29/12/2014

Rosto de boneca

Eu estava ali

Apenas esperando

Observando

Eu sei que ele voltará, eu sei. Não posso comer ou dormir, fico apenas observando o maldito buraco na parede. No inicio ele era apenas um pequeno buraco, e com o tempo ele começou a aumentar. Tentei tampa-lo; mas acabei tornando-o maior. Eu acho que ele sabe que o estou esperando, é por isso que ele decidiu morar em minha parede.

Tentei atrai-lo com comida, camundongos, hamsters, até um porquinho; nada funcionou. Meu deus! Eu tenho que vê-lo outra vez! Apenas para superar meus medos. Eu quero encarar seus olhos negros e sem vida, talvez descobrir o que ele quer de mim. Acho que na primeira vez que eu o vi, bem rapidamente, foi o momento em que minha vida foi arruinada.

 -

Eram 3:29 a.m, eu estava sozinho em casa, e tinha acabado de descansar a cabeça no travesseiro quando ouvi um barulho terrível. Me levantei e olhei por todos os cantos do quarto, mas não consegui enxergar nada naquela escuridão. Peguei minha câmera e comecei a tirar fotos com o flash ativado, assim como naquele filme, Jogos Mortais, e comecei a procurar a origem do barulho. Eu deveria ter pensando em algo melhor, os flashes apenas me cegavam. Decidi largar a câmera.

Fui para a cozinha, tateando no escuro. Percebi que a porta da geladeira estava aberta, o que era realmente estranho, sendo que eu nem tinha aberto a geladeira naquela noite. Quando finalmente consegui ligar as luzes, eu vi a estranha criatura em um canto da cozinha, era quase da mesma altura da minha mesinha de café.

Me aproximei dele e por um momento pensei que meus olhos estavam me pregando um truque, mas eu podia jurar que ele tinha se movimentado tão rápido, que em menos de um segundo já não estava mais ali. Tentei correr de volta para o meu quarto, mas acabei batendo o pé na porcaria de uma cadeira. Eu caí, e fiquei petrificado ali no chão quando percebi que algo bafejava em meu pescoço.

“Era um sonho, tinha que ser um sonho, não poderia ser real...” Rolei lentamente para o lado, e me deparei com um terrível rosto branco, bastante semelhante ao rosto de uma boneca de porcelana. Foi nesse momento que reagi e me joguei para o canto mais distante, para observar aquela coisa... entrando em meu quarto.

-

A visão daquela coisa é algo impossível de esquecer, e foi assim que acabei ficando com essa terrível obsessão, sentado em frente ao buraco na parede, esperando... Agarrado à minha câmera, tentando não cair no sono, dividido entre o medo de ser atacado e a incontrolável vontade de revê-lo.

Talvez eu esteja louco? É, pode ser que sim, talvez esteja ficando louco pela falta de comida e descanso. Talvez eu devesse dor-

NÃO! Não posso cair nesse truque! Tentar me fazer dormir para vir e me matar sem que eu o veja! Isso não vai acontecer comigo. Sou muito esperto para cair nesse truque. Dias... Droga! Não durmo há dias!

Eu posso ouvi-lo me chamando…

Meu Deus…

Onde estou? Essa não é a minha casa! Eu devo ter dormido. Esse som... eu já o ouvi... não! Não posso morrer! Não agora! Eu o sinto em minha mente, ele QUER que eu o veja, que eu tire uma foto. A minha câmera... ele a jogou para mim...

O que faço? Devo vê-lo? A vontade é esmagadora...vou morrer mesmo... eu preciso vê-lo-


• Click*


OH MEU DEUS! MAS QUE DRO-


White doll face

24/12/2014

Pura maldade

Ahh, o Natal. Um dos momentos mais aguardados do ano, e o momento perfeito para concluir o meu plano. Tem que ser assim, pois afinal, todos querem alguma coisa.

Eu já o estava perseguindo desde o mês passado; era apenas um cara comum, vivendo uma vida simples com sua família, em uma rua pacata. Ele era o próximo. Ele não saberia os motivos por ser o próximo, mas no fim ele entenderia.

Tudo morre um dia. Eu apenas adiantaria o processo para ele.

Vestido como o bom velhinho, em um vermelho brilhante, assim como meu cabelo, agarrei a ferramenta perfeita para o serviço. Meus olhos verdes cheios de determinação, com sede de sangue. Meu rosto distorcido em uma máscara de malícia.

Atravessei alguns quintais, seguindo em direção aos fundos da casa do meu alvo. Os cães sentiam a minha presença, e uivavam para o céu estrelado. Era como musica para meus ouvidos. Se também houvesse alguns gritos de dor, séria uma sinfonia perfeita.

Abri lentamente as janelas do fundo. Um som agitado preenchia o ar. Parecia a trilha sonora de algum filme de ação. Isso apenas facilitou a minha silenciosa entrada.

Escondido nas sombras, observei, enquanto o meu alvo digitava algo em um notebook, acompanhado pela música alta que saia de duas caixas de som ligadas ao aparelho. Eu sabia que ele estava sozinho, vi a sua família sair para comprar algo que faltava para a ceia.

Assim que ele acabou de digitar (o que demorou um pouco, devo admitir), ele recostou-se para descansar na cadeira, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás.

Me aproximei mais um pouco dele.

Não houve muito tempo para que ele pudesse reagir quando percebeu o meu movimento. Assim que ele abriu os olhos e virou-se para mim, foi imediatamente recebido com um taco de golfe bem no meio do rosto, caindo da cadeira com um grande barulho. Um nariz quebrado e um grande corte tomava o lado direito do seu rosto; seus lábios escorrendo sangue quando um dente se partiu e caiu no chão. A trilha sonora continuava a preencher o ar, com um toque agitado de ação bastante irônico para aquele momento.

“Esse é um momento de felicidade, SORRIA!”. Gritei, explodindo de excitação.

Abri um largo sorriso e até comecei a cantarolar seguindo o som, batendo o taco de metal frio na palma da minha mão. Levantei o taco mirando mais uma vez em seu nariz. Instintivamente, ele ergueu um braço para bloquear o taco, gritando pateticamente enquanto recebia o impacto.

“O que você quer?” ele gritava com a voz engasgada, cuspindo sangue e pedaços de dente. Essa era a pergunta que eu realmente esperava. Levantando o taco outra vez, percebi a fina linha de sangue que o cobria. Tentei controlar toda a felicidade e excitação em minha voz, para responder de forma bastante clara:

“Eu quero que poste Creepypastas com mais frequência, seu desgraçado!”

Com rápidos movimentos, o taco desceu mais duas vezes. Primeiro ele gritou, e depois pôde apenas soltar um leve gemido. Deitado em uma poça do próprio sangue, ele dava o último suspiro.

Sorri um pouco mais ao observa-lo daquele jeito. Olhei para a grande árvore de natal em sua sala, e me perguntei se a árvore ficaria melhor se eu pusesse alguns pedaços dele pendurados como enfeites. Talvez pendurasse seus intestinos ao redor da árvore, e pendurasse sua cabeça bem no topo. Seria algo perfeito!

Porém, havia algo que eu deveria fazer antes.

Acessei o blog no qual ele costumava postar, e utilizei a conta dele para digitar tudo isto para vocês que gostam de creepypastas. Sim, eu sei quem são vocês. Acham que não conheço todos que comentam por aqui? Ou aqueles fanáticos por creepys, assim como eu?

Eu destruo amizades e espalho a tristeza. Sou o amante do medo, devorador de almas. Eu tornarei o mundo das creepypastas uma realidade. EU sou a pura maldade.

EU so

Ele se mexeu!

Parece que ainda está vivo. A família dele já deve estar chegando. Devo acabar logo com isso.

Agora, se me derem licença, tenho uma creepy para terminar…

22/12/2014

O caso do Assassino da Teia


Tudo começou há 3 meses, vítimas foram encontradas sem sangue e enroladas em um tipo de seda. Pareciam insetos mortos por uma aranha. Logo começaram a chamar o caso de “Assassino da teia”. Até o momento, 12 se tornaram vitimas desse assassino desconhecido. Não havia vestígios ou provas de quem seria esse assassino, alguns acreditavam que as vítimas foram parte de algum ritual satanista. O caso já estava para ser arquivado, até que um dia, uma mulher que caminhava em um parque, ouviu algo, parecia o som de alguma coisa sendo arrastada, ela gritou, perguntando se alguém precisava de ajuda e não houve resposta, nem mesmo havia pássaros cantando. Ela ficou preocupada e decidiu verificar o que estava acontecendo, já que alguém poderia estar ferido e não pudesse falar.

