Estou postando essa noite na esperança que clareie-se todos
os mal-entendidos à respeito do desaparecimento de Debra Lindsay Caine,
correndo assim os meu próprio risco. Pau e pedras e essas coisas... Nada disso
irá importar depois dessa noite. Considerem isso como minha patética tentativa
de desculpas, nada além disso. É mais ou menos minha culpa que isso tudo tenha
acontecido, afinal.
Mesmo em seu auge, a blogueira Sugarcaine era apenas mais
uma comediante de internet. Ela era mais engraçada que a maioria e certamente
hábil com a caneta, mas por outro lado não
tão conhecida como o resto. Por anos as circunstâncias a respeito do seu
desaparecimento eram apenas ocasionalmente mencionadas apenas nos mais obscuros
tópicos de alguns fóruns. Ela teria sido
esquecida por completo se aqueles funcionários públicos não tivesses encontrado a fita gravada na última
segunda-feira.
A verdadeira identidade de Sugarcaine era uma menina ruiva
fofinha que se vestia como um garoto chamada Debra Lindsay Caine. Sua irmã
Payton descrevia ela como "... um saco cheio de pregos, punhos e opiniões
apenas esperando uma desculpa para se abrir à alguém, regada a cerveja e Sprite
desde que nossa pai morreu em '91."
Debra involuntariamente começou sua carreira como um blog de
humor quando uma amiga convenceu-a a criar uma conta no MySpace. Ela achava que
blogs eram puro egocentrismo, choramingo, e sem substância, e então começou a
usar sua página do MySpace para parodiar as estúpidas divagações de seus
semelhantes. Depois de certo tempo ela se graduou em menosprezar os populares e
ocasionalmente por revisar alguns livros, revistas em quadrinhos, filmes, e
qualquer e-mail de odiadores que ela recebia de sua crescente rede de leitores.
Ela rapidamente percebeu que as pessoas gostavam do que ela
escrevia, e pela metade de 2005 ela aposentou sua conta no MySpace e começou
seu próprio site de humor, Sugarcaine Junction (N.T: Junção de Sugarcaine, em
tradução livre). Apesar da
mais-que-decente escrita de Debra o site foi medíocre no seu melhor. A maioria
dos viciados em internet nem sabiam que ela existia, muito menos que ela tinha
desaparecido e possivelmente tivesse sido assassinada.
Até que os funcionários públicos acharam a fita.
Sugarcaine Junction nunca falhava em comemorar qualquer
feriado e festivais que aconteciam, e seus artigos das estações eram geralmente
os mais aguardados. Debra surpreendentemente compôs graciosas cações sobre
bebida para seu artigo sobre a Oktoberfest, e um poema tocante para o dia dos
pais, do qual ela se recusava a falar sobre depois. Para o Natal de 2005 ela
escreveu séries de parodias de passagens bíblicas que quebrou o recorde de
e-mails odiosos de uma noite para outra.
Naquela época eu era conhecido como DeadAtFifty (N.T: Morto
aos cinquenta, em tradução livre) e era um dos regulares leitores das postagens
de Sugarcaine. Durante a primeira semana de Outubro de 2006 eu sugeri que ela
passasse a noite na casa assombrada da família Daley e escrevesse sobre a sua experiência
para o artigo de Halloween. Ela anunciou para todos seus leitores que eu era um
crianção e um débil mental. Eu adicionei o preço de mil dólares para a aposta.
Ela ansiosamente aceitou.
Na última semana de Outubro Debra anunciou que ela faria sua
longa viagem de carro até a Casa Daley para a "assustadora festa do
pijama". Ela embarcou para lá na noite do dia 29, encorajando seus
leitores à "ficarem ligados para mais detalhes à sua jornada de mil
dólares até a casa Daley
mal-assombrada!" Eu tinha a intenção de dar à ela o dinheiro, e
nunca teria mencionado a casa caso eu soubesse o que aconteceria.
