felicidade foi trocada pelo medo e os passos acabaram novamente. Após alguns minutos as risadas continuavam e os passos foram aumentando, aumentando e aumentando.

Uma grito abafado. Foi o ultimo barulho antes do silêncio vigorar novamente. Agora o que se podia ouvir é o pingar das gotas de sangue que escorriam da pá, nada mais. As almas podiam cantar novamente, e a morte se encontrava contente com a sua conquista.

No outro dia de manhã, a cidade se espantou ao ver o imenso coração formado com as partes dos corpos do casal. Braços, pernas, órgãos, formavam um grande coração em que as duas cabeças, se beijando estavam no centro do coração. O amor era lindo inclusive para a morte...

Autor: Gabriel Souza

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