Ela começou a procurar por toda a área ao redor, sem sucesso. Ela continuou procurando por mais alguns minutos e logo decidiu descansar embaixo de uma grande árvore. Por alguma estranha razão, algo lhe disse para olhar para cima, e o que ela viu parecia algo de um filme de terror. Havia um corpo pendurado no que parecia seda, e para sua surpresa, a pessoa ainda estava viva. As autoridades foram chamadas, e levaram a vítima para o hospital, ela poderia ser muito útil para ajudar a encontrar o assassino, assim ela acordasse.

No dia seguinte encontraram outra vítima, pendurada em um passarela em uma rua isolada. Era a vítima número 13, e assim decidiram me chamar. Meu nome é Alex, sou especialista em casos ligados a rituais satanistas e ao paranormal. Eu li os relatórios do caso e decidi revisitar cada área onde as vítimas foram encontradas, caso os investigadores da polícia tivessem deixado passar algo. Cheguei á primeira área. Não havia sangue ou fios de cabelo... tudo o que vi foi um cão fugindo assustado e de orelha baixa. Mas isso não importava, não poderia perder tempo com besteiras.

Segui para a próxima área, e como antes, não encontrei nada de importante. Eu já estava prestes a seguir para o próximo local quando vi algo movendo-se em um canto, era um cão, parecia exatamente o mesmo que eu tinha visto antes, porém, apenas a sua cabeça estava visível, enquanto o resto do corpo estava oculto pela escuridão da área. Ele tinha lindos olhos azuis, pensei que ele estivesse me seguindo, achando que eu talvez pudesse lhe dar algo para comer, o que eu não tinha no momento. Encontrei um hambúrguer meio comido em uma lixeira, e o joguei para o cão, em seguida parti para o próximo local.

Eu estava nas docas, e o cheiro de peixe já estava quase me fazendo vomitar. Caminhei pelo apertado beco onde o corpo foi encontrado, olhando por todos os cantos, até que captei algo. Era um pequeno tufo de cabelo negro, e já que cabelo da vítima era tingido de rosa, naquele momento pensei que o tufo de cabelo só poderia ser do assassino. Eu o coletei e continuei a minha procura, não encontrando nada mais importante. Por um momento, naquele beco apertado, me senti observado. Olhei ao redor, procurando por meu perseguidor e o encontrei; escondido nas sombras, estava um cão.

Era o mesmo de antes, ele estava apenas me observando, sem se mover ou mesmo piscar. Ele já estava me assustando.

Meu celular tocou e eu quase enfartei, era o Jeff, eu havia deixado a amostra de cabelo com ele, ele reportou que não era cabelo humano, eram pelos de aranha, e foi nesse momento que a minha ficha caiu; as vítimas estavam sem sangue, amarradas com fios de seda, e todas estavam penduradas em algum lugar. Realmente parecia obra de uma aranha, mas as suspeitas eram de um serial killer fanático por aranhas, e não uma grande aranha assassina. Uma aranha não poderia fazer um estrago desses. Talvez um experimento do governo? Não seria a primeira vez que algo assim acontece. Captei algo em minha visão periférica, era o cão de alhos azuis, ainda me encarando. Sai do beco e entrei em meu carro, pensei que talvez pudesse encontrar algo no próximo local.

Entrei no abatedouro abandonado, o local do quarto assassinato, o abatedouro já possuia um histórico ruim, um louco que costumava matar suas vítimas e come-las naquele local. Ele nunca foi capturado nem identificado, anos depois até fizeram um filme sobre isso. Às vezes algumas crianças se desafiam a entrar no abatedouro, ou alguns fanáticos invadem tentando encontrar fantasmas. O cheiro de mofo batia em meu rosto, me sufocando enquanto andava pela área onde o corpo foi encontrado. Segundo o relatório, a vítima estava pendurada no cano de metal, que naquele momento estava bem acima de mim, se o cano no tivesse quebrado, o corpo jamais seria encontrado. Não havia como alguém ter pendurado um corpo tão pesado naquela altura. Uma pessoa não poderia fazer algo assim sozinha. Isso parecia justificar a teoria da aranha gigante.

Ouvi algo se movendo. Sem uma arma no momento, resolvi usar um dos canos que estavam caídos no chão. Seria o assassino? O local era grande e perfeito como um esconderijo. Comecei a caminhar lentamente, e bastante atento a todos os movimentos ao meu redor. Encontrei algumas portas, estavam enferrujadas e travadas. Enquanto me virava para tentar encontra outras portas, algo me assustou, me fazendo pular para trás. Era apenas um cão, o mesmo que esteve me seguindo o dia todo, aquele pestinha assustador, como sempre, eu só conseguia ver a sua cabeça, o resto estava escondido no escuro. O cão parecia estar em um local mais alto, pensei que estivesse em algum andar acima de onde eu estava e que não consegui enxergar no escuro, talvez tivesse alguma escada por trás das portas enferrujadas que não consegui abrir. E se fosse isso mesmo, como o cão chegou lá?

O meu celular tocou, era o Jeff outra vez, ele me avisou que a garota tinha acordado e descrito o atacante, a policia não acreditou quando ela disse que o atacante não era humano, era uma criatura muito grande e que parecia uma aranha. Ela completou, dizendo que a criatura possuía um tipo de segunda cabeça no abdômen, uma cabeça que se assemelhava à de um cão, de orelhas baixas e olhos azuis...

Ouvi algo caindo atrás de mim, eu não conseguia me mover, não conseguia falar ou gritar, estava sem saída...

Naquele momento, percebi que o assassino já estava me observando o tempo todo...




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desculpem a demora galera, ficamos um pouco atolados com trabalho\estudos, mas agora as coisas já estão se normalizando!   :)

10/12/2014

SCP-2002




AVISO: ACESSO RESTRITO




Item #: SCP-2002

Classe do Objeto: Neutralizado (classificação Keter revogada em ██/██/20██)

Procedimentos Especiais de Contenção: A contenção do SCP-2002 é concentrada na disseminação coordenada de desinformações para todas as organizações ou indivíduos envolvidos com a descoberta, detecção, estudo e/ou discursão envolvendo objetos astronômicos (em movimento). Uma atenção especial deve ser posta na manipulação de algumas organizações, visando ofuscar a natureza do SCP-2002.

Imagens do SCP-2002 vazadas para o público devem se desmentidas, assim como digitalmente alteradas e rotuladas como obras de teorias conspiratórias. Para esse propósito, funcionários da fundação devem ser preparados para aparições na mídia e como consultores em qualquer projeto de pesquisa externa.

Para mais informações relacionadas às medidas de desinformações, por favor, verifiquem o documento SecInf/2002-D/DepDI:rev2.41. O uso de força bruta foi autorizado para impedir que qualquer informação relacionada ao SCP-2002 vaze ao público.

Todas as peças e restos dos tripulantes coletados do SCP-2002 devem ser armazenados no Local
        para futuras pesquisas sobre a origem do SCP-2002. Entrem em contato com o atual líder do projeto Dr. Aeslinger para mais informações sobre as pesquisas.

Rem/AESL1/20060217: Notem que apesar de neutralizado, os procedimentos de contenção do SCP-2002 devem permanecer efetivos por tempo indeterminado. 

Descrição: O SCP-2002 é um corpo celeste em rota de colisão com a terra. Após detecção, o setor astronômico da Fundação disponibilizou várias imagens indicando várias similaridades entre o design do SCP-2002 e o design do, ainda em desenvolvimento, [INFORMAÇÃO EXCLUIDA] naquele momento. Levando em consideração essas informações, e adicionando resultados de pesquisas dos destroços, o SCP-2002 foi classificado como uma possível anomalia do continuum espaço-tempo, mas foi considerado nativo para esta realidade. Sua neutralização impediu que os funcionários pudessem encontrar detalhes adicionais, porém, os exames dos destroços realçou as evidencias que sustentavam a teoria do SCP-2002 ser uma anomalia do continuum espaço-tempo.

O SCP – 2002 possuía um casco esférico com um diâmetro estimado de 450m. Acoplado ao casco principal haviam ~3000 pequenas esferas com aproximadamente 1,7 m de diâmetro. O SCP – 2002 não possuía qualquer dispositivo de propulsão visível ou sistemas externos de geração de energia, também não possuía compartimentos individuais como uma cabine de controle, área de armazenamento, ou qualquer outra cômodo.