Debra sempre pesquisava sobre o assunto antes de suas
"jornadas", apenas para fazer o louvor / paródia mais completa. No
seu apartamento a polícia encontrou recortes de jornal desde 1960 sobre a
Família Daley: A glorificação de Kevin Daley pelas vidas que salvou de um
incêndio; O crescimento da fama de Jeff como um artista abstrato com apenas 11
meses de idade; os rumores de que Naomi derrubara propositalmente seu filho da
escada causando ao menino Autismo Limítrofe; e é claro, a procura sem
resultados dos corpos quando a família toda desapareceu em 1982.
A maior parte dos artigos eram testemunhos dos vizinhos e
amigos da família sobre a última
vez que viram os Daleys. A performance escolar
de Jeff diminuiu, mas o trabalho que fazia nas aulas de arte era tão detalhados
como sempre, representando reinos
abstratos em formas retorcidas e sombras ameaçadoras - Imagens que ele
não reproduzia desde que era criança. Ele afirmava que "sussurros" o
fazia desenhar essas coisas. A única explicação que ele tinha para esses
"sussurros" era "eles me seguem por toda minha casa; eu não
consigo vê-los, mas eu sei que estão lá."
Eu não acho que Jeff Daley estava viajando ou sonhando: Eu
acho que seus subconsciente era as portas para outros mundos, e talvez sua mãe
soubesse disso e tentará o matar. Se
esse fosse o caso, eu gostaria que ela tivesse sido um pouco mais persistente.
Os colegas de trabalho de Kevin o descreviam como
"nervoso, constantemente no limite, como se estivesse sendo perseguido por
um lunático e não pudesse despista-lo."
Naomi, conhecida normalmente por receber os clientes à sua taberna com
sorrisos brilhantes e calorosos olás, parecia ter rastejado para dentro de uma
concha e se recusava a sair de lá.
Ela começou a ter intervalos frequentes para
ir ao banheiro, apenas para se dobrar num cantinho e chorar com as mãos tapando
os ouvidos. E então um dia Jeff não apareceu mais na escola, e seus pais nunca
mais apareceram no trabalho. Eles desapareceram no ar; e de acordo com seus
vizinhos, eles não foram calados.
Outros artigos descreviam coisas estranhas, mas
aparentemente banais como sons na casa abandonada dos Daleys de 1989-2004. Alguns desses artigos eram tão estranhos que
eram considerados pegadinhas ou exageros grotescos.
O cão de um dos vizinhos correu para a varanda da casa dos
Daley. Quando voltou, ele passou os próximos dos dias chorando a cobrindo seu
focinho aparentemente por nenhuma razão. Em uma manhã os donos do cão acordaram
para se deparar com o desaparecimento do cão que nunca mais viram.
Um jovem casal afirmou ter visto uma silhueta nas sombras do
jardim frontal da casa, sussurrando algo para eles enquanto passavam pela casa
tarde da noite. Eles não posem afirmar se havia ou não alguém lá, e enquanto
continuavam sua caminha a forma os perseguiu por vários quarteirões até
desaparecer completamente.
Vários carteiros deram depoimentos idênticos sobre ouvir
movimentos e balbucios dentro da casa enquanto em sua rotina de trabalho em
suas rotas. Um deles achou que era obra de alguns engraçadinhos fazendo um
pegadinha e alertou a polícia. Eles nunca encontraram ninguém dentro da casa.
No começo da semana os funcionários públicos estavam
preparando a casa para a demolição quando descobriram a fita de baixo de uma
velha escrivaninha. Lembrando a história das pessoas desaparecidas, eles deram
a fita para a polícia. O oficial que a recebeu - um amigo meu o qual o nome não
será revelado - tinha sido um dia fã da Sugarcaine. Eu passei uma tarde inteira na casa dele
ouvindo a gravação. Para espalhar a história pela internet eu transcrevi as
gravações para meu próprio blog, o qual você pode ler abaixo:
*
[A fita começa com quinze segundos de silêncio. Quebrado por
uma rouca voz feminina.]
