29/10/2012

Cemitério Night Springs


Um sol laranja tecia seus últimos raios no céu ao se deitar no horizonte, iluminando fracamente Night Springs. Simon Willis, na meia idade, aproveitava essas luzes finais para olhar para o túmulo de sua mãe e pensar sozinho. Não lhe restava muito tempo, o cemitério ficava perigoso depois da noite. Não por alguma razão misteriosa, se você julga assim ser, mas sim por ele ser rodeado por uma floresta, e ser o único lugar em toda a Pennsylvania a ter registros de lobos selvagens por perto.

"Você sabe dos lobos, não sabe?"

Simon pulou ao ouvir a voz e virou seu corpo com raiva para o intruso. Ele conseguiu se acalmar ao reconhecer o velho de aparência gentil como o coveiro do cemitério. Sua raiva gélida derreteu logo que ele viu o homem erguer as mãos em gesto de desculpas.

"Desculpe-me, não queria lhe assustar assim. Achei que minhas velhas pernas barulhentas haviam me denunciado a mais de um quilômetro atrás."
O velho riu baixo e continuou a se aproximar, ao que Simon se permitiu um levíssimo sorriso de canto de boca após todo aquele duro dia. Por um momento, o coveiro observou o túmulo ao lado do homem, em reverência solene. Apesar de não haver apreciado a aparição de outros familiares ou amigos por perto, até gostou daquele velho homem ali por perto. O coveiro trouxe um senso de cordialidade ao luto de Simon, e lhe aumentou o oficialidade de se manter parado no seu lugar, como uma estátua. O homem até parecia saber a hora certa de quebrar o silêncio.

Eu cavei essa cova, sabe. Cavei todas as covas por aqui, na verdade. Mantém meu corpo mais jovem do que realmente é." disse ele, olhos brilhando com orgulho. Era verdade. Simon lembrava de conhecer esse homem desde de era criança, ele já devia estar nos seus oitenta anos ou algo assim, mas parecia estar chegando aos sessenta agora. Não parecia ter envelhecido tanto assim nesses anos.

"Estou nesse emprego a quarenta anos agora. Foi passado a mim pelo meu pai logo após sua morte. Ele devia ter minha idade, mais ou menos, quando aconteceu. Me chame Jeremy Carter, se está se perguntando como me chamar. Só Carter já basta."


"Carter," Simon repetiu vagamente. "Como seu pai faleceu? Se não se importa que eu pergunte."

"Não, não, tudo bem. Ele só ficou cansado de viver, suponho. Provavelmente fumou demais e enterrou boa gente demais." Aqui ele mudou o assunto. "Não sabia muito sobre sua mãe, mas a reconheci ao saber que morava na cidade. Nunca soube o nome dela. Ouvi dizer que foi câncer."

"É..." A voz de Simon soou vazia e ele se perguntou se não seria assim para sempre agora em diante.

"Uma maneira terrível de se partir. Morrer aos poucos. Já deve estar cansado de ouvir isso mas, meus sinceros pêsames."
Carter estava certo. O "Obrigado" que saiu da boca de Simon foi automatizado e sem sentido. Como um músculo usado demais, até pararmos de sentir ele. Tudo que Simon queria era fugir dessas formalidades de pêsames e respeitos e passar o luto de sua mãe em paz. Ele não sabia se um dia essa palavra voltaria a ter significado outra vez.
Simon queria falar sobre sua mãe com esse homem. Até tentou começar com um "Ela-" antes de notar que nenhuma palavra seguiria e sua garganta estava seca. De algum modo, o velho homem parecia entender isso tudo e foi aproximando o assunto do que Simon queria.

"Sei que sua mãe sempre viveu aqui, então estou certo em afirmar que você cresceu em Night Springs também?"

A pergunta ofereceu caminho para abir a conversa desejada então Simon gentilmente aceitou e respondeu.

"É, bem, eu nunca conheci meu pai, então cresci aqui sozinho com minha mãe." Então se corrigiu. "Bem, não sozinho. Tem toda uma cidade, naturalmente, e eu costumava conhecer todo mundo. Minha mãe nunca teve outro filho ou se casou de novo, então sempre fomos só nós dois na casa."

Simon parou por um momento, refletindo, então sentiu que precisava falar apropriadamente para honrar a memória de sua mãe.


"Era bom de qualquer jeito. Minha mãe foi uma grande mulher. A casa era pequena comparada com as outras, mas dava para nós dois e ela trabalhava muito para mantê-la. O Sr. Anderson no banco - não sei se ele ainda está lá - ele não esteve no funeral hoje - Ele sempre ajudava quando possível aumentando o crédito de minha mãe ou alargando o valor de seu empréstimo. Foi difícil quando fui para a faculdade e ela precisou trabalhar em período integral em dois empregos para que eu pudesse me concentrar só nos estudos. Me formei e logo consegui um estágio em advocacia, me bacharelei  e quando completamente formado pude dar descanso a ela. Sempre tentava aparecer aqui nos feriados, mas era muito difícil deixar a cidade e meus clientes, nem que por um dia. Isso me dominou mais do que eu deveria ter deixado."

"Fiquei arrasado quando soube que ela estava com câncer. Tentei fazer ela se mudar para perto de mim para tratamento médico apropriado na cidade mas ela recusava sair dessa cidade. Eu mal pude esperar para ir para faculdade mas ela sempre amou estar aqui. Eu poderia vir para cá e cuidar dela, mas não podia simplesmente abandonar todo o pessoal lá e destruir a carreira que ela se orgulhava tanto de eu ter conseguido. E ela insistia que nossa vizinha Debbie cuidava bem dela. Elas sempre foram como irmãs uma para a outra. Ofereci Debbie pagamento de enfermeira mas ela ignorou. Sabe como é o pessoal dessa cidade."

Os dois homens compartilharam aquele silêncio meio nostálgico de conterrâneos. O sol não podia mais ser visto agora. Ainda se via umas listras laranjas mas a escuridão da noite já fazia seu manto por cima de tudo. Estava ficando bem escuro.

"Ela lutou por um tempo ainda. Eu tinha... Eu tenho muito orgulho dela. Sete meses de luta, foi isso. Visitei-a bastante, uma dúzia de vezes, apesar de não passar de no máximo o fim de semana, ainda assim, ela ficava bem feliz. Nunca imaginei que ela resistiria assim tanto tempo. Até nas semanas finais ela parecia muito bem."