Todas as tentativas de comunicação foram respondidos por transmissões automáticas do SCP-2002, em uma rádio frequência reservada exclusivamente para o trafego de informações da Fundação. Sinais enviados por instalações amadoras não receberam respostas do SCP-2002, sugerindo que o SCP talvez soubesse da origem do sinal. Vejam o Apêndice 2002-A-04 para a transcrição da resposta automática gerada pelo SCP-2002.

Em revisão, a mensagem transmitida pelo SCP-2002 parece implicar que o SCP possuía sistemas que facilitavam o retorno para a terra automaticamente. Independentemente disso, o SCP-2002 foi classificado como Keter devido aos efeitos potenciais que o SCP poderia causar ao cair na terra, sendo esta hipótese dada como falsa mais tarde. O SCP-2002 mantinha uma velocidade fixa de 12,5 km/s e era esperado reentrar na atmosfera em ██/██/20██. Foram projetados protocolos para lidar com um possível cenário Classe-K como resultado da queda do SCP-2002.

O SCP-2002 foi detectado pela primeira vez a uma distância de aproximadamente 15.8 au da terra em ██/██/19██, por sensores remotos nos satélites da fundação. Extrapolando e não assumindo alterações no curso do SCP-2002, ele deveria ter sido descoberto a pelo menos ██ antes. Isso sugere uma troca temporal acidental, assim como uma intervenção consciente por parte do SCP-2002 ou sua tripulação. O conteúdo da transmissão automática do SCP-2002 trás mais credibilidade para essa teoria.

Apêndice 2002-A-01: Trecho do relatório de neutralização 2002/D/NeutRpt-01:rev1.01 

No dia ██/██/19██, enquanto o SCP 2002 passava pela lua terrestre, um satélite não identificado equipado com um canhão laser altamente poderoso de diáxido de carbono, abriu fogo contra o SCP-2002, danificando seu casco principal e espalhando as pequenas esferas por uma grande área. Várias dessas esferas acabaram sendo destruídas pelo laser, enquanto outras ficaram à deriva no espaço. Uma certa quantidade dessas pequenas esferas continuaram seguindo em direção à terra. No dia ██/██/20██, essas esperas, junto com um grande pedaço do casco principal, entraram na atmosfera terrestre.

As investigações sobre o satélite não identificado e a destruição injustificada do SCP-2002 levaram á uma série de mensagem de e-mail codificadas e transmitidas por uma estação localizada no terminal de comunicação na Área 102. A decodificação dessas mensagens revelaram um vazamento de informações para o GOC, contendo fatos sobre o SCP-2002, embora em detalhes básicos. Nesse caso, o vazamento interno de falsas informações acabou misturado com algumas informações verdadeiras sobre o SCP-2002.

Uma investigação realizada pelo Mobile Task Force Beta-1 identificou o █████ ████████, um membro de Level 4 como sendo o responsável pelo vazamento das informações. O responsável em questão foi detido enquanto tentava deixar o local onde trabalhava, foi interrogado e consequentemente [INFORMAÇÃO EXCLUÍDA] geralmente utilizado em operações contrainteligência. Esforços para descobrir a verdadeira identidade do destinatário não obtiveram sucesso, porém, descobrimos que essa organização já possuía conhecimento sobre o SCP-2002 desde 19██, porém, tais conhecimentos consistiam apenas de detalhes básicos (veja abaixo). Presume-se que o vazamento de informações corretas, em adição à politica interna e externa de desinformação da Fundação à respeito do SCP-2002, levaram o GOC a tomar a decisão de neutralizar o SCP-2002.

Como resultado desse incidente, protocolos para a comunicação interna e externa sobre anormalidades foram revisados e atualizados, e a Operação Carbon foi iniciada, permanecendo efetiva por tempo indeterminado, enquanto um teste padrão de lealdade é desenvolvido para os atuais e futuros funcionários.

O satélite utilizado pela GOC foi sabotado e caiu em uma floresta Brasileira no dia ██/██/20██. Foi recuperado pela Fundação e permanece sob sua custódia, apesar dos inúmeros pedidos da GOC, para que o satélite fosse devolvido. Por favor, acesse o documento adicional 2002/C/DipInc-8:rev.1.12 para mais detalhes acerca das comunicações inter-organizacionais sobre o objeto.

Apêndice 2002-A-02: Documento capturado pela GOC sobre o SCP-2002 

KTE-0481

ID da Ameaça: KTE-0481-Typhon "Grande objeto desconhecido em rota de colisão com a terra”

Descrição: Um objeto astronômico não identificado em rota de colisão com a terra. Informações fornecidas pelo ██████ sugerem que a Fundação está monitorando o KTE (sobre designação SCP-2002) por razões desconhecidas, ainda não formulando qualquer plano de ação ou medidas para impedir o seu progresso.

O objeto é esférico, com um diâmetro estimado de 450 m 450 m (~1,476 ft), com múltiplas pequenas esferas acopladas à sua superfície. Não é possível saber se essas pequenas esferas são algum tipo de arma ou sistema de defesa. Nenhum sistema de propulsão é visível no objeto. Sistemas de geração de energia também parecem não existir.

O objeto não responde às tentativas de comunicação, apesar das mensagens de saudações serem enviadas em intervalos regulares pelas instalações da GOC e a USS███████████.

Os últimos cálculos informam o momento do impacto às ██:██ GMT, ██/██/20██. A previsão é de um cenário apocalíptico caso o KTE-0481 continue seu caminho sem interrupções.

Medidas: Caso o objeto atinja 0.00269 au da terra, a sua destruição é permitida para prevenir a extinção de toda a vida terrestre. O satélite Thor-AXII foi posto em estado de alerta permanente para essa medida. Protocolos foram postos em prática para garantir 100% de sucesso.

Apêndice 2002-A-03: Sumário do relatório de recuperação 2002/D/RecRpt-14:rev1.15 

No dia ██/██/20██, 37 minutos após a queda de uma grande parte do SCP-2002, membros do MTF Zeta-40 (equipe de limpeza) e vários guias locais se aproximaram dos destroços á aproximadamente 240 km de Riade (Capital da Arábia Saudita). Por vários dias, destroços e vários restos humanos (estimam-se compostos por 5 adultos masculinos, 21 adultos femininos, 142 recém nascidos masculinos, e 377 recém nascidos femininos) foram carregados em transportes da Fundação e levados para a Área-102. Testes de DNA revelaram certas semelhanças aos atuais membros da Fundação, incluindo vários membros do conselho O-5.

Apêndice 2002-A-04: Transcrição parcial da transmissão automática emitida pelo SCP-2002

Mensagem do sistema; 

Esta é a arca da Fundação, SCPS Mendel. Recebemos a sua transmissão. Devido aos protocolos de estase em efeito, nenhum membro encontra-se disponível para responder à sua mensagem no momento. Por favor, aguarde pela transmissão automática pré-gravada. 

Voz feminina; 

Aqui é a Dr. Agnes Younts, Líder do projeto SCP-█████. Se está recebendo esta mensagem, fico feliz em informar que essa missão foi desnecessária. Quando ocorreu a destruição causada pelo SCP-█████ em 21██, passamos um longo tempo tentando descobrir uma maneira de reverter seus efeitos. Tentamos descobrir se a realocação era a solução. Construímos uma estação espacial e, quando não deu certo, construímos um complexo lunar, mas a praga sempre nos seguia de alguma forma. Enfrentando uma taxa de 100% de esterilidade, descobrimos uma maneira de fertilizar embriões, assim eles não estariam sujeitos aos efeitos da praga. Bom, pelo menos enquanto os embriões permanecessem em estase. Nossos cálculos indicaram a dissipação dos efeitos da praga aproximadamente ███ anos desde o dia zero, então por fim, não nos sobraram muitas opções além de enviar para o espaço uma seleção desses embriões, junto com alguns funcionários. Os membros e a carga desta arca serão revividos e preparados para o retorno à terra. Eles já percorreram um longo caminho. 

Mensagem do sistema;

Nossa atual situação indica PERIGO; erro de deslocamento temporal detectado. Pedimos que limpem o Setor-521A para a nossa chegada¹.

Mensagem do sistema; 

Esta mensagem se repetirá em Mandarim. 

Depois da repetição em mandarim, a mensagem também foi repetida em espanhol, hindi e árabe antes do fim da transmissão.

Notas finais 

Nenhum Setor-521A existe como propriedade da Fundação. Porém, cálculos mostram que a sua suposta localização seria na [EDITADO]




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03/12/2014

O Ultimo Homem do Mundo

O último homem do mundo senta-se só em uma sala. Batem à porta.