"Não acho que eu tenha vindo alguma vez para esse lado
da cidade. Tive que parar em um restaurante para pegar informações porque eu
consegui me perder estupidamente. Acho que tenha sido uma hora de uma longa
viagem, mas acho que será por volta da meia noite quando eu chegar ao local.
Ah, eu falei para a moça que eu estava indo visitar uma
amiga minha que morava na vizinhança perto da casa Daley e ela ficou feliz por
poder me ajudar. Imaginei que ninguém ficariam muito contente se eu ficasse
falando para todos que eu passarei meu final de semana invadindo a casa dos
outros. Mesmo que os Daley estejam bem mortos para dar a mínima"
[Silêncio por oito segundos. Suspiro.]
" Eu me sinto tão boba por estar fazendo isso. Mas
vendo pelo lado positivo eu vou conseguir pagar meu aluguel mês que vem."
*
"Agora são... onze da noite em ponto. Demorei a eternidade para encontrar essa casa
estúpida. Sempre entrava nas ruas erradas. Difícil perde-la depois que
finalmente encontra. O jardim frontal é uma selva de videiras e três pés de
grama infestados de milhões de espécies de insetos jamais vistos pelo ser
humano. Você não consegue nem ver a porta de entrada pela rua durante a noite,
porque as sombras a engole.
Estacionei dois quarteirões de distância e andei até aqui.
Vou procurar uma janela que eu possa escalar e entrar na casa. Esperançosamente
não quero precisar alcançar a porta de trás, pois isso levará a eternidade.
Falarei mais quando entrar."
*
[Passos ocos sobre as velhas tábuas de madeira. Um série de
batidas destorcidas enquanto o gravador sacode violentamente. Silêncio por
dezesseis segundos]
"Tropecei. Uau, é um breu aqui. Onde está minha
maldita...?”
[Silêncio arrastado pelo próprio minuto, e mais passos.
Debra libera um ar exausto. Gravador se agita levemente]
"Okay, estou dentro. Meu acampamento está montado no...
acho que é o escritório. Há uma velha empoeirada escrivaninha perto da janela,
eu subi por esta janela e por uma estante até a porta. Ambas estão vazias.
Estou pronta para fazer meu tour pela casa. Câmera apronta, embora esse lugar
não tenha muito à se ver.Vou manter o flash desativado, então as fotos tenham
que ser editadas depois que eu voltar. Eu deveria usar a lanterna desligada até
meus olhos acostumarem mas... é, não vou fazer isso."
[Dois minutos de silêncio à parte das pegadas e ocasional
som eletrônico de uma câmera tirando fotos. Tosse.]
" A casa é realmente espaçosa dentro dos seus dois
andares. Ah, aí está você, escada imprecisa...O carpete foi todo rasgado exceto
por um canto da sala de estar, de modo que o chão é todo de madeira dura."
[Pegadas. Alto, um
grito parecido como de um humano vindo de uma das dobradiças enferrujadas de um
porta. Debra solta um suspiro assustado, maldições.]
"... um banheiro mofado intocado desde mil novecentos e
oitenta e dois..."
[Várias tossidas enquanto a câmera tira foto. Dobradiças
mais guinchantes, silêncio significante. Mais cliques de câmera.]
"Ugh, puta merda aranhas armadeiras em todo
lugar!"
[ Sete minutos apenas com pegadas, cliques de câmeras e
tossidas de Debra; Sons ocos de botas subindo escada, e pegadas mudam para mais
altas, rangidos insalubres. Agora e depois Debra faz vários comentários sobre o
layout da casa.]
"[Murmúrio inteligível] - poeira está me matando.
Segundo andar é instável pra caralho. Espero que a construção não desabe em mim
essa noite."
[Mais pegadas enquanto ela retorna para o primeiro andar. Na
marca de dez minutos, silêncio mortal por aproximadamente vinte segundos. Debra
exala.]
"Acho que é isso pelo tour. E eu vou dormir com as
aranhas."
[Silêncio por dois minutos. Debra sussurrava para si mesma.