Simon notou que havia concluído. O homem pôs uma mão em seu ombro e disse: "Você foi um ótimo filho. Falei com Debbie, você sabe, ela me contou que sua mãe só falava de você e do quão duro você trabalhava. Ela tinha.. tem muito orgulho de você."
Simon não chorou, mas não conseguiu falar também. Uma longa pause se deu até que Carter quebrou o silêncio de novo. "Bem, é melhor eu ir andando. Um coveiro tem sempre muito trabalho. E você também, deveria ir andando. Sabe, os lobos. Eles uivam um bocado de noite, mas dificilmente atacam se não forem provocados. De qualquer modo, a iluminação é pobre e é melhor não arriscar. Tome cuidado para não dar com a cabeça no túmulo de alguém se tropeçar."

"Obrigado, mas eu vou ficar um pouco mais. Não muito, tá tudo bem, acho que talvez só mais uns minutos."

Carter bateu no ombro do homem uma última vez e disse "É claro rapaz." Com isso, sumiu na luz da noite, deixando Simon em seu luto, solitário mais uma vez.

Simon manteve sua palavra e ficou mais alguns minutos. Pensou em mais algumas palavras para sua falecida mãe, esperando que ela ouvisse, onde quer que estivesse. Tentou se lembrar de todo e cada bom momento com ele, formando mil imagens das lembranças e tentando fugir da visão dela em seu leito de morte. Ele estava pronto para ir embora quando ouviu um grito.

Um uivo havia sido escutado momentos antes, então, um rápido gritou seguiu, acompanhado de gritos agonizantes de uma voz que ele reconheceu.

"SENHOR CARTER!" Ele gritou, correndo na direção do grito, conforme eles ficavam mais e mais intensos. Não levou muito tempo até ele tropeçar em uma pequena pedra e cair dentro de uma cova recém-cavada. Simon Willis morreu instantâneamente da queda.

A apenas 50 passos adiante, escondido nas sombras, um homem entregava a seu cão uma recompensa, um biscoito. Sua garganta estava ardendo dos gritos, mas ele conseguiu dizer um "Bom garoto", para seu lobo de estimação por ter se comportado bem.

Devagar e metodicamente, Jeremy Carter andou pelo labirinto de túmulos até a cova recém cavada a algumas horas. Havia preenchido seu solo com estacas de madeira.
Sacudiu a cabeça em desapontamento ao olhar para o corpo, lavado em sangue. Era um bom rapaz... Ele quase gritou para que ele parasse, no intuito de salvar a vida do menino. Um pensamento estranho para Carter. Talvez ele houvesse enterrado muita gente boa. Mesmo assim, não pensou duas vezes em beber da energia remanesceste do corpo do homem. Sentiu suas juntas velhas se rejuvenescerem e se fortalecerem.

Talvez ele saísse desse trabalho logo. Mas seu pai foi até os cento e vinte anos e ele pretendia ir muito além disso, estava determinado. Além do mais, um coveiro tem sempre muito trabalho.

Um lobo uivou na noite conforme Jeremy Carter preenchia o buraco que havia feito no chão com terra.

28/10/2012

Estação Kisaragi



Uma história do 2ch (fórum de internet japonês) de 2004, postado no meio de um tópico chamado "Poste alguma coisa estranha que aconteceu com você: Tópico 26." Os posts eram anônimos no começo, mas depois começaram a ser anexado seu nome.

Para deixar você informado, #??? e Hasumi indicam posts feitos pelo criador do tópico. #2ch indicam posts feitos por qualquer outro usuário do 2chan, eles não são sempre a mesma pessoa.
Esperam que gostem da história.

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#???: Talvez seja só minha imaginação... Posso postar uma coisa?

#2ch: Vá em frente.

#2ch: O que tá acontecendo?

#???: Eu estou andando de trem faz algum tempo, mas algo está errado.

#2ch: Hmm...

#???: Eu sempre pego esse trem pra ir pro trabalho. Mas ele não parou em nenhuma estação nos últimos vinte minutos mais ou menos. Geralmente eu demoro cinco, sete, no máximo oito minutos. Ah, há mais cinco outros passageiros comigo no vagão, mas eles estão todos dormindo.

#2ch: Você não pegou o trem expresso por engano?

#2ch: É um trem bala?

#???: Bem, talvez eu tenha apenas perdido minha estação. Eu vou esperar um pouquinho mais. Se mais alguma coisa estranha acontecer eu volto pra cá.

#2ch: Tente ir até o vagão do final pra ver o condutor, talvez?

#2ch: Seria muito ruim se o motorista tivesse tido um ataque epilético ou algo do tipo, você devia ir dar uma olhada no condutor!

#???: Ainda sem nenhuma parada, então beleza, vou lá dar uma olhada.

#???: As janelas estão cobertas por alguma coisa, então eu não pude ver o condutor ou o motorista. A rota são os trilhos privados em Shizuoka.

#2ch: Bata na janela?

Hasumi: Tentei isso, ninguém respondeu.

#2ch: Você consegue olhar pela janela? Nomes das estações que você está passando, etc.

Hasumi: Nós saímos de um túnel, então estamos diminuindo consideravelmente a velocidade. Geralmente não há nenhum túnel... É um trem vindo de Shin-Hamamatsu.

Hasumi: Parece que finalmente estamos parando em uma estação.

#2ch:Você não vai descer aí, vai?

Hasumi: Estamos parados na estação Kisaragi. Estou em dúvida se devo descer. Eu nunca ouvi sobre esse lugar antes.

#2ch: Definitivamente, vai dar uma olhada.

#2ch: Não, fique no vagão até a última parada.

#2ch: Ah, provavelmente já está de partida agora.

#2ch: Quando você pegou o trem?

Hasumi: Eu saí do trem.  Não vejo funcionários na estação. Eu acho que peguei o trem por volta das 11:40

#2ch: Não estou encontrando nenhuma informação sobre Estação Kisaragi... E Hasumo, seu trem ficou andando sem parar por uma hora? Isso realmente é estranho.

#2ch: É, também não tô achando nenhuma informação sobre a estação Kisaragi.

Hasumi: Estou procurando uma tabela de horários pra ver quando posso voltar, mas não consigo encontrar
nenhuma. O trem ainda está parado. Então acho que é melhor eu voltar... Bem, ele partiu enquanto eu escrevia.

#2ch:Há alguém por perto, ou alguma construção? Está frio lá fora, então tome cuidado.

Hasumi: Eu vou procurar por um taxi da estação. Muito obrigada.

#2ch: Parece bom. Se cuide.

#2ch: Após passar o último trem, em uma estação sem funcionários.... Realmente questionável se você vai encontrar algum taxi aí.

#2ch: E então Hasumi virou um habitante de dois mundos em dimensões diferentes...

Hasumi: Não parece haver nenhum taxi por aqui... Hmm...

#2ch: Ligue 110? [Número da polícia]

#2ch: Ligue para a companhia de taxi?