25/11/2014

O pintor de telhados

Há alguns anos, recebi uma série de estranhos e-mails do endereço “alooga2@gmail.com” Não sei os motivos pelos quais foram enviados para mim, mas vou passa-los para vocês. É bem assustador. Bloqueei a minha conta por razões que não precisam ser explicadas.

.....

Eu estava acordada até tarde checando meus e-mails (tenho insônia) quando a página atualizou mostrando uma nova mensagem.

“3:48 AM (22/09/10) “alooga2”

Não sou apenas ruim. Eu sou o pior. Você nunca me verá chegando. Eu sou aquele que você acha que não sou. Sou um pintor. De telhados.” 

Achei que fosse algo normal. Eu nem conhecia aquele endereço de e-mail. Então outra mensagem chegou:

“3:48 AM (22/09/10) “alooga2”

Eu sou livre? Não. Eu tenho bocas para alimentar. Estou falando por meio de charadas. Sou o grande mal, eu tenho que ser o tal. Isso me torna mais assustador. Como tinta preta. 

Nesse ponto, eu ainda não estava muito assustada. Pensei que estivesse recebendo as mensagens por engano. Já tinha acontecido antes.

Levou apenas alguns minutos para ele mandar outra mensagem.

“3:57 AM (22/9/10) “alooga2”

...pintar.” 

“4:33 AM (22/09/10) “alooga2”

Eu zombo de você quando você não está” 

Eu já estava ficando irritada, mesmo assim decidi ignorar. Pensei que ele já tivesse se cansado quando algumas horas se passaram sem que ele me enviasse outra mensagem. Mas...

“8:11 AM (22/9/10) “alooga2”

Café. Preto. Preto. Café” 

“8:11 AM (22/9/10) “alooga2”

Acumule moedas. Quebre o porquinho. Pegue o que ganhou. Estou sempre à caminho. Chame o pintor. Faça ao mundo um favor” 

Eu nem tive tempo de mandar o cara se ferrar, já que eu tinha que ir para o trabalho. Levei bastante tempo sem verificar o email, e quando o fiz, encontrei quatro novas mensagens, enviadas por... adivinha quem....

“12:51 PM (22/9/10) “alooga2”

Dizem que sou surreal. Mas sou diferente, com minha cartola e meu bigode. Pareço ter saído de um desenho animado. E vou pintar o seu telhado.” 

“3:21 PM (22/9/10) “alooga2”

Quero pintar o seu telhado.” 

“3:52 PM (22/9/10) “alooga2”

Acho que vou pintar hoje. Vou pintar de preto, assim como o seu cabelo, Mirian. Seu cabelo é preto. Preto. Cabelo. É um trocadilho.” 

Agora, nesse ponto vocês já podem imaginar que eu estava furiosa com esse cara me mandando essas porcarias. Então respondi com essa clara e concisa mensagem:

“Para com essa palhaçada seu merdinha.” 

Então ele me respondeu, em apenas alguns segundos.

“4:20 PM (22/9/10) “alooga2”

Teve um dia cansativo no trabalho? Pensei que você gostasse de mim. Vou até pintar o telhado para você” 

A coisa já estava ficando muito estranha. Então resolvi bloquear o imbecil. E isso resolveu meus problemas. Levei alguns anos sem receber outra mensagem, até que em uma madrugada, enquanto estava outra vez checando meus e-mails, recebi uma nova mensagem com um anexo.

“3:48 AM (23/9/13) “aloooga2”

Enfim, pintei o seu telhado.” 

O anexo era uma foto da minha casa. Estava com o telhado todo preto. Corri para a janela e vi a tinta preta pingando do telhado. Manchando toda a varanda.

 Então chegou uma última mensagem.

3:48 AM (23/9/13) “aloooga2”

“Deveria ter visto a sua cara. Aqui, tirei uma foto do momento” 

Nessa mensagem também tinha um anexo. Era uma foto minha, enquanto olhava assustada pela janela. A mesma janela que olhei uns 3 minutos atrás. Eu não percebi nenhum flash ou algo assim. A minha única reação, foi sair correndo. Entrei em meu carro e segui para o motel mais próximo. Chamei a policia e expliquei tudo. Que havia um maníaco pintor, e que ele tinha pintado o meu telhado e que estava me espionando.

 Mas a policia não o encontrou, ele simplesmente sumiu e eu estava em segurança. Fiquei no motel por uns três dias, até que numa noite, enquanto eu tentava dormir, ouvi um sussurro em meu ouvido:

“Hey. O telhado desse motel precisa de uma nova pintura.”

Quando abri os olhos, consegui enxergar apenas a silhueta de uma pessoa muito magra, saindo rapidamente pela janela.

19/11/2014

Humannequin

Não era desse jeito que eu pretendia passar a minha noite de sexta-feira, pensei comigo mesmo enquanto revirava uma grande pilha de papéis em minha escrivaninha. Eram umas 18:45, e eu já estava em casa há meia hora. A hora do jantar chegou e passou, mesmo assim, ainda não pude desviar a minha atenção da grande carga de trabalho que estava diante de mim. As 20:30, larguei tudo e decidi encontrar a minha esposa e a minha filha na sala de estar; se eu continuasse mais um pouco naquela escrivaninha, acabaria arrancando meu próprio cabelo.

Segui para a sala de estar para encontrar a minha filha, Mary, remexendo em nossas fotos da família. Minha esposa a estava ajudando, com as duas rindo e revivendo as várias viagens e experiências que tivemos, decidi me juntar a elas, carregando uma xícara de café e observando o que estavam fazendo.

“Certo, agora esta vai aqui –“

“Não! Fomos para a Venezuela DEPOIS do belíssimo casamento. Não foi querido?”

Desviei minha atenção das fotos para olhar a minha esposa nos olhos. Ela já estava desenvolvendo os primeiros traços de algumas rugas, mas suas características juvenis continuavam tão fortes quanto quando nos conhecemos. Um leve sorriso combinado com olhos verdes brilhantes e bochechas e queixo bem definidos.

“Isso mesmo!” afirmei. “Ficamos lá por duas semanas até que fiquei doente quando peguei a terrível La Venganza de Montezuma.” Rimos muito com isso e continuamos com a construção do projeto. Mary estava reunindo algumas fotos para um projeto da escola, um tipo de atividade para “encontrar suas raízes.” Um pouco desnecessário, talvez, mas não fazia mal. Já tinha terminado meu café e estava prestes a voltar ao trabalho quando uma transmissão de emergência irrompeu em todos os televisores da casa. A mensagem tradicional de emergência tremulava como se algo quisesse interrompe-la; como se houvesse outra mensagem querendo tomar espaço para desviar a nossa atenção do perigo real. A mensagem surgiu na tela, em grossas letras negras:

NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS 

NÃO SAIAM, AERONAVE NÃO IDENTIFICADA EXECUTANDO CIVIS EXPOSTOS 

“Oh meu Deus,” Mary suspirou. “Vamos ficar seguros, papai?”

Eu não poderia ser honesto com ela. Se ela soubesse das possibilidades, ela sairia correndo em pânico. Então, decidi lidar com a situação pensando racionalmente.

“É claro, Mary. Vá para o meu quarto e prepare os cobertores. Quero todos em um só lugar hoje à noite, assim, um de nós pode alertar o outro caso aconteça algo. Querida, você vai pegar as lanternas e o revólver. Vou trancar as portas e me certificar que ninguém esteja lá fora.”

Enquanto nos dividíamos para nos preparar, percebi algo enquanto checava a porta da frente. Na rua, pequenas luzes vermelhas foram colocadas ao longo do solo, além dos grandes e vermelhos “X’s” que foram desenhados em cada cruzamento. Foi então que suspeitei que a tal aeronave não era tão desconhecida quanto o governo queria que acreditássemos. Eu não conhecia muito bem o protocolo deles, mas sabia reconhecer uma quarentena. Largando minhas suspeitas de lado, segui para meu quarto. As lanternas e o revólver já estavam na mesa de cabeceira. Carreguei o revólver, me enrolei no cobertor ao lado da minha esposa e tentei dormir.

O som de buzinas me acordou. Agarrei o revólver, atento para o que quer que tenha soado a buzina tão alto. Olhei para o lado, onde minha esposa e minha filha continuavam dormindo embaixo dos cobertores. Suspirando de alívio, sai da cama para verificar a condição das coisas. A TV continuava a transmitir a mesma mensagem.

Notei que algo piscava rapidamente enquanto a mensagem continuava bastante clara na tela. Para minha surpresa, a tela congelou por poucos segundo, porém, o bastante para que eu pudesse ver o que piscava junto com a mensagem.