Estalo de madeira]
"Achei uma madeira solta no chão do escritório. No
estilo 'arrancada de propósito' solta. Eu terei que checar isso amanhã de manhã."
[Passos vagarosos, pesados e cuidadosos de botas no chão de
madeira. Farfalhar de pano grosso. Tosse.]
"Ah, Deus, eu não consigo respirar nesse lugar. Certo,
hora de dormir. Terminarei minhas anotações amanhã. Boa noite!"
*
Chocalhos no gravador. Debra começa a falar, mas só sai as
primeiras silabas antes de ficar quieta novamente. Silêncio por mais um minuto]
"Há algo aqui..."
[Batidinhas de pés descalços. Silêncios. Rangido de porta.
Farfalhar.]
"Malditos ratos. Eu sabia. Eu os ouvi cavoucando nas
paredes do quarto. Eu devia ter trazido uma barraca.
*
[Suspiro exautorado]
"Okay, bem, eu não vou dormir essa noite depois de
tudo, então eu vou erguer aquela tábua para passar o tempo. Falo mais sobre
depois.
[ Chacoalhos são gravados enquanto o gravados e posto de
lado. Nos próximos cinco minutos nada mais do som de unhas e algo metálico -
provavelmente um canivete suíço - arranhando na madeira, e ocasionalmente, uma
baque. Um ofego e o barulho de um pequeno objeto. As pegadas de Debra saem de
alcance do som. Debra diz algo longe demais para ser ouvido e parece esperar
uma resposta. Ela se repende, mais alto.]
"Quem está aí?”
[Nada por um minuto e meio. Barulho da porta do escritório
se fechando. Batidinhas de pés descalços voltando. Chacoalho da fita.]
"Estou enlouquecendo. Eu juro que pude ouvir -"
[Silêncio. Arranhadas e batidas voltam, e momentos depois há
um barulho de madeira sendo colocado de lado.]
"Ahá!"
[Farfalhar de papel]
"Hm..."
[Mais farfalhar de papel. Silêncio.]
"Hm, há... desenhos. Desenhos amassados recheando os
pequenos espaços da tábua. Acho que são desenhos de Jeff Daley. Quando ele
tinha cinco anos ele costumava desenhar seus pesadelos.Não, esses não podem ser
de verdade. Os detalhes são -?”
[Amassando: papel sendo desamassado. Debra fala
silenciosamente, quase inaudível, como se estivesse lendo algo pra si mesma. ]
"Não ouça. Não é o papai. Não é o papai. Não é..."
[Silêncio. Respiração profunda e tremida.]
"Okay, hm... Okay, isso não tem mais graça."
[Um som distante, possivelmente no corredor, e um suspiro
agudo. Dois minutos e quarenta segundos de silêncio.]
"[Murmúrio incoerente] - não tem graça."
[ O som de novo, dentro de cinco pés do gravador. Uma voz
humana falando quase como sussurros. Ela diz apenas uma palavra difícil de se
entender, mas parece como o nome de Debra. O gravador se agita violentamente e
atinge o chão.]
"Não tem graça! Pare com isso!"
[Silêncio. Batidas de pés descalços deixando o quarto. Três
minutos passam sem barulhos exceto por baques periódicos dentro da casa e Debra
gritando com raiva. Os passos voltam. Batida forte com a porta do escritório. Soluçar
baixo a mais ou menos 3 pés do gravador. Nada mais por outro minuto.]
"[Falando muito baixo para que seja registrado no
gravador. Sua garganta está restringida.]"
[Os soluços param em quando Debra abruptamente prende a
respiração. A voz fala de novo baixinho, de dentro do quarto. Pés se debatendo
pelo chão. A janela do escritório guincha enquanto é aberta. O resto da fita é
silêncio.]