#2ch: Se há um telefone aí por perto, procure pelo número da companhia  de taxi no catalogo de telefones e ligue.

Hasumi: Eu liguei pra casa e pedi para que me buscassem, mas nenhum dos meus pais parecem saber onde fica a Estação Kisaragi. Eles iram procurar no mapa pra que possam me buscar, mas estou começando a ficar um tanto assustada agora.

#2ch: E os outros? Você foi o único que saiu do trem?

#2ch: Eu procurei na internet também, e o nome da Estação Kisaragi não está em lugar nenhum. Estou errado em pensar que é por perto de Shin-Hamamatsu? Eu vou checar no Yahoo.

Hasumi: Eu procurei por um telefone público e não há nenhum. E mais ninguém saiu, então estou sozinho agora. É definitivamente Kisaragi o nome.

#2ch: As vezes os telefones públicos ficam por fora da estação.

Hasumi: Vou procurar por lá, aparentemente está escrito com o kanji para "Diabo", mas se lê Kisaragi"...

#2ch: Estação do Diabo? Uau....

#2ch: Você tá fazendo um joguinho nerd? Porque um jogo aparece quando você poem isso no google.

#2ch: Diga para a gente o nome das estações antes e depois da Kisaragi.

Hasumi: O que você quer dizer, um jogo? Aqui não diz nada sobre as estação de antes nem de depois.

#2ch: Volte andando pelos trilhos.

#2ch: Se você começar a correr agora, talvez você consiga alcansar o trem.

#2ch: Deve haver algumas casas perto da estação, certo?

Hasumi: Sim, tem. Eu não tinha percebido sendo que eu estava em pânico. Eu estou esperando meus pais ligar de volta enquanto ando pelos trilhos. Eu tentei checar informações da cidade pelo i-mode, mas me deu um "point error" ou algo do tipo. Eu quero ir pra casa.

Hasumi: Não há nada aqui perto! Tudo que eu vejo são campos e montanhas. Mas acho que eu consigo voltar se eu voltar pelos trilhos, então vou continuar. Obrigada. Podem achar que é um piada se quiserem, mas posso voltar a vocês se encontrar mais alguma coisa estranha?

#2ch: Claro. Apenas tome cuidado.

#2ch: Com certeza! Só tome cuidado para a bateria não acabar. Seu telefone é o que está te mantendo viva agora.

#2ch: Não se perca. E tome cuidado no túnel.

#2ch: Uh, você consegue pegar sinal no meio do nada? Eu meio que acho que você não devia se afastar da estação.

#2ch: Totalmente sozinho em uma noite fria em uma estação sem atendentes. Logo não haverá mais luz, e vai ficar um breu total....

#2ch: Provavelmente é mais seguro esperar o dia amanhecer na estação, mesmo assim.

#2ch: Ah, meu Deus, isso está soando tão ruim...

Hasumi: Eu recebi uma ligação do meu pai, e ele tinha muitas perguntas, mas não conseguiu achar minha localização atual. Me falaram pra ligar para a polícia, o que estou com um pouco de receio em fazer, mas eu vou agora pedir ajuda para eles.

#2ch: Eu realmente acho que você devia esperar clarear o dia até fazer alguma coisa.

#2ch: Esperar sozinho na noite obsucura? E em um lugar inabitado, eba...

#2ch Andar em um túnel totalmente sozinho em uma noite obscura? Em um trilho de trem inabitado, eba...

Hasumi: Eu liguei 110 e tentei dar o meu melhor para explicar a situação, mas eles acharam que era uma piada e ficaram bravos comigo. Então fiquei com medo e pedi desculpas...

#2ch: Pediu desculpas pelo o que? Deveria desistir por hoje, espere pelo próximo trem de amanhã.

#2ch:Como é por volta da estação? O que tem aí?

Hasumi: Eu ouço sons que parecem a mistura de bateria com algum tipo de sino em uma certa distancia. Honestamente, eu não tenho ideia do que fazer agora.

#2ch: Volte pra estação, Hasumi. É melhor voltar pra onde começou enquanto não está perdido.

#2ch: Eles estão tendo algum tipo de festival ou o que?

Hasumi: Vocês podem achar que eu estou brincando, mas estou com muito medo de olhar pra trás. Eu quero voltar pra estação, mas... eu não consigo me virar.

#2ch: Corra. E não olhe pra trás.

#2ch: Você não pode voltar pra estação agora. Corra para o túnel! Tenho certeza que você vai ver que não está longe.

Hasumi: Alguém atrás de mim gritou "Hey! Não ande nos trilhos, é perigoso!" Eu olhei pra trás esperando ver um atendente, mas eu vi um velho de uma perna só, mas ele desapareceu. Eu acho que estou muito apavorado pra me mexer.

#2ch: Eu disse pra você não olhar pra trás! CORRA.

#2ch: Se acalme e me ouça, okay? Veja da onde a bateria está vindo.  Alguém tem que estar tocando ela né.

#2ch: Aonde diabos você quer que Hasumi vá parar?

#2ch:Como você sabe que era um velho se você só viu uma perna?

#2ch: ...Duh, ele viu um velho que tinha perdido uma das pernas.

#2ch: Deve ser algum velho que morreu e perdeu sua perna depois de andar nos trilhos.

Hasumi: Eu não consigo mais caminhar ou correr. A bateria parece estar mais perto.

#2ch: Espere o amanhecer. Nãos será assustador na luz do dia.

#2ch: Fico feliz por ter ficado dentro do trem.

Hasumi: Ainda estou viva. Eu sinto que estou começando a sangrar, e eu quebrei um salto, então eu estou
sentada no chão. Não quero morrer...

#2ch: Acho mais seguro que você saia do túnel. Assim que sair daí, chame ajuda imediatamente.

Hasumi: Eu liguei pra casa. Papai está chamando a polícia, mas o som parece estar chegando mais perto.

#2ch: Eu espero, em nome de Deus, que não seja o som de um trem. Mas pode ser muito tarde...

Hasumi: Eu finalmente dei um jeito de chegar até a frente do túnel. O nome diz Isanuki. O som ainda parece estar chegando mais perto, então eu vou sair do túnel. Se eu conseguir sair do túnel a salvo, eu posto aqui de novo.

#2ch: Boa sorte.

#2ch: Esse é o final. Esqueça sobre os trens e estações. Esqueça sobre voltar. Esqueça sobre alguém perseguindo você. O som que você está ouvindo é só coisa da sua cabeça. Corra para fora do túnel. Se você parar, você vai sucumbir em algo que não pertence a esse mundo.