Skull-0Parecia ser uma imagem de baixa qualidade, que mostrava uma caveira com um símbolo radioativo na testa. Logo abaixo da caveira, havia a palavra “OBEY”. Um súbito sentido de alerta passou por minha mente, mas naquele momento pensei que era apenas coincidência, algo passageiro. Ainda assuntado com o que tinha acabado de ver, saí para verificar o que mais havia sido afetado.

Assim que as buzinas pararam, o ar foi preenchido com a Moonlight Serenade de Glenn Miller, que tocava por algum alto falante que eu não conseguia ver. Carros estavam nas ruas, mas não estavam estacionados; de fato, a maioria dos carros continuavam rodando, e alguns deles estavam batidos. Me aproximando de um dos carros, fiz uma estranha e terrível descoberta.

Não havia um humano dirigindo o carro. Era um... um manequim. Inicialmente pensei que alguém tivesse posto o manequim dentro do carro como um tipo de piada. Porém, depois de verificar melhor, percebi que ele usava roupas e um relógio. Cheio de curiosidade, verifiquei seus bolsos – estavam cheios. Um manequim do que parecia ser um trabalhador de classe média com os bolsos cheios de dinheiro e um relógio que parecia bem caro. Seu rosto mostrava uma expressão de riso, e suas mãos estavam em frente ao rosto, como se estivesse se protegendo de algo. Percebendo a gravidade de situação, corri para minha casa, desesperado para verificar a minha mulher e a minha filha.

À primeira vista, tudo no quarto parecia normal. May e a mãe não tinham se mexido desde a última vez que as vi antes de sair, e isso me deixou bastante preocupado depois de ter visto como estavam as coisas lá fora. Puxei o cobertor da minha filha e vi o seu rosto brilhante, de expressão sonolenta, porém, artificial e estática. Seu manequim também possuía a mesma altura, assim como a mesma curva no nariz e o formato dos dedos. Tentando levanta-lo, descobri que aquela copia doentia não pesava quase nada. Quem quer que tenha feito aquela coisa, não tinha colocado apenas a mesma pele da minha filha, como também seus cabelos amarelados em detalhes desde a raiz. Sentimentos de raiva e desespero tomaram conta de mim assim que percebi que a minha mulher tinha encontrado o mesmo trágico e misterioso destino.

O que quer que estivesse acontecendo, cheirava a uma conspiração muito bem planejada. Isso foi comprovado assim que segui para a cozinha à procura de mantimentos e percebi que todos os tipos de alimentos foram substituídos por cópias idênticas feitas de plástico.

Lembrando das fotos da família espalhadas pela mesa da sala desde a noite anterior, peguei algumas para procurar por alguma mudança. Em cada uma das fotos, eu, a minha esposa e minha filha, éramos manequins. Fiquei horrorizado. Os rostos e expressões eram exatamente os mesmos, porém, eu mal reconhecia meu próprio rosto com um sorriso tão vazio.

Tão... desumano.

Ninguém em sã consciência poderia aguentar esse tipo de realidade...

Pegando meu revolver e as chaves do carro, saí para verificar se ainda havia sobrado algum vestígio de vida naquele lugar.

Destroços e mais destroços obstruíam o meu caminho e retardavam a minha viagem dentro daquele silencioso e perturbador subúrbio. Manequins estavam atrás do volante de cada carro que eu encontrava. Homens, mulheres, e crianças petrificados com expressões de vários tipos, que foram pegas em vários momentos; um pai furioso gritando com o filho no assento de trás, um guarda sonolento ajudando várias crianças agitadas a atravessarem a rua, e duas irritadas mulheres paradas no meio de uma discursão silenciosa em um cruzamento. Assim como eu tinha visto antes, todos os cruzamentos possuíam um grande X vermelho pintado no asfalto. Continuei dirigindo até alcançar uma barricada onde deveria estar a saída do bairro. Sai do carro e não encontrei nada além de uma densa névoa que cobria todo o terreno atrás da barricada. Estendendo minha mão para senti-la, descobri que ela queimava ao encostar-se à pele.

Então é isso, confirmei comigo mesmo. Estou preso aqui.

Naquele momento, um carro já não parecia tão necessário, então passei a andar sem um rumo. Em um beco um pouco próximo à barricada e ao desconhecido além, havia um garoto com uma tinta spray vandalizando o lado de uma casa. Havia um sorriso em seu rosto, mas estava de um modo forçado. Seus dedos continuavam pressionando o spray, mesmo com a lata quase vazia, mostrando que ele já estava naquela posição a bastante tempo.

Um pouco de tinta negra escorria por entre os dedos do manequim, caindo no asfalto. A mensagem que ele pichava na parede dizia:

NÃO TENHO BOCA MAS DEVO SORRIR 

A música parou de repente e uma voz soou. Era nítida e anormalmente clara.

“Obrigado por observarem o trabalho perfeitamente detalhado e preparado pela Futureline Industries. Esse ambiente sofrerá uma explosão nuclear em vinte minutos.”

O mesmo som que estava tocando antes, passou para um volume mais baixo enquanto uma contagem iniciava. Entrei em uma casa próxima e peguei um pequeno caderno onde pude escrever tudo o que vocês leram ate aqui. Eu ficaria surpreso se alguém pudesse encontra-lo nos escombros, mas eu realmente espero que alguém encontre.

Que Deus cuide da minha alma e derrame a justiça sobre aqueles que me condenaram.


- 5 de Janeiro de 1960 


-- 


Usando um par de luvas de couro preto, o elegante e pomposo milionário entrou na galeria com sua comitiva. Seu recente projeto lhe custou um total de 70 milhões de dólares, mas ele sabia que o projeto geraria um grande lucro se conseguisse vende-lo. Isso já era garantido – as artes de Sinclair Gustav sempre eram vendidas com os mais altos preços em qualquer exposição. Sua consciência estava perfeitamente limpa para alguém que fez um bairro inteiro desaparecer; todos que o cumprimentavam, desconheciam que em seu coração, ele era um assassino de sangue frio, que pensava apenas em vender seu trabalho pelo maior lance.

Depois de vários elogios e champagne, seu quadro mais admirado e realista foi vendido por um total de 100 milhões de dólares. O artigo mais caro daquela noite mostrava um manequim em chamas ao lado de um homem com expressões de sofrimento enquanto escrevia algo e também estava em chamas. Ele sorriu presunçoso, quando o título foi anunciado, selando seu lugar na fama e na infâmia:

Humannequin

...

Naquele bairro – nas ruínas vaporizadas e em cinzas – A Moonlight Serenade continuava a tocar pelos alto-falantes... que mal conseguiram permanecer intactos...


Humannequin
Uma das fotos tiradas após a explosão.


Escrita por: Dubiousdugong

18/11/2014

O portador do conhecimento

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer hospício ou casa de recuperação a que você possa ter acesso. Uma vez na recepção, peça para visitar aquele que se entitula "O guardião do conhecimento". O atendente vai rir e levará você até um quarto vazio. Ele lhe dará uma chave e dirá para que espere por algum tempo até ouvir um sino. Quando o sino tocar, você deverá trancar a porta pela qual entrou, esperar até que toque novamente, e destrancá-la.

Uma vez que você tenha seguido essas instruções, a porta se abrirá sozinha e revelará um longo corredor, com todas as cores possíveis de se imaginar pintadas nas paredes, teto e chão. Ande pelo corredor até ouvir uma garotinha cantando. Pare, feche os olhos e permaneça imóvel até que ela termine. Se você falhar e acabar se mexendo, corra. Corra até a porta por onde você entrou, tão rápido quanto possível. Pule pela janela do quarto onde você esperou antes, e talvez você viva. Se você não conseguir alcançar a janela a tempo, você será arrastado de volta pelo corredor por algo que definitivamente não é uma garotinha. Você será arrastado por essa criatura até o fim dos tempos, eternamente sentindo a dor de todas as almas arrastadas prematuramente para a morte.

Se, por outro lado, você conseguir se manter completamente calmo e imóvel até o fim da música, você poderá escolher se quer virar de costas e ir embora ou continuar a se aventurar nesse ambiente. Se escolher a segunda opção, continue andando pelo corredor até encontrar uma porta em formato de pessoa. Abra-a com a mesma chave que lhe foi dada mais cedo, entre e feche-a novamente. No meio do quarto, você verá uma mesa com uma vela brilhante. Atrás da mesa há um homem, cujo rosto não pode ser visto por trás do brilho da vela. Aproxime-se, mas mantenha a chama entre você e o rosto dele, pois se você chegar a ver a aparência dele, seu olhar ficará fixo no dele até que suas próprias mãos removam cada centímetro de pele do seu corpo.