*
Debra postou um update na mesma noite. Não havia nenhum
traço de sua narrativa costume. Ela trocou frases energéticas por maldições
irritadas. Ela queria que alguém (eu) se desculpasse por algo que ela achava
ser uma perversa pegadinha de halloween. Ela manteu um dos desenhos que
encontrou na tabua solta e incluiu o desenho scaneado em sua postagem,
condenando-o como uma tentativa óbvia de um artista adulto incapaz de reproduzir
a obra de um garoto retardado de oito anos.
Desenhado inteiramente em giz de cera preto, parecia a
caricatura de uma sala de estar feita por Salvador Dali. No meio de pé, uma
forma negra com a cabeça negra distorcida (como em uma casa de espelhos),
fazendo impossível saber se era humano ou não. A coisa olhava diretamente ao
espectador por cima do ombro, com dois buracos negros sendo seus olhos. Mais três
deles estavam além dele, também olhando para o espectador - era como se o ato
de desenhar a cena tivesse tomado sua atenção. Embora seus rostos eram amorfos
de branco e cinza, os três do fundo pareciam sorrir. E realmente sugeria um nível
artístico além do que um menino de oito anos, mas o estilo se encaixava com os
outros desenhos já vistos de Jeff Daley.
Debra e eu tivemos nossa parcela de mensagem de ódio depois
daquela postagem. Metade dos leitores achavam que eu era um cuzão por ter
pregado nela uma pegadinha tão escrota; A outra metade achava que Debra estava
pregando uma pegadinha nela mesmo, e quando nas duas atualizações seguintes era
apenas descrições irregulares dos sons da casa Daley que a seguiram, todo mundo
estava certo que era uma pegadinha dela. Eles ainda acreditavam que era uma
brincadeira quando ela não atualizou nada por duas semanas.
No dia 4 de Novembro no meio da tarde, Debra ligou sua irmã,
Payton. Ela estava chorando tanto que Payton não conseguia entender uma palavra
que ela disse no começo.
"Ela soltou um discurso bêbado de partir o coração.
Disse que estava arrependida de ter perdido meu casamento, arrependida por ser
uma puta rancorosa quando estávamos crescendo, arrependida por ter chutado
nosso cachorrinho quando tinha doze anos - pedindo desculpas por todas coisas
bobas como uma confição desesperada de uma pecadora.
Ela parou para respirar, e eu ouvi alguém mais no quarto
falando baixinho com ela como se não quisesse que eu ouvisse. Eu perguntei se
ela queria que eu fosse até sua casa. Ela começou a soluçar de novo e disse,
"Eu ouço o papai, mas não é o papai." Então ela desligou o telefone e
eu chamei a polícia. Ele não encontraram ninguém quando chegaram lá. Eu falava
com ela poucos minutos antes."
Maioria das pessoas continua pensando que o rapto de Debra
pelo perseguidores sussurrantes dos pesadelos de Jeff Daley é uma farsa orquestrada por ela ou outro
individuo doente. A fita foi declarada falta por céticos ignorantes um após o
outro, e não vai demorar só que Sugarcaine Junction desapareça na escuridão
novamente. Eu espero evitar isso, não porque eu sinta pena de Debra Lindsay
Caine, mesmo que eu sinta; mas para prevenir desaparecimentos que nem o dela, como
os funcionários públicos também desapareceram, e como o de meu amigo policial.
Eles marcam seu território - Como eles marcaram a casa Daley e a fita - eles
conseguem farejar qualquer coisa que entre em contato com eles. Uma vez que
eles te farejem, eles te caçam como cães famintos até que te marquem também.
Eles te chamam baixinho como se tivessem medo de falar alto - as
vezes dois quartos de distância, as vezes do seu lado. Eles imitam pessoas
chegadas a você. Talvez porque acham assim mais engraçado. Mas você não pode
ouvi-los. Você tem que cala-los, ou de outra forma, você está assustado demais
para abrir seus olhos ou para mover um músculo. Você não terá chance de se
matar antes que eles te arrastem para onde diabos seja o lugar que Debra foi
levada também.
Eu vou tomar um banho com minha torradeira agora. Minha mãe
tem me chamado o tempo todo na última hora, mesmo sendo que ela esteja morta a
cinco anos.