Hasumi: Saí do túnel. Há alguém logo a frente. Parece que seu conselho estava certo apesar de tudo. Muito obrigada. Minha cara está uma bagunça entre lágrimas, ele deve ter me confundido com um monstro. 

#2ch: Espera, Hasumi! Não morra agora!

#2ch: Pare! Isso não parece bom. 

#2ch: Alguém aí? Essa hora da noite? Supeito... 

Hasumi: Ele parece gentil, e preocupado comigo. Ele ligou pedindo um trem para me levar para a estação mais próxima. Aparentemente há um hotel por aqui perto. Eu estou muito, muito agradecida por todos vocês. 

#2ch: Hasumi, me responda essa única coisa. Você pode perguntar a esse homem onde vocês estão? 

#2ch: Ele realmente é gentil? Ele soa assustador pelo o que você disse. 

#2ch: Esse cara não é bom! Porque ele estaria nos trilhos a essa hora?! Ele pode ser algum defunto ou coisa do tipo! CORRA, HASUMI!

Hasumi: Eu perguntei onde estamos ele disse Hina. Mas isso não parece verdade... 

#2ch: Hasumi, não entre no trem! 

#2ch: Como é, Hasumi? Onde é Hina? 

Hasumi: Nós estamos andando em direção as montanhas por alguns minutos. Não me parece o lugar onde haveria trens. E ele parou de falar comigo completamente. 

#2ch: Talvez porque você esta constantemente mexendo no celular? 

#2ch: Hasumi, ah não, não, não... Você contatou seus pais depois de sair do túnel e receber ajuda (?) desse cara? 

#2ch: Hasumi, ligue 110. Talvez seja sua última chance. 

Hasumi: A bateria do meu celular está acabando. As coisas estão ficando estranhas, então eu acho que vou começar a correr. Ele tem estado falando consigo mesmo sobre coisas bizarras por um tempo. Para me preparar para fazer isso no tempo certo, esse vai ser meu último post por agora.
-
* Depois disso "Hasumi" nunca mais postou nada.
Créditos: Essa realmente foi um tópico no 2chan. O tópico foi traduzido e adaptado por vgperson para mais fácil leitura.


13/10/2012

Taper8097=.bsp.wmv

Em 20 de Julho de 2011, o usuário "slackingstacker" postou um vídeo  chamado de "Taper8097=.bsp.wmv". Ele afirma ser uma fase "easter egg (secreta)" do game Half Life 2, mas o método de encontra-la e sua verdadeira origem, nunca fora descoberta por ninguém.

Rosto.jpg


Em 1991, um assassinato foi registrado no arquivo da polícia. Como sou um estagiário no departamento de polícia, tive completo acesso ao arquivo.

Eu estava andando por lá, até que encontrei um arquivo de caso de assassinato em uma dessas prateleiras abandonadas que ninguém abre mais. Fiquei curioso, então o tirei de lá. Como nossos arquivos são armazenados digitalmente, havia somente um USB lá dentro. Fui para o computador, pluguei o USB, e apareceu um arquivo nomeado: V28956, assim como os homicídios geralmente são registrados. Dentro do arquivo estava uma descrição completa do crime, depoimentos de vizinhos e todas as coisas de costume. Porem tinha um arquivo que fez com que eu levantasse minhas sobrancelhas de curiosidade, chamado ARQUIVOS DIGITAIS. Este arquivo só aparecia se algo digital tivesse a ver com o assassinato, por exemplo, sons do assassinato, os vídeos que deixaram as pessoas loucas o suficiente para matar suas vitimas. Eu cliquei, e dentro havia um arquivo. jpg e um arquivo .doc. Clicando no .jpg, descobri que era uma foto muito perturbadora de um rosto. Eu nunca tinha visto nada parecido antes; parecia que tinha sido tirada com uma Kodak. Encolhendo os ombros, decidi abrir o arquivo .doc, chamado EXPLANATION.doc. Aqui vai o que estava escrito:

"O assassino disse que matou a vítima por causa do efeito da imagem. Ele disse que a encontrou em um velho disco rígido (HD), e após vê-la, teve pesadelos constantes e lúcidos sobre rostos brancos amaldiçoando-o com as palavras ‘K'yalla Iömed wÿarñ’. Ele começou a ficar louco e perguntou por que eles estavam amaldiçoando-o daquela forma. Ele disse que a única maneira de fazê-los sair era dar-lhes poder de vida, matando outras pessoas, então ele decidiu fazer um ‘sacrifício’, e então matou sua própria filha de 8 anos. Ele destruiu os membros da garota com um martelo, escreveu a frase ‘K'yalla Iömed wÿarñ’ em seu torso usando uma faca, e escondeu o cadáver debaixo de sua cama. Depois disso, ele afirma que seus pesadelos pararam, até os vizinhos estranharem a ausência da garota e chamarem a policia.

Os policiais que viram a imagem não relataram quaisquer pesadelos semelhantes."

Disneylândia


Em 1999, minha família visitou a Disneylândia. Animados, fomos na atração It’s A Small World. Eu tinha 12 anos na época e minha irmã tinha 6 anos. Nós amamos cada momento, e nossos pais choraram de alegria com nostalgia. Mas eu me lembro que uma vez, perto do fim da atração, algumas luzes desligaram de repente, e as luzes da parte de trás iluminaram o teto. As partes móveis do brinquedo se desligaram, e os engenheiros de manutenção, vestindo macacões vermelhos, caminhavam para ajudar os passageiros nos barcos a saírem do enorme castelo por meio de saídas de emergência. Uma voz veio ao longo dos alto-falantes: "Disneyland thanks you for your visit. Please evacuate the attraction in an orderly fashion. Keep looking foward and follow the directions of staff. Thank you (A Disneylândia agradece pela sua visita. Favor evacuar a atração de forma organizada. Continue olhando para frente e siga as instruções do pessoal. Obrigado."

Os engenheiros não diziam muitas coisas para nós, pois eles rapidamente nos conduziam para fora do prédio. Haviam ambulâncias do lado de fora, e um carro de polícia estava estacionado na passarela principal. Na época, minha mãe ainda tinha sua câmera, então pode tirar algumas fotos dos tripulantes e close-ups dos brinquedos mecânicos. Ela tirou varias fotos às cegas de última hora, até terminar o último rolo de filme na câmera, já que estávamos indo revela-los no final da tarde, de qualquer maneira. Esta foi a última foto do carretel, visando o teto da atração.


10/10/2012

Sussurros


Estou postando essa noite na esperança que clareie-se todos os mal-entendidos à respeito do desaparecimento de Debra Lindsay Caine, correndo assim os meu próprio risco. Pau e pedras e essas coisas... Nada disso irá importar depois dessa noite. Considerem isso como minha patética tentativa de desculpas, nada além disso. É mais ou menos minha culpa que isso tudo tenha acontecido, afinal.