Pare quando estiver a cinco passos de distância da mesa. O homem levantará a mão e gesticulará para que você chegue mais perto, mas não dê mais nenhum passo à frente. Feche os olhos e pergunte: "Quem irá trazê-los de volta juntos?"

Você irá ouvir o homem se erguer e começar a rezar em uma língua que você não entende. Depois de dois minutos, você ouvirá um nome. Se você ouvir "Anubis", então é melhor que você faça suas preces no pequeno espaço de tempo que você terá para fazê-las... mas se ouvir "Thor", então você pode abrir seus olhos. Você verá a cabeça do homem, cortada, sobre a mesa, e ainda falando. Após três minutos, ele terminará sua oração, e irá dizer como você vai morrer. Ele vai descrever cada pequeno detalhe de sua morte, e você não conseguirá se mover ou reagir enquanto ele explica. Por fim, ele irá descrever aquele que irá tirar sua vida, e entrará em detalhes, como por que é necessário que você se questione o que seria pior: ser assassinado ou continuar sua vida.

Eventualmente, a cabeça irá parar de falar. Essa história assustadora é o objeto 9 de 538. Cabe a você decidir o que fazer com a informação sobre sua morte, pois agora é inevitável.

13/11/2014

O portador da riqueza

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer hospício ou casa de recuperação a que você possa ter acesso. Uma vez na recepção, peça para visitar aquele que se entitula "O guardião da riqueza". O atendente vai levantar uma sobrancelha, como se estivesse confuso. Pergunte uma segunda vez, e ele dará de ombros, levando você ao outro lado da rua, onde uma enorme mansão o espera. Se você é uma pessoa observadora, vai notar que ela não estava ali quando você iniciou sua jornada... O dono dela prefere que você não pense a respeito disso.

Atravessando a porta você encontrará um lance de escadas em espiral, do outro lado do hall. As paredes estarão cobertas com belas pinturas, e uma enorme estátua de mármore estará em um pedestal aos pés da escada. A aparência sobrenatural da estátua invoca uma imagem de um monstro horrível, um misto de alien e demônio. Admire-a o quanto quiser, mas não toque-a, a menos que queira acordar esse monstro faminto.

Suba as escadas. Não toque nada, e você não terá problemas. Não entre em pânico. No topo, você via encontrar uma pequena porta de madeira: sua aparência modesta é um enorme contraste ao luxo decadente da mansão. Ela se abrirá sozinha para você, desde que você não esteja com medo.

Atravessando-a, você encontrará um homem com um cavanhaque pontudo e um cabelo curto, penteado e engomado. Sentado atrás de uma enorme mesa de mogno, seu terno é feito de carne humana e seda italiana. Ele irá falar, e por um bom tempo. Ele falará sobre sua bela casa e a linda estátua de sua concubina no andar inferior. Não o interrompa, não responda qualquer pergunta que ele faça. Quando ele parar de falar, prepare-se e pergunte de maneira confiante: "Posso receber meu salário?"

Ele irá lhe explicar, em detalhes vívidos, o valor da vida. Ele falará de destinos piores que a morte, e ele irá falar de coisas que ele espera que você faça exatamente como ele diz. O fabuloso interior do aposento começará a apodrecer, e o piso de taco francês se transformará em fezes. A aparência do homem vai se tornar ciclópica e incrivelmente horrenda. Ele tirará uma nota promissória do bolso de seu terno, e entregará a você.

Essa nota é o objeto 8 de 538. Seu guardião espera que você faça bom uso dela.

08/11/2014

AnthonyExperiment.jpg

AnthonyExperiment.jpgEssa é a última fotografia tirada do Anthony.

Anthony era um grande garoto, sempre brincalhão e sorridente. Ate que...

Dois meses antes dessa foto ser tirada, Anthony informou aos pais sobre algumas figuras negras que se escondiam em seu quarto e apareciam apenas à noite. Os pais não acreditaram e lhe disseram que essas coisas não eram reais.

Cinco semanas antes dessa fotografia ser tirada, os pais de Anthony o encontraram pela manhã, deitado na cama completamente pelado e paralisado, assim como aparece na fotografia. Os pais o levaram para o hospital, e os médicos decidiram transferi-lo para um laboratório, onde poderiam estudar a sua confusa e complexa condição.

No laboratório, Anthony foi submetido a vários experimentos, sem que seus pais soubessem. Pouco tempo depois, Anthony passou a falar continuamente “As sombras virão.” Isso deixou vários cientistas nervosos, mas decidiram continuar com os experimentos. Eles tiraram essa fotografia para que os pais pudessem vê-lo. Os pais não questionaram sobre o motivo pelo qual Anthony continuava pelado, pois eles já sabiam que Anthony gritava muito sempre que tentavam vesti-lo. No dia seguinte ao dia da fotografia, Anthony morreu.

Alguns cientistas começaram a informar que ouviam a frase “As sombras virão” enquanto dormiam, e as vezes conseguiam ver algumas sombras com movimentos anormais durante a noite. Um mês depois, todos os cientistas que ouviam as frases e viam as sombras se suicidaram. O laboratório foi rapidamente fechado e todos os arquivos deletados, incluindo os arquivos sobre os experimentos praticados em Anthony.

Um cientista que manteve alguns dos arquivos sobre Anthony tentou divulga-los pela internet, mas todos foram excluídos rapidamente. A única coisa que sobrou sobre o experimento, são essas informações que você acabou de ler, e essa fotografia acima. Encontrei todas essas informações em um cartão de memória comprado no eBay.

Senti que deveria dividir essas informações com qualquer um que saiba algo mais sobre o pobre Anthony.

04/11/2014

Minha parte favorita!

Dave abriu a porta de sua casa com um leve cambalear. Ele tinha acabado de retornar após uma longa festa. Tudo o que ele queria no momento era relaxar e dormir.

Sem energia o suficiente para subir as escadas e ir para a cama, ele decidiu cair no sofá e passar a noite por ali mesmo. Ele ligou a TV, e conseguiu cair rapidamente no sono.

Depois do que pareceram apenas alguns segundo de um sono tranquilo, Dave saltou repentinamente quando o som da TV aumentou de repente mais que o normal. Ele agarrou o controle remoto e tentou descobrir o que havia de errado com a TV.

Antes que pudesse resolver o mistério, ele percebeu algo em sua visão periférica: havia alguma coisa em sua porta deslizante de vidro que dava para os fundos.

Sem saber se era apenas sua mente lhe pregando um truque, ele decidiu investigar melhor.

“Droga,” ele falou. Dave pressionou o rosto contra o vidro enquanto guardava o controle remoto no bolso. “Não consigo enxergar nada.”

Ele tentou por as mãos em torno dos olhos em uma última tentativa de melhorar a visão no escuro quando um homem barbudo apareceu de repente do outro lado do vidro. O homem bateu no vidro com as mãos completamente sujas de sangue. Dave gritou e caiu para trás, se batendo em tudo que havia no caminho para se esconder atrás do sofá.

O homem barbudo soltou um gemido e logo ficou em silêncio. Após alguns minutos, Dave reuniu coragem para pegar um bastão de baseball e verificar o que estava acontecendo lá fora.

As mãos sangrentas do homem barbudo tinham deixado manchas na porta de vidro. Enquanto abria a porta e seguia lentamente para fora, a luz da sala iluminou o gramado dos fundos. Bem diante dele havia uma grande bagunça. Com tanto sangue espalhado na área dos fundos, parecia que alguém tinha sido esquartejado ali mesmo.

Dave andou mais um pouco até que ficou paralisado de repente. “Saudações,” uma voz surgiu, uma voz que parecia ecoar por todos os lados.

“O que está acontecendo?” ele falou com os dentes cerrados.

Um homem saiu da escuridão à sua frente. Ele estava bem vestido com um terno e uma cartola. Um relógio de ouro estava em sua mão, preso em uma corrente. O homem olhou carinhosamente para o relógio e o guardou antes de voltar-se para Dave e sorrir.

“Você acabou de encontrar-se com um infeliz destino,” o homem falou, rindo mais e mais enquanto falava. “Eu sou um demônio e vou mata-lo e devora-lo. Porém, nós demônios gostamos de jogos, e eu soube que humanos gostam de desafios. Então escute bem! Vou tortura-lo por... digamos… uns 84 anos. Depois… vou manda-lo de volta para alguns minutos antes deste exato momento, para que você tenha uma chance de impedir a si mesmo de sair de casa para xeretar onde não deve... Se você conseguir se salvar, nada disso terá acontecido. Mas se você falhar... vou devora-lo. O que acha disso?

Temeroso, Dave aceitou a proposta do homem. Ele não queria morrer e - como estava completamente paralisado – ele começou a acreditar que o homem era realmente um demônio.

O demônio riu e bateu palmas. Nos 84 anos seguintes, Dave foi torturado no inferno, envelhecendo e perdendo as forças. Finalmente, quando a tortura chegou ao fim, o demônio veio até ele. “Hora de voltar, Dave,” o demônio falou enquanto estalava os dedos.

Dave tentou protestar, mas ele estava sem forças para falar. Agora, Dave já estava velho, completamente sujo e ensanguentado, e sua memória estava confusa após tantos anos de constante tortura. O demônio, no entanto, cumpriu com a palavra. Dave foi levado para o momento exato em que ele dormia no sofá há 84 anos.

Ele estava nos fundos de sua própria casa, e observava uma versão mais jovem de si mesmo que dormia tranquilamente no sofá. O velho Dave tirou do bolso o controle remoto que havia guardado por todos esses anos de tortura em seu velho jeans, pressionou o botão para aumentar o volume da TV que estava ligada lá dentro, achando que isso faria o seu eu do passado acordar e fugir enquanto ainda havia tempo.

Assim que o volume atingiu o limite, o Dave do passado acordou com um pulo. Enquanto o seu eu passado tentava descobrir o que havia acontecido com a TV, o velho Dave tentou gritar para que ele não saísse. Porém, depois de todos esses anos gritando no inferno escaldante, as cordas vocais do velho Dave já tinham se acabado. Entrando em pânico enquanto o seu eu passado seguia para verificar a porta dos fundos, o velho Dave começou a tentar afugentá-lo dali, batendo desesperadamente no vidro.

O Dave do passado saiu correndo, e o velho Dave suspirou de alívio, achando que tinha conseguido assusta-lo. Ele virou-se para ir embora quando o demônio apareceu em sua frente. “Você falhou,” o demônio disse com um grande sorriso.

E foi nesse momento que o velho Dave lembrou-se de tudo que havia acontecido em seu passado.

“Ah, agora você percebeu,” o demônio falou enquanto sua boca se escancarava e seu rosto se retorcia em uma careta terrível para em seguida atacar o velho Dave. Dave gemeu, chorando em uma mistura de medo e tristeza.

Deixando sangue espalhado por todo o gramado, o demônio se recompôs e sorriu.

“Agora vem a minha parte favorita!”

28/10/2014

[ARQUIVO CP] Sneak Peek: A Garota da Fotografia (SE01EP01)

Confiram agora (de verdade) o sneak peek (prévia) do primeiro episódio da nova série do canal, que estreiará no dia 31 de Outubro: Arquivo CP! Vocês estão prestes a ter uma noção do que está pra vir... O primeiro episódio será baseado na famosa Creepypasta "A Garota da Fotografia".

Confiram! Se gostarem, não se esqueça daquele like maroto e comentem ai embaixo o que acharam \o/

27/10/2014

Emily

Emily é uma garota corajosa. Ela sabe se defender e não faz o tipo ‘donzela em perigo’. Ela é engraçada, inteligente, agitada e alegre. Seu sorriso pode iluminar um quarto à noite. Ela é linda, mas isso não importa. Não importa que seja feia ou bonita, eu gostaria dela de qualquer jeito. Eu amo a Emily, caso você não tenha percebido.

O que ela tem de ruim? Nada! Inteligente, bonita, alegre. Tudo que eu queria. Ela também tem algumas manias. Às vezes ela dá um gritinho como se tivesse se assustado com alguma coisa. E quando ela realmente se assusta, fica com os olhos arregalados, e assim ela fica incrivelmente dez vezes mais bonita. É adorável. Ela parece tão inocente assim.

Emily é sempre muito corajosa pela manhã, mas... à noite é quando eu percebo o qual vulnerável ela realmente é. Emily adora ler, assim como eu, e às vezes, quando fica muito tarde, ela costuma sentar na sala e ler um livro usando apenas a luz do celular. Não me pergunte por qual razão ela faz isso, é estranho, porém a parte que mais gosto é quando ela volta para o quarto.

Ela passa pelo corredor completamente escuro. Claro que ela usa a luz do celular, mas não adianta muita coisa. É nesse momento que aposto que várias imagens de monstros devem estar passando pela mente dela. Monstros que podem agarra-la e afasta-la da família para sempre.

Então ela passa correndo direto para a cama. Ela da uma risadinha enquanto usa a luz do celular para checar se não há algo anormal embaixo da cama, provavelmente se achando uma tola por estar com medo e pensando besteiras. Ela liga o iPod e dorme tranquilamente, esquecendo de todos os pensamentos que a fizeram sentir medo antes de se deitar.

Enquanto Emily dorme, eu continuo acordado. Emily acha que monstros podem ataca-la a qualquer momento no escuro, mas ela esta errada. Emily pensa que são coisas apenas de sua imaginação... mas está errada outra vez. Quando ela cai no sono eu deito carinhosamente ao seu lado. Enquanto esta dormindo, ela não se arrepia quando me aproximo para apreciar seu belo rosto. Nesse momento eu imagino como seria poder envelhecer ao lado dela.

Eu a admiro pelo que parece uma eternidade. Meu Deus! Ela é tão linda! Eu a beijo. Ela não acorda, ela não se assusta. Ela continua dormindo. Fecho meus olhos, sentindo seu calor humano. Por um breve momento, quase me sinto… vivo.

Mas apenas por pouco tempo, e quando abro meus olhos e abafo o choro do meu coração, percebo que nunca poderei sentar com Emily em uma praia, olhando o mar e segurando a sua delicada mão.

Saio da cama e reajusto seus cobertores. Olho para ela mais uma vez. Ela é realmente linda.

Sempre amarei a Emily. Mesmo que ela se assuste com a minha sombra, mesmo quando ela finge que não me vê no escuro, mesmo quando ela tem pesadelos comigo, mesmo quando ela abre os olhos para me ver.

Mesmo quando ela grita.

22/10/2014

Eu te amo

Estou aqui para falar sobre um assunto bastante interessante mas que nunca recebeu ampla cobertura da mídia, mesmo sendo algo bastante interessante. Trata-se de uma série de assassinatos ocorridos em uma grande cidade de Ohio em 1962

O primeiro desses assassinatos em série ocorreu em 20 de janeiro. Uma mulher foi encontrada num beco, em uma área "perigosa" da cidade. Ela foi escalpelada. Nem um fio de seus longos cabelos negros ficou para trás. Era sem dúvida alguma um modus operandi estranho. Determinou-se que a causa da morte foi uma facada nas costas que atravessou seu coração. A única pista era um bilhete em sua boca, onde estava escrito "Eu a amava". Não havendo mais nenhuma pista, o caso não foi solucionado.

Em 3 de março, outro corpo foi encontrado. Uma mulher foi espancada até a morte, e o corpo estava em uma velha ferrovia não muito longe do centro da cidade. Ela estava bastante desfigurada. Era evidente que ela lutou para tentar escapar. Muitas de suas unhas haviam sumido, e seu crânio estava rachado por ter sido batido com força contra os trilhos. A parte mais pertubadora desse caso foi o fato de seus olhos azuis terem sido arrancados. Assim como no caso anterior, havia um bilhete em sua boca: "Eu a amava".

Em meados de julho, alguns adolescentes invadiram uma casa abandonada para poderem beber, mas a festa foi rapidamente cortada quando eles encontraram o cadáver de uma mulher que foi assassinada nos fundos da casa. Seu coração havia sido literalmente arrancado do seu peito. Novamente, um bilhete com os mesmos escritos estava em sua boca, mas ainda não havia nada que auxiliasse no caso.

4 meses depois, a polícia tinha certeza que esses crimes haviam finalmente acabado, mas seu pensamento positivo foi cortado abruptamente quando uma outra vítima foi encontrada. Dois adolescentes invadiram uma fábrica abandonada e encontraram o cadáver de uma mulher; seu rosto havia sido removido. Ela foi esfaqueada diversas vezes no abdômem, e morreu devido a uma enorme perda de sangue. Mas, novamente, não havia nada além do mesmo bilhete.

O quinto e último assassinato ocorreu no primeiro dia de dezembro. Mas dessa vez, não havia um corpo. Apenas seus olhos, seu cabelo vermelho, um coração, seu rosto e o mesmo bilhete foram encontrados.

Em 2007 o assassino foi encontrado, mas não pôde ser preso.