Mesmo em seu auge, a blogueira Sugarcaine era apenas mais uma comediante de internet. Ela era mais engraçada que a maioria e certamente hábil com a caneta, mas por outro lado  não tão conhecida como o resto. Por anos as circunstâncias a respeito do seu desaparecimento eram apenas ocasionalmente mencionadas apenas nos mais obscuros tópicos  de alguns fóruns. Ela teria sido esquecida por completo se aqueles funcionários públicos  não tivesses encontrado a fita gravada na última segunda-feira.

A verdadeira identidade de Sugarcaine era uma menina ruiva fofinha que se vestia como um garoto chamada Debra Lindsay Caine. Sua irmã Payton descrevia ela como "... um saco cheio de pregos, punhos e opiniões apenas esperando uma desculpa para se abrir à alguém, regada a cerveja e Sprite desde que nossa pai morreu em '91."

Debra involuntariamente começou sua carreira como um blog de humor quando uma amiga convenceu-a a criar uma conta no MySpace. Ela achava que blogs eram puro egocentrismo, choramingo, e sem substância, e então começou a usar sua página do MySpace para parodiar as estúpidas divagações de seus semelhantes. Depois de certo tempo ela se graduou em menosprezar os populares e ocasionalmente por revisar alguns livros, revistas em quadrinhos, filmes, e qualquer e-mail de odiadores que ela recebia de sua crescente rede de leitores.

Ela rapidamente percebeu que as pessoas gostavam do que ela escrevia, e pela metade de 2005 ela aposentou sua conta no MySpace e começou seu próprio site de humor, Sugarcaine Junction (N.T: Junção de Sugarcaine, em tradução livre).  Apesar da mais-que-decente escrita de Debra o site foi medíocre no seu melhor. A maioria dos viciados em internet nem sabiam que ela existia, muito menos que ela tinha desaparecido e possivelmente tivesse sido assassinada.

Até que os funcionários públicos acharam a fita.

Sugarcaine Junction nunca falhava em comemorar qualquer feriado e festivais que aconteciam, e seus artigos das estações eram geralmente os mais aguardados. Debra surpreendentemente compôs graciosas cações sobre bebida para seu artigo sobre a Oktoberfest, e um poema tocante para o dia dos pais, do qual ela se recusava a falar sobre depois. Para o Natal de 2005 ela escreveu séries de parodias de passagens bíblicas que quebrou o recorde de e-mails odiosos de uma noite para outra.

Naquela época eu era conhecido como DeadAtFifty (N.T: Morto aos cinquenta, em tradução livre) e era um dos regulares leitores das postagens de Sugarcaine. Durante a primeira semana de Outubro de 2006 eu sugeri que ela passasse a noite na casa assombrada da família Daley e escrevesse sobre a sua experiência para o artigo de Halloween. Ela anunciou para todos seus leitores que eu era um crianção e um débil mental. Eu adicionei o preço de mil dólares para a aposta. Ela ansiosamente aceitou.

Na última semana de Outubro Debra anunciou que ela faria sua longa viagem de carro até a Casa Daley para a "assustadora festa do pijama". Ela embarcou para lá na noite do dia 29, encorajando seus leitores à "ficarem ligados para mais detalhes à sua jornada de mil dólares até a casa Daley  mal-assombrada!" Eu tinha a intenção de dar à ela o dinheiro, e nunca teria mencionado a casa caso eu soubesse o que aconteceria.
Debra sempre pesquisava sobre o assunto antes de suas "jornadas", apenas para fazer o louvor / paródia mais completa. No seu apartamento a polícia encontrou recortes de jornal desde 1960 sobre a Família Daley: A glorificação de Kevin Daley pelas vidas que salvou de um incêndio; O crescimento da fama de Jeff como um artista abstrato com apenas 11 meses de idade; os rumores de que Naomi derrubara propositalmente seu filho da escada causando ao menino Autismo Limítrofe; e é claro, a procura sem resultados dos corpos quando a família toda desapareceu em 1982.

A maior parte dos artigos eram testemunhos dos vizinhos e amigos da família sobre a última 
vez que viram os Daleys. A performance escolar de Jeff diminuiu, mas o trabalho que fazia nas aulas de arte era tão detalhados como sempre, representando reinos  abstratos em formas retorcidas e sombras ameaçadoras - Imagens que ele não reproduzia desde que era criança. Ele afirmava que "sussurros" o fazia desenhar essas coisas. A única explicação que ele tinha para esses "sussurros" era "eles me seguem por toda minha casa; eu não consigo vê-los, mas eu sei que estão lá."

Eu não acho que Jeff Daley estava viajando ou sonhando: Eu acho que seus subconsciente era as portas para outros mundos, e talvez sua mãe soubesse disso e tentará  o matar. Se esse fosse o caso, eu gostaria que ela tivesse sido um pouco mais persistente.
Os colegas de trabalho de Kevin o descreviam como "nervoso, constantemente no limite, como se estivesse sendo perseguido por um lunático e não pudesse despista-lo."  Naomi, conhecida normalmente por receber os clientes à sua taberna com sorrisos brilhantes e calorosos olás, parecia ter rastejado para dentro de uma concha e se recusava a sair de lá. 

Ela começou a ter intervalos frequentes para ir ao banheiro, apenas para se dobrar num cantinho e chorar com as mãos tapando os ouvidos. E então um dia Jeff não apareceu mais na escola, e seus pais nunca mais apareceram no trabalho. Eles desapareceram no ar; e de acordo com seus vizinhos, eles não foram calados.

Outros artigos descreviam coisas estranhas, mas aparentemente banais como sons na casa abandonada dos Daleys de 1989-2004.  Alguns desses artigos eram tão estranhos que eram considerados pegadinhas ou exageros grotescos.

O cão de um dos vizinhos correu para a varanda da casa dos Daley. Quando voltou, ele passou os próximos dos dias chorando a cobrindo seu focinho aparentemente por nenhuma razão. Em uma manhã os donos do cão acordaram para se deparar com o desaparecimento do cão que nunca mais viram.

Um jovem casal afirmou ter visto uma silhueta nas sombras do jardim frontal da casa, sussurrando algo para eles enquanto passavam pela casa tarde da noite. Eles não posem afirmar se havia ou não alguém lá, e enquanto continuavam sua caminha a forma os perseguiu por vários quarteirões até desaparecer completamente.

Vários carteiros deram depoimentos idênticos sobre ouvir movimentos e balbucios dentro da casa enquanto em sua rotina de trabalho em suas rotas. Um deles achou que era obra de alguns engraçadinhos fazendo um pegadinha e alertou a polícia. Eles nunca encontraram ninguém dentro da casa.

No começo da semana os funcionários públicos estavam preparando a casa para a demolição quando descobriram a fita de baixo de uma velha escrivaninha. Lembrando a história das pessoas desaparecidas, eles deram a fita para a polícia. O oficial que a recebeu - um amigo meu o qual o nome não será revelado - tinha sido um dia fã da Sugarcaine.  Eu passei uma tarde inteira na casa dele ouvindo a gravação. Para espalhar a história pela internet eu transcrevi as gravações para meu próprio blog, o qual você pode ler abaixo:

*
[A fita começa com quinze segundos de silêncio. Quebrado por uma rouca voz feminina.]

"Não acho que eu tenha vindo alguma vez para esse lado da cidade. Tive que parar em um restaurante para pegar informações porque eu consegui me perder estupidamente. Acho que tenha sido uma hora de uma longa viagem, mas acho que será por volta da meia noite quando eu chegar ao local.
Ah, eu falei para a moça que eu estava indo visitar uma amiga minha que morava na vizinhança perto da casa Daley e ela ficou feliz por poder me ajudar. Imaginei que ninguém ficariam muito contente se eu ficasse falando para todos que eu passarei meu final de semana invadindo a casa dos outros. Mesmo que os Daley estejam bem mortos para dar a mínima"

[Silêncio por oito segundos. Suspiro.]

" Eu me sinto tão boba por estar fazendo isso. Mas vendo pelo lado positivo eu vou conseguir pagar meu aluguel mês que vem."

*
"Agora são... onze da noite em ponto.  Demorei a eternidade para encontrar essa casa estúpida. Sempre entrava nas ruas erradas. Difícil perde-la depois que finalmente encontra. O jardim frontal é uma selva de videiras e três pés de grama infestados de milhões de espécies de insetos jamais vistos pelo ser humano. Você não consegue nem ver a porta de entrada pela rua durante a noite, porque as sombras a engole.
Estacionei dois quarteirões de distância e andei até aqui. Vou procurar uma janela que eu possa escalar e entrar na casa. Esperançosamente não quero precisar alcançar a porta de trás, pois isso levará a eternidade. Falarei mais quando entrar."

*
[Passos ocos sobre as velhas tábuas de madeira. Um série de batidas destorcidas enquanto o gravador sacode violentamente. Silêncio por dezesseis segundos]

"Tropecei. Uau, é um breu aqui. Onde está minha maldita...?”

[Silêncio arrastado pelo próprio minuto, e mais passos. Debra libera um ar exausto. Gravador se agita levemente]

"Okay, estou dentro. Meu acampamento está montado no... acho que é o escritório. Há uma velha empoeirada escrivaninha perto da janela, eu subi por esta janela e por uma estante até a porta. Ambas estão vazias. Estou pronta para fazer meu tour pela casa. Câmera apronta, embora esse lugar não tenha muito à se ver.Vou manter o flash desativado, então as fotos tenham que ser editadas depois que eu voltar. Eu deveria usar a lanterna desligada até meus olhos acostumarem mas... é, não vou fazer isso."

[Dois minutos de silêncio à parte das pegadas e ocasional som eletrônico de uma câmera tirando fotos. Tosse.]

" A casa é realmente espaçosa dentro dos seus dois andares. Ah, aí está você, escada imprecisa...O carpete foi todo rasgado exceto por um canto da sala de estar, de modo que o chão é todo de madeira dura."

[Pegadas.  Alto, um grito parecido como de um humano vindo de uma das dobradiças enferrujadas de um porta. Debra solta um suspiro assustado, maldições.]

"... um banheiro mofado intocado desde mil novecentos e oitenta e dois..."

[Várias tossidas enquanto a câmera tira foto. Dobradiças mais guinchantes, silêncio significante. Mais cliques de câmera.]

"Ugh, puta merda aranhas armadeiras em todo lugar!"

[ Sete minutos apenas com pegadas, cliques de câmeras e tossidas de Debra; Sons ocos de botas subindo escada, e pegadas mudam para mais altas, rangidos insalubres. Agora e depois Debra faz vários comentários sobre o layout da casa.]

"[Murmúrio inteligível] - poeira está me matando. Segundo andar é instável pra caralho. Espero que a construção não desabe em mim essa noite."

[Mais pegadas enquanto ela retorna para o primeiro andar. Na marca de dez minutos, silêncio mortal por aproximadamente vinte segundos. Debra exala.]

"Acho que é isso pelo tour. E eu vou dormir com as aranhas."

[Silêncio por dois minutos. Debra sussurrava para si mesma. Estalo de madeira]

"Achei uma madeira solta no chão do escritório. No estilo 'arrancada de propósito' solta. Eu terei que checar isso amanhã de manhã."

[Passos vagarosos, pesados e cuidadosos de botas no chão de madeira. Farfalhar de pano grosso. Tosse.]

"Ah, Deus, eu não consigo respirar nesse lugar. Certo, hora de dormir. Terminarei minhas anotações amanhã. Boa noite!"

*

Chocalhos no gravador. Debra começa a falar, mas só sai as primeiras silabas antes de ficar quieta novamente. Silêncio por mais um minuto]

"Há algo aqui..."

[Batidinhas de pés descalços. Silêncios. Rangido de porta. Farfalhar.]

"Malditos ratos. Eu sabia. Eu os ouvi cavoucando nas paredes do quarto. Eu devia ter trazido uma barraca.

*
[Suspiro exautorado]

"Okay, bem, eu não vou dormir essa noite depois de tudo, então eu vou erguer aquela tábua para passar o tempo. Falo mais sobre depois.

[ Chacoalhos são gravados enquanto o gravados e posto de lado. Nos próximos cinco minutos nada mais do som de unhas e algo metálico - provavelmente um canivete suíço - arranhando na madeira, e ocasionalmente, uma baque. Um ofego e o barulho de um pequeno objeto. As pegadas de Debra saem de alcance do som. Debra diz algo longe demais para ser ouvido e parece esperar uma resposta. Ela se repende, mais alto.]

"Quem está aí?”

[Nada por um minuto e meio. Barulho da porta do escritório se fechando. Batidinhas de pés descalços voltando. Chacoalho da fita.]

"Estou enlouquecendo. Eu juro que pude ouvir -"

[Silêncio. Arranhadas e batidas voltam, e momentos depois há um barulho de madeira sendo colocado de lado.]

"Ahá!"

[Farfalhar de papel]

"Hm..."

[Mais farfalhar de papel. Silêncio.]