O homem, agora um idoso, havia morrido de causas naturais. Meses após o ocorrido, seus filhos estavam limpando a casa para colocá-la à venda, quando encontraram um armário com um cadeado. Achando que não haveria nada além de armas ou documentos ali, eles arrombaram o cadeado. Apavorados, todos recuaram.

Uma mulher perfeitamente embalsamada. Ou melhor, diversas partes costuradas para formar uma nova mulher. Coladas na porta desse armário, haviam várias fotos que pareciam ser de seu pai na juventude com uma bela mulher da mesma idade. Ela tinha longos cabelos negros e olhos azuis... exatamente como a mulher que estava na frente deles - mas não parecia ser a mesma mulher. Alguns atributos eram semelhantes, mas não idênticos. Após um exame minuncioso, uma frase foi encontrada em seus lábios.

"Eu te amo".

21/10/2014

SCP - 1145



Item #: SCP-1145

Classe: Euclid

Procedimentos Especiais de Contenção: O SCP -1145 deve ser contido em uma caixa de vidro borosilicato de 2m x 2m x 2m com pelo menos 15cm de grossura. Essa caixa deve ser posta em uma câmara com pelo menos 50m x 50m x 29m e monitorada para qualquer pessoa que chegue a 5m da câmara. Dentro da câmara, a 10m de distância da caixa de vidro, deve ser posta duas celas para contenção de humanos comuns com necessidades básicas. (Classificadas como: Câmara 1145-2 e 1145-3, respectivamente) Um funcionário classe-D deve permanecer ocupando cada cela para quando SCP-1145 entrar em seu estado ativo.

A caixa de vidro deve permanecer cheia de água. A água deve ser substituída com base bianual. O uso de funcionários classe-D foi aprovado pelo O5-6 para lidarem com os procedimentos de substituição para minimizar o risco aos pesquisadores.

Os pesquisadores, em nenhuma circunstância, devem ter permissão de entrar na câmara do SCP-1145 sem o equipamento NBC.  Caso ocorra exposição, os indivíduos devem ser imediatamente descontaminados e transferidos para outro setor. Oito lâmpadas de xenônio postas fora da caixa de vidro devem ser operadas durante o processo de substituição da água. Essas lâmpadas devem ser substituídas uma vez por ano. Em nenhum momento o SCP deve ser iluminado por menos de 20 lúmens, a não ser por teste aprovado. Em razão do incidente 1145-4 (Veja Registro de Experimento 1145), nenhum funcionário acima da classe-D tem permissão de chegar a 15 metros do SCP. Testes com o SCO-1145 devem ser aprovados apenas por pessoal de Level 4 ou acima, e realizados por pessoal level 3 ou abaixo. [TODOS OS EXPERIMENTOS E TESTES COM O SCP-1145 CANCELADOS SOB ORDEN DA O5-6]

Descrição: O SCP-1145 é um tipo de urso aparentemente feito à mão com aproximadamente 30 cm de altura, recuperado de Nagasaki, Japão em 19██. Seu tecido consiste inteiramente de couro extraído de Ursus thibetanus. Suas costuras são interligadas com fios grossos de uma fibra não identificada. Não houve tentativas de romper e extrair o couro do SCP-1145, pois o protocolo de contenção não permite um contato longo o suficiente para extrair uma amostra do seu interior. Além de um focinho rudimentar, o SCP-1145 não possui outros elementos faciais. O SCP-1145 pesa 9.4 kg, o que é considerado um peso maior que o de um simples urso desse tamanho; a causa na diferença de peso é desconhecida.

O SCP-1145 é radioativo, com doses medindo entre 2.7 e ████ PBq. Em seu estado inativo o SCP emite essa radiação de acordo com a cadeia de decaimento do Pu-239 (Pu-239 -> U-235, Decaimento Alfa) e do Pu-241 (Pu-241 -> Am-241, Decaimento Beta). Porém, ao contrário das amostras de Pu-239 e Pu-241, o SCP não emite nenhum dos raios gama normalmente associado com o decaimento radioativo.

A quantidade de radiação que o SCP-1145 emite em seu nível base é 2.7 PBq. Ele aumenta em uma taxa de ████ MBq/s se o SCP não estiver iluminado. A presença de água na caixa de vidro é o suficiente para absorver qualquer radiação emitida pelo SCP. Devido aos efeitos da radiação de Cherenkov a água também possui uma segunda utilidade provendo iluminação suficiente para prevenir o SCP-1145 do estado de transições.

Quando deixado sem iluminação por um período excedendo 3 segundos, o SCP entrará em seu estado ativo. Ao entrar nesse estado, o SCP emite radiação gama. O SCP-1145 começará a movimentar-se na direção do ser humano mais próximo. Seus métodos de locomoção são desconhecidos. No entanto, testes mostram que o SCP se move a uma velocidade de aproximadamente 45 metros por segundo. Nesse estado o SCP é capaz de passar através de qualquer substância, liberando grandes doses de radiação pela superfície por onde passa, mas sem causar danos visíveis.

 O SCP imediatamente passa a dormir a uma distância de 1m do seu alvo, então ele começa a aumentar a sua emissão a uma taxa de ████ PBq a cada 30 segundos. A emissão continuará a aumentar até que o SCP seja pego pelo seu alvo. Assim que for pego pelo alvo, a emissão retornará ao seu level base enquanto o SCP continuar em contato com a pele desprotegida do alvo. Após a morte do alvo, o SCP-1145 retornará ao seu estado inativo. Se o alvo morrer enquanto o SCP continuar sem iluminação ele retornará imediatamente ao seu estado ativo.

Relato de Incidente 1145-4

Propósito Original: Determinar a razão pelo peso anormal do SCP-1145, obtendo amostra interna do objeto.

Método: Foi dado um (1) par de pinças cirúrgicas ao indivíduo D-1145-59 alojado na Câmara de Contenção 1145. Foi incumbido ao D-1145-59 a tentativa de extrair uma amostra interna do objeto. Dr. Lucas Cave realizando o experimento, Oficial de segurança ██████ observando.

Relato do Incidente: D-1145-59 foi instruído a utilizar as pinças para separar as costuras do objeto, e descrever as substâncias em seu interior. O indivíduo reportou que o objeto era preenchido por uma desconhecida substância metálica, de aparência prateada. O indivíduo então reportou estar sentindo um gosto metálico na boca. Pouco depois, o indivíduo começou a vomitar, derrubando o objeto.

D-1145-59 continuou a vomitar por 90 segundos, e perdeu a consciência. O Oficial de Segurança ██████ recebeu ordens para entrar na cela e fixar o objeto ao D-1145-59 com fita adesiva. O indivíduo acordou durante o processo, e se tornou violento. No tumulto que se seguiu, a luz da Câmara de Contenção 1145-3 foi desligada, e um único tiro foi disparado pela pistola do Oficial de Segurança ██████ O indivíduo faleceu. O Oficial de Segurança tornou-se alvo para o SCP-1145, que moveu-se para repousar aos seus pés.

Protocolo de Contenção revisado para prevenir exposição desnecessária para funcionários do complexo.

Oficial de Segurança ██████ reclassificado como D-1145-60.

Relato de Experimento 1145-7

Propósito: Determinar possíveis limites relacionados à detecção de alvos e perseguição durante estado ativo do objeto.

Método: SCP – 1145 transportado para o local remoto ███. Perímetro de 100km livre de qualquer ser humano durante os testes. Um funcionário D-1145-24 foi posto em uma cela de contenção de 5m³ a 99km do local. Detectores de radiação foram postos no caminho estimado para a trajetória que o objeto traçará após a iluminação ser interrompida.

Resultado: Depois que todas as luzes foram apagadas, o objeto começou a emitir radiação gama. O objeto percorreu todo o caminho estimado a uma altura de aproximadamente 1m do solo, passando por qualquer objeto no caminho, como esperado. Depois de aproximadamente 20 minutos de locomoção, os detectores de radiação reportaram emissão a 440 PBq. O objeto alcançou o alvo em 36 minutos e 27 segundos depois de retirada a iluminação. Detectores indicavam 639 PBq após objeto ter alcançado o alvo. D-1145-24 faleceu após 4 horas de contato com o objeto devido ao envenenamento por radiação. Analises post-mortem estimam que a dose total recebida foi de  aproximadamente 72 Sv.

O local ███ usado para o teste ficou severamente contaminado, necessitando de 26 meses de descontaminação para remover todos os traços de radiação. Todos os experimentos planejados foram cancelados sob ordem da O5-6. 

 
Imagem do SCP - 1145 isolado em sua caixa de borosilicato 


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