"Hm, há... desenhos. Desenhos amassados recheando os pequenos espaços da tábua. Acho que são desenhos de Jeff Daley. Quando ele tinha cinco anos ele costumava desenhar seus pesadelos.Não, esses não podem ser de verdade. Os detalhes são -?”

[Amassando: papel sendo desamassado. Debra fala silenciosamente, quase inaudível, como se estivesse lendo algo pra si mesma. ]

"Não ouça. Não é o papai. Não é o papai. Não é..."

[Silêncio. Respiração profunda e tremida.]

"Okay, hm... Okay, isso não tem mais graça."

[Um som distante, possivelmente no corredor, e um suspiro agudo. Dois minutos e quarenta segundos de silêncio.]

"[Murmúrio incoerente] - não tem graça."

[ O som de novo, dentro de cinco pés do gravador. Uma voz humana falando quase como sussurros. Ela diz apenas uma palavra difícil de se entender, mas parece como o nome de Debra. O gravador se agita violentamente e atinge o chão.]

"Não tem graça! Pare com isso!"

[Silêncio. Batidas de pés descalços deixando o quarto. Três minutos passam sem barulhos exceto por baques periódicos dentro da casa e Debra gritando com raiva. Os passos voltam. Batida forte com a porta do escritório. Soluçar baixo a mais ou menos 3 pés do gravador. Nada mais por outro minuto.]

"[Falando muito baixo para que seja registrado no gravador. Sua garganta está restringida.]"

[Os soluços param em quando Debra abruptamente prende a respiração. A voz fala de novo baixinho, de dentro do quarto. Pés se debatendo pelo chão. A janela do escritório guincha enquanto é aberta. O resto da fita é silêncio.]

*

Debra postou um update na mesma noite. Não havia nenhum traço de sua narrativa costume. Ela trocou frases energéticas por maldições irritadas. Ela queria que alguém (eu) se desculpasse por algo que ela achava ser uma perversa pegadinha de halloween. Ela manteu um dos desenhos que encontrou na tabua solta e incluiu o desenho scaneado em sua postagem, condenando-o como uma tentativa óbvia de um artista adulto incapaz de reproduzir a obra de um garoto retardado de oito anos.

Desenhado inteiramente em giz de cera preto, parecia a caricatura de uma sala de estar feita por Salvador Dali. No meio de pé, uma forma negra com a cabeça negra distorcida (como em uma casa de espelhos), fazendo impossível saber se era humano ou não. A coisa olhava diretamente ao espectador por cima do ombro, com dois buracos negros sendo seus olhos. Mais três deles estavam além dele, também olhando para o espectador - era como se o ato de desenhar a cena tivesse tomado sua atenção. Embora seus rostos eram amorfos de branco e cinza, os três do fundo pareciam sorrir. E realmente sugeria um nível artístico além do que um menino de oito anos, mas o estilo se encaixava com os outros desenhos já vistos de Jeff Daley.

Debra e eu tivemos nossa parcela de mensagem de ódio depois daquela postagem. Metade dos leitores achavam que eu era um cuzão por ter pregado nela uma pegadinha tão escrota; A outra metade achava que Debra estava pregando uma pegadinha nela mesmo, e quando nas duas atualizações seguintes era apenas descrições irregulares dos sons da casa Daley que a seguiram, todo mundo estava certo que era uma pegadinha dela. Eles ainda acreditavam que era uma brincadeira quando ela não atualizou nada por duas semanas.
No dia 4 de Novembro no meio da tarde, Debra ligou sua irmã, Payton. Ela estava chorando tanto que Payton não conseguia entender uma palavra que ela disse no começo.

"Ela soltou um discurso bêbado de partir o coração. Disse que estava arrependida de ter perdido meu casamento, arrependida por ser uma puta rancorosa quando estávamos crescendo, arrependida por ter chutado nosso cachorrinho quando tinha doze anos - pedindo desculpas por todas coisas bobas como uma confição desesperada de uma pecadora.
Ela parou para respirar, e eu ouvi alguém mais no quarto falando baixinho com ela como se não quisesse que eu ouvisse. Eu perguntei se ela queria que eu fosse até sua casa. Ela começou a soluçar de novo e disse, "Eu ouço o papai, mas não é o papai." Então ela desligou o telefone e eu chamei a polícia. Ele não encontraram ninguém quando chegaram lá. Eu falava com ela poucos minutos antes."

Maioria das pessoas continua pensando que o rapto de Debra pelo perseguidores sussurrantes dos pesadelos de Jeff Daley  é uma farsa orquestrada por ela ou outro individuo doente. A fita foi declarada falta por céticos ignorantes um após o outro, e não vai demorar só que Sugarcaine Junction desapareça na escuridão novamente. Eu espero evitar isso, não porque eu sinta pena de Debra Lindsay Caine, mesmo que eu sinta; mas para prevenir desaparecimentos que nem o dela, como os funcionários públicos também desapareceram, e como o de meu amigo policial. Eles marcam seu território - Como eles marcaram a casa Daley e a fita - eles conseguem farejar qualquer coisa que entre em contato com eles. Uma vez que eles te farejem, eles te caçam como cães famintos até que te marquem também.
Eles te chamam baixinho como se tivessem medo de falar alto - as vezes dois quartos de distância, as vezes do seu lado. Eles imitam pessoas chegadas a você. Talvez porque acham assim mais engraçado. Mas você não pode ouvi-los. Você tem que cala-los, ou de outra forma, você está assustado demais para abrir seus olhos ou para mover um músculo. Você não terá chance de se matar antes que eles te arrastem para onde diabos seja o lugar que Debra foi levada também.

Eu vou tomar um banho com minha torradeira agora. Minha mãe tem me chamado o tempo todo na última hora, mesmo sendo que ela esteja morta a cinco anos.

Vá dormir.

Agora.

HELP ME.scr


HELP ME.scr é uma estranha animação feita usando as ferramentas do site "Scratch". Não se sabe realmente quem é o criador desta animação, já que muitas pessoas voltaram a colocar o vídeo na integra depois que ele fora proibido.

Neste momento, o único lugar conhecido para conseguir assistir esta animação é no próprio site “Scratch”, que está disponível clicando aqui. Poucas pessoas assistiram o vídeo antes que ele fosse banido, e eu fui uma dessas pessoas.

A animação começa mostrando um “gato desenhado em rascunho”, com os olhos pretos ensanguentados, e um assustador sorriso negro, empunhando uma faca, matando outro gato enquanto uma musica estranha toca ao fundo. Depois de um certo período de tempo, um fantasma irá piscar na tela. Este fantasma é Uboa, do jogo Yume Nikki.

Mas esta não é a parte mais assustadora; existem alguns rumores de que várias pessoas que assistiram esta animação ficaram obcecadas por ela, e foram encontradas mortas em suas camas, com seus computadores ligados e a área de trabalho alterado para uma grande foto de Uboa.

Não há muito mais informações disponíveis sobre o assunto, mas tentarei encontrar qualquer informação possível. Como eu disse, você pode assisti-lo clicando neste link.
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ATUALIZAÇÃO

Um garoto de uma cidade chamada Kaidon Rogers foi levado às pressas para o hospital Adalade por tentativa de suicídio. Ele tentou cortar o pulso, até que seus pais o encontraram rapidamente. Aparentemente, pelo que indicada o histórico de seu computador, ele havia assistido a essa animação alguns minutos antes do incidente. Ele faleceu, pouco depois de chegar ao hospital
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NOTAS

- O título do vídeo é "Help Me", e o primeiro comentário da pagina, "Por favor, eu não queria mata-los", podem estar ligados.

- "Dylanwalsh" não foi o criador do vídeo, ou seja, seu comentário pode estar relacionado com seus amigos ou familiares.

- "Dylanwalsh" respondeu a um comentário perguntando o que ele havia feito, somente com a frase: "ELES NÃO PRECISAVAM MORRER".
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ATUALIZAÇÃO: 13 DE SETEMBRO DE 2012

Hoje a noite, dylanwalsh apagou seu vídeo, e não há mais nenhuma maneira de assisti-lo, por enquanto. Esperemos que, no futuro, surjam mais cópias dele...

09/10/2012

Número desconhecido


"MEU DEUS!", eu gritei ao ser acordado de surpresa pelo meu novo toque de halloween do celular. Não me lembrava de ter mudado o toque mais cedo, então levei um susto até me lembrar de onde ou o que era. Levei um tempo para encontrá-lo preso no meio das almofadas do sofá. O fato da luz baixa da estática na tv ser a única luz não ajudou muito na busca.

"Número desconhecido."

Atendi e não ouvi nada do outro lado. Para ser honesto, eu esperava uma respiração desesperada ou qualquer outra coisa assim do outro lado da linha, pelo fato de eu ainda estar um pouco assustado, mas não havia nenhum barulho.
Desliguei, respirei fundo e franzi o cenho. Talvez eu só liguei uma chamada falsa sem perceber. Como a maioria dos telefones, julguei que esse também tivesse essa função, mas como não o conhecia direito ainda...
Meu pai comprou um usado essa semana, quando perdi meu outro na viagem até aqui, pra esse fim de mundo. Procurei no menu mas não achei essa opção. Irrelevei.

Xinguei e decidi assistir tv ao invés de ficar pensando muito. Tentei usar a luz do celular para achar o controle remoto, sem muito sucesso. Morrendo de preguiça, me arrastei do sofá para a parede até o interruptor. Dei uma leve pausa no caminho ao perceber que a tv era dos canais de satélite, e agora estava com estática de antena. Ignorei e segui, ligando a luz.
A luz intensa me cegou por uns segundos, respirei fundo de novo e percebi como estava tenso por nada. Era estranho ficar sozinho em casa.

Meus pais haviam saído de noite e eu preferi ficar, assim como havia feito durante o dia. Como eles nunca saíam, era uma situação diferente. Nada além de mato nesse fim de mundo em que estávamos, então com eles saindo eu tinha solidão total.
Continuei procurando pelo controle pelo sofá. Fui em um braço, no outro, e me abaixei para por a mão em baixo dele, fatalmente encostando meu ouvido no celular que estava ali em cima. Obviamente, o celular tocou, bem dentro do meu ouvido.
"PUTA QUE PARIU!", foi minha reação. Atendi, e mais uma vez, só silencio. Em fúria e xingando, joguei o celular no sofá.

POP! A lâmpada da sala explode e a estática da televisão vira aquela preto com um chiado e um risco branco no canto esquerdo. Penumbra reina. Corri, peguei meu celular, me joguei na cama e me enrolei em posição fetal após momentos de escuridão terrível. Com o pouco de luz que conseguia através da tela do meu celular, já me senti mais seguro. Respirei até me acalmar e decidi ligar para meu pai. Olhando para a tela do celular, descobri que não havia desligado a última chamada. Segurei minha respiração quando notei que conhecia o número que me ligara. Não era desconhecido. Era meu número. Meu número antigo.

Apertei o botão de encerrar chamada, desesperado. Comecei a criar mil situações que se desencadeariam daquelas chamadas. Então algo pior chamou minha atenção. Minha cama já estava quente.

Mensagem nova. Abri. Li.

"Está de baixo do travesseiro." Lentamente levantei o travesseiro para encontrar o controle remoto.

De baixo das cobertas ouvi o som da minha porta do quarto fechar. Suor frio escorreu pela minha testa, meu coração apertado e minha cabeça explodindo, e então, ouvi a porta de novo. Sendo trancada.

07/10/2012

Creepypasta dos fãs: Nada faz sentido


Nada faz sentido.

Nada. Haviam passado-se anos, e nada se realizou.

Casei-me, tive filhos, arranjei um emprego, me mantive e cresci dentro dele, tinha tudo pra me manter em uma vida razoável, mas nada havia se realizado.

Meus sonhos mantinham-se distantes, minhas esperanças nulas.

Minha vida rumava há um buraco negro, cheio de caos, vazio, e solidão.

Não havia porque continuar.

Mesmo assim, ainda mantinha minha casca alegre, minha família, amigos, todos achavam que eu era a pessoa mais satisfeita do mundo.

Ninguém podia saber dos meus medos, das minhas angustias, minhas fraquezas. Porém, já não tinha como continuar. O medo me seguia por todos os cantos. Meus prantos eram em silêncio, mas eram contínuos.


Passaram-se meses, e eu não havia dormido sequer vinte horas. Não havia, mesmo, um porque continuar.

O tiquetaquear do relógio me assombrava, os rangidos noturnos da casa mais ainda. Pareciam rir de mim. Riam o tempo todo. Meus amigos, minha família, estranhos na rua, todos riam de mim, gargalhavam.



O suor escorria pela minha testa. Minhas mãos tremiam como nunca. Não havia mais o que fazer, os demônios todos me cercavam. Me assombravam. Em meio a esse mar de tormentas, não havia mais o que fazer, a não ser puxar o gatilho e acabar com tudo.

Meu desespero chegara ao fim. A luz veio a meus olhos, minhas metas foram alcançadas.

Sorrio, penso como o mundo é um lugar horrível.

          

O metal frio encostado em minha fronte, os últimos segundos de tensão, a pressão sobre o gatilho, e o barulho da bala atravessando meu cérebro, abrindo minha cabeça, e, enfim, me trazendo paz.



De repente, tudo fez sentido.